sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Gonzagão, a Lenda, homenagem ao Rei do Baião, chega a Fortaleza



 Nos dias 21, 22 e 23 próximos, Fortaleza recebe o musical “Gonzagão, a Lenda”, espetáculo multipremiado que já foi visto por 65 mil no Brasil. As apresentações na cidade são promovidas pela Rede, empresa do grupo Itaú Unibanco, para homenagear um dos maiores nomes da música brasileira. “É muito importante valorizarmos a obra de Gonzagão, artista que é um marco para o povo nordestino e para o Brasil”, diz Cristiane Magalhães, diretora de Marketing de Negócios do Itaú Unibanco.

O musical “Gonzagão, a Lenda”, idealizado pela produtora Andréa Alves, com texto e direção de João Falcão, é uma homenagem ao grande ícone da cultura brasileira. Há um ano em cartaz e com diversos prêmios e lindas críticas na bagagem, o espetáculo foi visto por cerca de 65 mil pessoas no Rio de Janeiro e em São Paulo e foi vencedor do Prêmio Shell de Teatro 2012 de Melhor Música; do 7º Prêmio APTR de Melhor Produção; e do Prêmio FITA 2013 nas categorias Melhor Espetáculo (Júri Popular), Melhor Direção e Melhor Figurino.

Sobre o espetáculo

Oito atores e uma atriz se revezam no palco em uma viagem musical pela trajetória do Rei do Baião. Como em qualquer história de homem que vira mito, a vida de Luiz Gonzaga tem passagens em que as versões de seus biógrafos não convergem, em que realidade e fantasia se confundem. Mas o autor e diretor João Falcão se sentiu livre para tratar mais do mito do que do homem.

“É a história de Luiz Gonzaga, mas não é Wikipédia”, diz Falcão, que evitou qualquer didatismo na construção do texto, embora tenha lido vários livros sobre um dos artistas mais importantes da música brasileira, morto em 2 de agosto de 1989, cujo centenário de nascimento foi comemorado em dezembro de 2012.

A opção por uma abordagem teatral, não enciclopédica, fica explícita logo no início da peça, quando uma trupe se apresenta para contar a “lenda do Rei Luiz”. Os atores desta trupe anunciam que encenarão uma história iniciada “no sertão do Araripe lá pelos idos do século XX”. As referências são maciçamente nordestinas, sobretudo pernambucanas.

Luiz Gonzaga nasceu no município de Exu, de onde saiu aos 17 anos para ganhar o mundo. João Falcão também é de Pernambuco, da cidade de São Lourenço da Mata. “A festa mais importante da minha casa era a de São João, e São João era Luiz Gonzaga. Ele era patrimônio do povo, mais do que qualquer outro artista. Poucas músicas que estou usando no espetáculo descobri agora. A maioria eu sabia de cor, já sabia tocar”, conta ele, que também é compositor.

Na história do rei do baião, João Falcão se permitiu rebatizar duas mulheres importantes da vida do músico, Nazarena (o primeiro grande amor) e Odaléa (a mãe de Gonzaguinha) como Rosinha e Morena, respectivamente, nomes que aparecem em músicas do compositor. E ainda se permitiu criar um encontro que nunca aconteceu: Luiz Gonzaga e Lampião, dois mitos nordestinos.

Também há espaço para se falar da originalidade de Gonzaga, um artista que, a partir dos ensinamentos de seu pai, Januário, criou em sua sanfona um gênero, o baião, e o transformou em sucesso e patrimônio nacionais. Dentre as cerca de 40 canções que estão no espetáculo há sucessos como “Cintura fina”, “O xote das meninas”, “Qui nem jiló”, “Baião”, “Pau-de-arara” e sua mais célebre criação, “Asa branca”.

De acordo com a linha não dogmática de todo o espetáculo, o musical não ficou preso à estrutura básica do forró, que é sanfona-triângulo-zabumba. No conjunto dos quatro instrumentistas virtuoses que atuam no palco, há, além do sanfoneiro (Rafael Meninão) e do percussionista (Rick De La Torre), um violoncelista (Daniel Silva) e um rabequeiro e violeiro (Beto Lemos).
Os arranjos de todas as músicas foram elaborados pelos quatro músicos, que por conta da longa temporada estão em grande sintonia e presenteiam a plateia com improvisos em todas as apresentações, um privilégio para o espectador e uma renovação diária para a montagem. Beto Lemos rouba a cena em “Assum Preto”, em um solo de rabeca que já foi aplaudido durante cinco minutos em cena aberta.

SERVIÇO
Musical Gonzagão – A Lenda
Quando: dias 21 e 22, às 20h e dia 23, às 19h
Onde: Anfiteatro do Dragão do Mar

Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

DESTAQUE

Uso de reconhecimento facial no Brasil e no Ceará é tema de audiência na Alece nesta terça

  Foto: Divulgação/Alece A Comissão de Direitos Humanos e Cidadania (CDHC) da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) realiza, nes...