quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Ministros do primeiro governo Dilma

Mais de dez põem cargo à disposição

O ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) confirmou, ontem, que entre dez a 15 ministros já colocaram o cargo à disposição da presidente Dilma Rousseff para que ela possa fazer sem constrangimentos a reforma política para o segundo governo. O governo tem 39 ministérios no total. De acordo com o ministro, os gestos são apenas uma “formalidade” e um jeito de demonstrar publicamente que a presidente tem toda a liberdade para escolher sua equipe.
A ideia original era que os ministros fizessem isso apenas na semana que vem, quando Dilma estará de volta ao País. Ela está em viagem à Austrália, onde participará da reunião do G-20, grupo das maiores economias do mundo. Nessa terça (11), no entanto, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, enviou sua carta de demissão à Presidência e a publicou nas redes sociais. No texto, ela faz crítica velada à condução da economia. Com a saída abrupta, a Casa Civil acionou os demais integrantes do primeiro escalão, pedindo que antecipassem o movimento.
Gesto formal
Segundo Mercadante, ele, a ministra Miriam Belchior (Planejamento) e José Eduardo Cardozo (Justiça) foram os autores da ideia de que os demais ministros fizessem o gesto formal. No entanto, ele ainda não tinha conversado com a presidente sobre o assunto. Os três já entregaram suas cartas de demissão. “É uma forma de demonstrar publicamente esse espírito que foi a campanha da presidente Dilma – de uma equipe nova em um governo novo –, todo mundo formalizar essa gentileza para ela ter total liberdade. De qualquer forma, ela tem toda a liberdade. Ela foi eleita, vivemos em um regime presidencialista, e ela pode trocar o ministro que ela quiser quando ela achar oportuno. Mas é um gesto”, afirmou Mercadante.
Segundo o ministro, a maior parte de seus colegas está de acordo com a proposta, mas ninguém é obrigado a entregar o cargo. “Com os que conversei, pessoalmente, todos receberam muito bem. É uma gentileza. Um gesto de agradecimento e reconhecimento pela honra de ter participado deste governo”, disse.
Avalanche
Segundo a Folha apurou, Marta já havia apresentado seu pedido de demissão na semana passada, mas Mercadante pediu para segurar a exoneração. O ministro minimizou a saída de Marta e afirmou que a avalanche de cartas de demissão recebidas não tem “nada a ver” com o pedido da ex-ministra.
“Na semana passada, nós já tínhamos falado com vários ministros sobre essa possibilidade. Isso até já tinha sido publicado na semana passada. Então, não tem nada a ver uma coisa com a outra. A ideia era quando ela chegasse da viagem, mas terminou saindo na imprensa e acabaram com a nossa novidade”, explicou.
Além dos citados, entregaram seus cargos até agora: Mauro Borges (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Thomas Traummann (Secretaria de Comunicação) e Clélio Campolina (Ciência e Tecnologia). Mercadante não quis dizer quem são os outros ministros que também enviaram suas cartas. Questionado sobre se procurará a ministra Marta, Mercadante evitou responder diretamente e elogiou a colega. “Sou companheiro dela há mais de 30 anos. É um quadro importante para São Paulo no Senado Federal, especialmente agora que o Suplicy não estará mais”, disse.
Marta tomou posse na Cultura em setembro de 2012, no lugar de Ana de Hollanda. Já foi prefeita de São Paulo (2001 a 2004), deputada federal (1995 a 1998) e ministra do Turismo (2007 a 2008). O presidente em exercício, Michel Temer, assinou o pedido de demissão de Marta na tarde de ontem. A substituta imediata é a secretária executiva Ana Cristina Wanzeler. Ainda não há nome para ser efetivado ao cargo de ministro.

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