sexta-feira, 19 de julho de 2013

Dilma avisa: “As águas vão rolar no Ceará”

“As águas de fato vão rolar. Aqui, no Ceará, e em todo o Nordeste”, disse a presidente Dilma Rousseff (PT), durante discurso ao destacar a assinatura da ordem de serviço do Trecho I do Cinturão das Águas do Ceará (CAC). A ordem de serviço foi assinada durante inauguração das estações do Metrofor, na manhã de ontem. A obra garantirá o abastecimento hídrico beneficiando toda a região do Cariri, por meio da integração da Transposição do Rio São Francisco. O projeto atingirá 95% da demanda de água do Estado até 2040.
Dilma disse, ainda, tratar-se de um grande investimento que irá melhorar a segurança hídrica do Estado, contribuindo para o enfrentamento da seca, principalmente, na região do Semiárido, e, assim, impedir que os efeitos da estiagem atinjam a produção de recursos do Ceará. O investimento total chega a R$ 1,5 bilhão, sendo R$ 1,1 bilhão de recursos federais e R$ 393,5 milhões de contrapartida do governo estadual. A previsão é que a obra seja concluída até o final de 2015. Mas, o governador Cid Gomes (PSB) garante que pretende entregar a obra antes do término do seu governo, no ano que vem.
Sobre a contribuição do Governo no planejamento de uma solução estruturada para a segurança hídrica do Ceará, Dilma ressaltou que sente-se “honrada”, pois isso “dignifica o fato de ser presidenta”. “Tomar medidas, que garantam segurança hídrica, é um dos grandes desafios que os governos têm de fazer. Mesmo na maior seca, se tivermos segurança hídrica, conseguiremos plantar”, salientou.
O pronunciamento da presidente também serviu para alimentar o ego do governador Cid Gomes, quando enfatizou que a obra “é um grande exemplo de capacidade de planejamento e execução”. Portanto, “o Brasil precisa cada vez mais de gente capaz de planejar, executar e fazer”.
Cid Gomes retribuiu o afago, destacando o volume de recursos oriundos do governo federal. Solidarizou-se com Dilma Rousseff, ressaltando ter aprendido a conhecê-la e saber que ela é “bem intencionada” no desenvolvimento da Nação, sobretudo na vontade de transformar o Brasil num país “mais justo”. Destacando, ainda, ser “natural” que as pessoas queiram mais.
CINTURÃO DAS ÁGUAS
Para o governador, “o Cinturão das Águas nada mais é que um grande conjunto de canais e adutoras que levará águas do sul do Ceará, em Jati, para servir o maior conjunto de pessoas”. Começa em Jati, passa por Missão Velha, Abaiara, Porteiras, Barbalha, Crato, Nova Olinda, para toda a região do Cariri, passando pelo rio Cariús, afluente do Jaguaribe, chegando até o açude Orós. Serão 160 quilômetros na sua primeira etapa e, no futuro, poderá servir para interligar os municípios no interior do Estado. Cid afirmou que  “se Deus quiser, à frente do governo” Dilma Rousseff garantirá recursos para construir novas fases do Cinturão da Águas.

Já o ministro Fernando Bezerra, da Integração Nacional, ressaltou também os recursos oriundos do governo federal, viabilizando a ampliação da oferta de água e de áreas irrigadas no Estado do Ceará. Para ele, a obra é “fruto da teimosia do povo cearense”. “Dilma Rousseff que reserve um espaço na sua agenda para retornar, em agosto do próximo ano, para ver o Cinturão das Águas do Ceará”, pontuou.
MANIFESTAÇÕES
Fernando Bezerra chegou a fazer menção às manifestações, que ocorreram pelo País, afirmando que “teve muito barulho, mas a poeira irá baixar e o trabalho do seu governo [Dilma Rousseff] irá aparecer. E o País embalará o ritmo do governo”.
No seu discurso, Dilma também citou os protestos, dizendo que “democracia exige sempre mais democracia” e que uma característica do ser humano é a capacidade de querer mais. “Direitos sociais conquistados sempre vão ensejar mais direitos sociais a ser conquistados. Tudo vai abrir caminho para a gente querer sempre mais”, avaliou a presidente.

BASTIDORES
• Em sua terceira visita ao Ceará, este ano, Dilma Rousseff enfatizou a necessidade de integração entre os três Poderes públicos. O foco, segundo ela, é controlar os problemas de mobilidade urbana. Mesmo cobrando sintonia entre os Poderes, Dilma esqueceu o nome do prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PSB). Ela precisou pedir ajuda aos seus auxiliares. No fim, o próprio Roberto Cláudio soprou seu nome para a presidente.


LAURA RAQUEL - O ESTADO

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