sábado, 9 de março de 2013

SOBRAM DENÚNCIAS CONTRA NOVO PRESIDENTE RACISTA E HOMOFÓBICO DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DA CÂMARA


DO CORREIO BRAZILIENSE

Marco Feliciano utiliza a cota parlamentar em atividades ligadas às suas empresas
Pastor assumiu presidência da GCHM na quinta-feira (Edvaldo Rodrigues/DP/D.A PRESS)
Pastor assumiu presidência da GCHM na quinta-feira
O deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP), que esta semana assumiu a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) em meio a uma saraivada de críticas, usou o mandato parlamentar em benefício de suas empresas e das atividades de sua igreja. Além de destinar verbas públicas para seus negócios particulares, ele paga salário a um funcionário fantasma, que na verdade trabalha em um escritório de advocacia de Guarulhos. Essa firma recebeu R$ 35 mil da cota parlamentar do deputado desde que ele tomou posse. Feliciano também repassou recursos públicos ao escritório de outro advogado, que o defendeu em um processo eleitoral às vésperas das eleições. O gabinete 254, no Anexo 4 da Câmara, é quase uma filial da Assembleia de Deus Catedral do Avivamento: o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias emprega cinco pastores da congregação que ele preside, e ainda cantores de música gospel que trabalharam na gravação de seu CD. Além de deputado, pastor e empresário, Feliciano também é músico.

Personalidade de sucesso no mundo gospel e requisitado para palestras e pregações em todo o país, o parlamentar é dono de dois negócios: a Marco Feliciano Empreendimentos Culturais e Eventos Ltda. e a Tempo de Avivamento Empreendimentos Ltda. Em 2008, a primeira empresa foi contratada pela Nettus Criação de Eventos, uma firma gaúcha, para que o pastor se apresentasse em São Gabriel (RS). Ele seria a grande estrela da festa, que reuniu ainda cantores e outros pastores evangélicos. A empresa contratante repassou o dinheiro a Feliciano, mas ele não compareceu. Os representantes da Nettus recorreram à Justiça e o processo se arrasta até hoje. Os donos da empresa lesada pedem R$ 950 mil de indenização.

Contratações
O advogado que representa a empresa de Marco Feliciano nesse processo, Rafael Novaes, é contratado da Câmara. Ele assumiu a defesa do empreendimento depois que tomou posse no gabinete do pastor, em fevereiro de 2011. 

O defensor da empresa do pastor não é o único contratado da Câmara que presta serviços particulares ao deputado. Wellington Faria, conhecido como Well Wap, é secretário parlamentar, mas produz todos os programas de televisão da empresa de Feliciano. O site de sua produtora, a Wap TV, tem mais de 420 vídeos encomendados pelo pastor. São orações, programas de televisão, entrevistas em que Feliciano explica suas posições de repúdio aos homossexuais. Nada que remeta às atividades parlamentares.

Pastor-deputado fazia doações eleitorais em troca de cargos

Marco Feliciano foi eleito para sua primeira legislatura em 2010. Sua campanha custou R$ 226,3 mil. Na lista de doações eleitorais, nove repasses foram feitos por integrantes da família Bauer, totalizando R$ 9 mil. Depois que o pastor ganhou a eleição, o policial civil de São Paulo Talma de Oliveira Bauer conseguiu o cargo de chefe de gabinete do parlamentar. Daniele Christina Bauer, parente do policial, ganhou emprego com salário de R$ 8.040. 

A filha de Talma, Cinthia Bauer, trabalhou como assessora de imprensa do deputado. A proximidade do pastor com os integrantes da família Bauer é tamanha que, em agosto de 2012, Feliciano gravou nas dependências da Câmara um vídeo em que pedia votos para Cinthia, então candidata a vereadora de Guarulhos. Assim como todo o material audiovisual do parlamentar, o trabalho teve produção da Wap TV.
Mas o caso mais grave é o de Matheus Bauer, neto do chefe de gabinete de Feliciano. Ele é secretário parlamentar desde novembro do ano passado e recebe R$ 3.005,39 mensais. Mas o jovem formado em direito dá expediente a 1.170km do Congresso em um escritório de advocacia.PASTOR

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