terça-feira, 29 de abril de 2014

Desmonte: Rede de doleiros na mira da Polícia Federal

PF desmonta rede de doleiros usada para abastecer campanhas

Quadrilha de doleiros usava empresa de segurança em Pernambuco para operar sistema paralelo de câmbio; operação apreendeu US$ 8 milhões

Alana Rizzo
Operação Grande Truque da Polícia Federal
Dinheiro apreendido na Operação Grande Truque da PF (Divulgação/Políicia Federal
A Polícia Federal apreendeu nesta terça-feira mais de 8 milhões de dólares em espécie na sede de uma empresa de segurança privada em Pernambuco. Segundo investigadores, parte do dinheiro que passava pelo esquema seria usada para abastecer campanhas eleitorais.

A quadrilha de doleiros, de acordo com a PF, operava um sistema paralelo de câmbio por meio da Brinks Segurança e Transporte de Valores. O dinheiro, em vez de ser transportado, ficava parado na empresa à espera de saques, como um banco, só que sem registro no sistema financeiro. Procurada por VEJA, a empresa disse que "até o momento, não teve acesso ao processo judicial e, assim, não pode se pronunciar sobre o caso".
A estimativa da PF é que a organização criminosa, que possuía ramificações internacionais, tenha movimentado mais de 100 milhões de reais. As investigações começaram em 2010 a partir de relatórios de operações suspeitas do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
O esquema ajudava empresários a pagar fornecedores no exterior. “O grupo trabalhava com empresários que queriam subfaturar determinada importação e operavam o dólar-cabo para isso. O pagamento da diferença do valor da mercadoria era feito por esses doleiros”, afirmou em entrevista coletiva o superintendente da Polícia Federal em Pernambuco, Marcelo Diniz.
O delegado informou ainda que a cooperação internacional envolveu cinco países: Bélgica, Inglaterra, Portugal, Itália e China.
Na operação, a PF cumpriu trinta mandados de busca e apreensão, catorze mandados de condução coercitiva e três mandados de prisão preventiva. A operação foi deflagrada em Pernambuco, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Norte. A quadrilha é investigada por práticas de evasão de divisas, instituição financeira clandestina, lavagem de dinheiro e associação criminosa. (Veja)

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