sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Segurança com péssimas condições de trabalho não dá

Policiais civis de Pernambuco alegam que trabalharam "de graça" e em más condições no Carnaval

Do NE10
Além do não recebimento das diárias, os policiais alegam que trabalharam em "condições insalubres" / Foto: Divulgação
Além do não recebimento das diárias, os policiais alegam que trabalharam em "condições insalubres"Foto: Divulgação
O Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Simpol) denunciou, através de nota emitida nesta quinta-feira (19), que os agentes ainda não receberam as diárias referentes ao trabalho realizado nos dias de Carnaval em todo o Estado este ano. A categoria ainda reclama que as delegacias ofereciam péssimas condições de trabalho e que até a água e as refeições foram custeadas com o dinheiro do próprio bolso.

De acordo com o presidente do Simpol, Áureo Cisneiros, até esta quinta-feira, o valor de R$ 180 referente ao trabalho nos festejos de Momo não foram depositados. Além disso, a categoria reivindica um rejuste no valor pago pela diária de trabalho no Carnaval que, segundo o Simpol, deveria ser de R$ 360.

O sindicato informa que cada policial trabalhou por até dois dias durante o carnaval de 2015.

A acusação de que os policias "trabalharam de graça" ou que "pagaram para trabalhar" nos dias de Carnaval está sustentada em outra denúncia da categoria: a de que até mesmo a água e as refeições para os dias de trabalho foram pagas com o dinheiro que os agentes tiraram do próprio bolso. "Não tinha água e nem almoço. Foi preciso pagar do próprio dinheiro para custear as refeições", afirma Cisneiros.

De acordo com os agentes, o ar condicionado da unidade móvel não funcionava
De acordo com os agentes, o ar condicionado da unidade móvel não funcionavaFoto: Divulgação
Ainda de acordo com o comunicado emitido pelo Simpol, as delegacias e unidades móveis de atendimento ofereciam condições "insalubres" para que os policiais realizassem seu trabalho: "Além de não receber as diárias prometidas para a jornada extra no Carnaval, os policiais civis foram expostos a condições de trabalho degradantes. Recebemos denúncias de policiais civis que noticiaram a total falta de condições de trabalho nas unidades móveis da polícia. Calor insuportável, tanto para o trabalhador quanto para o público atendido, banheiros interditados e insalubres", afirma a nota, ao tratar em especial da delegacia de Pesqueira, no Agreste de Pernambuco, e das unidades de atendimento móvel que circularam na Região Metropolitana do Recife (RMR) durante os quatro dias de folia.

Áureo Cisneiros afirma que as condições da delegacia impediram o atendimento de foliões que buscaram pela polícia no Carnaval. Eles teriam se queixado principalmente do aparelho de ar condicionado que não funcionava em uma das unidades móveis da Polícia Civil.

O Sindicato ainda culpa o "descaso do Governo do Estado" pelo aumento nos índices de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI), que no período do Carnaval de 2015 teve uma elevação de 29,7%. Foram registrados 83 assassinatos durante o Carnaval pernambucano neste ano.
O banheiro da delegacia de Pesqueira também foi denunciado pela categoria
O banheiro da delegacia de Pesqueira também foi denunciado pela categoriaFoto: Divulgação


"O Sinpol considera que a segurança pública não pode ser feita de forma atabalhoada, sem um mínimo de estratégia. Eventos como o Carnaval têm data pré-fixada anualmente e podem ser melhor planejados. Quem perde como isso, novamente, é a população pernambucana que, muitas vezes, paga o preço caro com sua vida", finaliza o sindicato.

Por meio de sua assessoria de comunicação, a Polícia Civil de Pernambuco informou ao NE10 que parte do pagamento das diárias de Carnaval foi feito nesta quinta e que a outra parte será depositada até esta sexta-feira (20). O comunicado também diz que, "em relação ao trabalho extra do Carnaval, não existem problemas relacionados aos pagamentos das diárias dos policiais civis".

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