quinta-feira, 20 de junho de 2013

Ministério Público do Trabalho vai ajuizar ação civil pública contra empresas de ônibus do Grande Recife

"Levantamento feito pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a pedido do Ministério Público do Trabalho (MPT), por meio da Procuradoria Regional do Trabalho da 6ª Região, e repassado ao Jornal do Commercio revelou que nada menos que 5 mil motoristas de ônibus da Região Metropolitana do Recife se afastaram do serviço nos últimos cinco anos por problemas de saúde. Eles também estão esgotados.



(JORNAL DO COMMERCIO)
A VIA-CRÚCIS DE USUÁRIOS E MOTORISTAS

ATO PÚBLICO Um dos motes do protesto, a falta de qualidade do transporte é sentida na pele por quem dirige e por quem viaja

O anúncio da redução de R$ 0,10 nas tarifas de ônibus, que começa a valer a partir de hoje, é quase nada perto dos problemas enfrentados pelo transporte público no Grande Recife. Superlotação, demora, falta de conforto, veículos velhos, calor, desrespeito. Um giro pelas estações e pelos coletivos nos horários de pico, como o feito na manhã de ontem pela reportagem, revela o drama diário do cidadão. A via-crúcis dos passageiros caminha lado a lado com um profissional muitas vezes criticado, mas que é submetido a condições desumanas de trabalho. Levantamento feito pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a pedido do Ministério Público do Trabalho (MPT), por meio da Procuradoria Regional do Trabalho da 6ª Região, e repassado ao Jornal do Commercio revelou que nada menos que 5 mil motoristas de ônibus da Região Metropolitana do Recife se afastaram do serviço nos últimos cinco anos por problemas de saúde. Eles também estão esgotados.





"Decidi requisitar o número de motoristas que entraram em gozo de benefício previdenciário nos últimos cinco anos. A resposta foi alarmante. Isso está diretamente ligado às condições precárias de trabalho a que eles são submetidos. Alguns cumprem jornada de até 16 horas", disse Vanessa Patriota da Fonseca, procuradora da PRT-6.




A pesquisa foi realizada após as 18 empresas de ônibus da RMR se recusarem a assinar termo de ajustamento de conduta (TAC) a respeito de irregularidades cometidas. O MPT, ante a negativa, resolveu ajuizar ação contra as empresas e, para isso, solicitou as informações ao INSS. "Decidi requisitar o número de motoristas que entraram em gozo de benefício previdenciário nos últimos cinco anos. A resposta foi alarmante. Isso está diretamente ligado às condições precárias de trabalho a que eles são submetidos. Alguns cumprem jornada de até 16 horas", disse Vanessa Patriota da Fonseca, procuradora da PRT-6.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Urbanos de Passageiros, existem cerca de 10 mil motoristas de ônibus no Grande Recife. Isso quer dizer que metade deles já sofreu algum tipo de problema de saúde que ocasionou afastamento temporário ou definitivo do serviço. Os mais comuns são problemas ósseo, musculares, traumatismos e estresse.

As principais mazelas apontadas são calor, ruído, vibração e desconforto. Os danos de um transporte público precário e saturado não são apenas dos motoristas. A população sofre na pele e por isso vai às ruas hoje.

O Terminal Integrado da Macaxeira recebe todo dia aproximadamente 54 mil usuários e 14 linhas que circulam pelo Grande Recife. Quem depende do terminal tem como principal reclamação as filas quilométricas.

"Não temos ônibus suficientes para atender. Tem gente que demora até duas horas esperando", informou Maria Luísa Santos. "Eu sempre espero e só pego o segundo ou terceiro carro para poder embarcar", disse.

O mais comum no TI da Macaxeira são os momentos de correria com a chegada de uma das linhas. A falta de funcionários para fiscalizar permite que alguns passageiros usem até janelas dos coletivo para evitar as filas enormes e garantir um lugar sentado.

CORREDORES

Para tentar amenizar a situação, a Prefeitura do Recife anunciou que vai implantar 40 quilômetros de corredores exclusivos para ônibus em cinco importantes avenidas da cidade.

A Mascarenhas de Morais, Abdias de Carvalho, Beberibe, Conselheiro Aguiar e Domingos Ferreira vão receber os corredores de BRS (Bus Rapid Service). A Domingos Ferreira deve ser a primeira a ter o funcionamento da nova via, assim que a Via Mangue for inaugurada em janeiro de 2014.

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