segunda-feira, 28 de abril de 2014

PRETO NO BRANCO, coluna publicada no jornal o Estado


CORTANDO A PRÓPRIA CARNE
Depois de ver alguns de seus principais quadros levados à prisão por envolvimento num desgastante e longo processo de corrupção, com o caso do Mensalão, parece que o PT não está mais disposto a correr esse risco e ao primeiro sinal de contaminação, já trata logo de cortar da própria carne. Flagrado pela Operação “Lava-Jato” da Polícia Federal, por envolvimento com um dos doleiros responsáveis por lavar dinheiro de negociatas realizadas por empresários com diretores de estatais e funcionários públicos, o vice-presidente da Câmara, o petista André Vargas, além de ter sido obrigado por seu Partido a renunciar ao cargo na direção da Casa, agora é pressionado a renunciar também ao mandato. Se não o fizer até a próxima semana será expulso sumariamente pela Executiva Nacional do PT.
Vargas é do Paraná e foi coordenador da campanha de Gleise Hoffmann ao Senado. A petista chefiou com mãos de ferro a Casa Civil no governo Dilma e tem feito uma defesa contundente do governo diante dos ataques da oposição à presidenta, na tentativa de envolvê-la no caso da compra da refinaria de Pasadena. A oposição, liderada pelo PSDB, acredita que poderá usar o envolvimento de Vargas com o doleiro Yousseff para ligar Gleise, que é candidata ao governo do Paraná contra Beto Richa, do mesmo PSDB de Aécio, com as relações mal explicadas entre Vargas e o doleiro. É claro, portanto, que o PT tem pressa em se livrar do estorvo em que Vargas se transformou.
Mas se é verdade que o petista André Vargas andou se utilizando de favores do doleiro Yousseff, como o uso de um helicóptero de sua propriedade, também é verdade que o tucano é também senador pelo Paraná, Álvaro Dias, fez uso dos mesmos favores. Como a Operação “Lava Jato” foi desencadeada pela Polícia Federal do Paraná, não nos espantemos se nos inquéritos aparecerem surpresas para ambos os lados.
CURTO CIRCUITO
• Frase 
 “É na Educação que está o aperfeiçoamento humano. O homem não é nada mais além do que a Educação faz dele. Afora isso, ele permanecerá mergulhado na mediocridade ”. A frase não é de nenhum político da atualidade, que tenta fazer da Educação trampolim para se eleger. Seu autor foi o grande filósofo alemão Immnuel Kant, e foi pronunciada há “apenas” 290 anos...  
• Empecilhos 
Para o ex-governador do Ceará, Gonzaga Mota, hoje mais um desencantando com essa conversa de governar, enquanto não se implantar uma consciência de que para promover o desenvolvimento de um estado é preciso união de todos, jamais chegaremos a um nível ideal. Com o governador seguindo um rumo e a oposição o outro, os avanços são sempre insatisfatórios.
• “Cutucando” a fera 
É opinião generalizada que os petistas, a começar pelo presidente regional do PT, Diassis Muniz e o deputado José Guimarães deram tiros no pé, ao provocar os brios do ex-governador e ex-senador Tasso Jereissati, na questão do Senado. Não se “cutuca onça com vara curta”, principalmente se a dita cuja, além de rica, tem seu ego ferido em campanha anterior.
• Neutralidade a risco  
 Num país onde os ministros do Judiciário são nomeados atreves de manobras protecionistas, torna-se cada vez mais difícil para esse poder manter a neutralidade política. Este ano, mais quatro ministros do STJ estarão sendo aposentados. Quando forem nomeados os seus substitutos, aquele colegiado terá todos os seus 33 ministros nomeados por Lula e Dilma... 
• Vingança besta 
 Seria insensatez e injustiça não condenar grande parte do que a Ditadura Militar legou ao Brasil. Mas, a respeito do assunto, certas atitudes não passam de palhaçadas. Como é o caso do projeto de lei da deputada Jandira Feghalli (PCdoB-RJ). Sua proposta é “anular as eleições dos presidentes Castello Branco, Costa e Silva, Médici, Geisel e Figueiredo”. É falta do que fazer.
• Pecado da gula 
 Quando se diz que o PT “tem os olhos maiores do que a barriga”, há quem ache exagero. Agora mesmo essa moçada só pensa “naquilo”, ou seja, “encher” o Senado de petistas cearenses. Descartada a chance de chegar ao Palácio da Abolição, eles querem ter na Câmara Alta: José Pimentel, Catanho (se Eunício for eleito governador) e José Guimarães. Menos, menos!...
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