sexta-feira, 12 de julho de 2013

PRETO NO BRANCO, coluna publicada no jornal O ESTADO

Enfraquecendo o Movimento Sindical

O Dia Nacional de Lutas promovido pelas Centrais Sindicais, ontem, mais que teve à frente a Força Sindical, Central comandada pelo deputado Paulinho da Força e que é o braço sindical do PDT, partido de Lupe e que criou ódio da presidenta Dilma por tê-lo defenestrado do Ministério do Trabalho, em meio a escândalos de desvio de recursos públicos através de sindicatos fantasmas, ficou parecendo muito mais um ato político-partidário destinado a desestabilizar o governo Dilma do que qualquer outra coisa.
Paulinho da Força, um sindicalista e deputado recordista em processos, seria a última pessoa com moral para estar à frente de um movimento como esse, pois ter seu nome ligado a qualquer levante ou reivindicação é desmoralizante para quem estiver a seu lado. Só para se ter uma ideia do currículo laureado de Paulinho, ele responde no STF (por ser deputado),  por estelionato, crimes contra a fé pública (AP 421/2007), peculato (Inq. 2905/2010), fraude em licitações (Inq. 2839/2009 e Inq 2778/2008) e por crime eleitoral (Pet. 4722). Há ainda um Inquérito correndo em segredo de justiça (Inq. 2725).
Dentre as acusações que pesam contra o comandante da Greve Geral que foi promovida pela Força Sindical, ontem, no País, e que tinha como finalidade principal atingir politicamente o governo da presidenta Dilma, destacam-se aquelas da chamada “Operação Santa Tereza”, da Polícia Federal, que investigou o escândalo de fraudes em empréstimos do BNDES. Ninguém menos que a mulher de Paulinho é a principal acusada nessa investigação, que envolve a ONG Meu Guri, fundada pelo deputado e comandada pela mulher dele, Elza de Fátima Costa Pereira, ONG esta que recebeu doação direta de R$ 1,2 milhão do próprio banco. Além disso, a PF descobriu que a Meu Guri era parceira direta de outra ONG ligada à Força Sindical, a DataBrasil, que recebeu mais de R$ 6 milhões em convênios do Ministério do Trabalho. A maioria dos recursos do Ministério foi liberada em 2007, quando o PDT assumiu o comando da pasta, com a nomeação do presidente nacional do partido, Carlos Lupi.
O mais grave e que faz reforçar as suspeitas sobre Paulinho da Força no esquema é que foi o próprio Paulinho quem indicou um ex-assessor seu, João Pedro de Moura, e o advogado Ricardo Tosto, para o conselho do BNDES, responsável pela liberação dos empréstimos. Precisa dizer mais?

CURTO CIRCUITO

• Cara de Pau
 Paulinho da Força é um dos maiores entusiastas da candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, à presidência. Declarou isso em visita que fez recentemente a Pernambuco, enquanto as obras do PAC,  no Complexo Portuário de SUAPE eram paralisadas pela Força Sindical, o governador viajava tranquilamente pelo Sertão de seu Estado para inaugurar suas próprias realizações.

• Sem medo
Sem temer a repetição do atentado que vitimou o seu antecessor, João Aulo II em plena praça São Pedro em Roma, o papa Francisco vai desfilar no papamóvel aberto pelas ruas, praças e avenidas de Aparecida do Norte, antes de celebrar missa programada para o dia 24, na Catedral de Nossa Senhora Aparecida, em São Paulo.

• Haja “milagre”
O Conselho Estadual de Medicina e outros órgãos, precisam estar atentos à propaganda da água mineral “Conterrênea”. A publicidade daquele entre outros “milagres”, diz que ela cura até transtorno bipolar (TBP).   E os pastores-milagreiros da Igreja Universal se preparem para viver do seguro desemprego...

• Sem jeito
 O PT continua o mesmo. Esse partido, ao exigir que o deputado Henrique Fontana (PT-RS) e não o colega Cândido Vacarezza (PT-SP) componha a comissão especial formada pelo presidente da Câmara Henrique Alves para estudar uma proposta de reforma, consegue atrasar uma medida que não pode mais esperar.

UMAS & OUTRAS

• Desigualdade
Sobre a maneira como está sendo feita a distribuição de recursos do governo federal para os municípios do semiárido, o presidente regional do PSDB, Luiz Pontes, afirma que “mesmo com os municípios dessa região tendo que enfrentar uma das maiores secas das últimas cinco décadas, são vítimas da partilha injusta de verbas da União”.

• Cobras criadas
Agora é que os ministros e lideranças do governo estão conhecendo melhor as “cobras” que tem alimentado com os recursos do povo. O fato é que as tais centrais sindicais, sem respeito pela população, imobilizam toda a Nação, para cobrar por tudo o que a sociedade normal já cobra há quase um mês nas ruas e praças do País.

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