sábado, 3 de outubro de 2015

Homofobia no Psol

'Não filio homossexuais', diz membro do PSOL em Cruzeiro do Sul

Direção do PSOL no AC diz que ele não está autorizado a falar pelo partido.
Queiroz dever ser afastado do partido após declarações.

Adelcimar Carvalho e Tácita MunizDo G1 AC
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Queiroz diz que não filia homossexuais porque não concorda com a prática  (Foto: Adelcimar Carvalho/G1)Queiroz diz que não filia homossexuais porque não concorda com a prática (Foto: Adelcimar Carvalho/G1)









O representante do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) em Cruzeiro do Sul, José de Queiroz, de 64 anos, provocou polêmica ao declarar durante entrevista a uma emissora local na quinta-feira (1) que não irá permitir a filiação de homossexuais ao partido.  A declaração provocou reação no PSOL regional que emitiu uma nota afirmando que Queiroz não tem autorização para falar em nome do partido.
Ao G1, nesta sexta-feira (2), Queiroz tentou se explicar. Segundo ele, a agremiação possui sete pessoas que são livres para filiar qualquer pessoa, porém, ele diz não aceitar a "prática homossexual".
"Aceitamos filiação, desde que sejam de pessoas decentes e idôneas e que não tenham passado sujo. Porque quem nasceu filho da santa, continua filho da santa, e quem é filho da outra, continua sendo filho da outra. Como pessoa, eu não filio homossexuais, mas o partido é livre para aceitar qualquer pessoa. Por isso é PSOL, onde o sol nasce para todos", disse.
O presidente regional do partido, Jamyr Rosas, informou que Queiroz não é diretor do partido, como se apresenta e, depois das declarações, deve sofrer sanções. Queiroz se filiou ao PSOL em julho deste ano e fazia parte de uma Comissão que iria formar o diretório do partido na cidade.
"A gente repudia veemente essas declarações, não aceitamos e ele vai passar por sanções. Agora ele deve ser afastado e o processo vai ser encaminhado para o conselho de ética. Ele não tinha autorização para falar como presidente, não existe direção montada na cidade. Não tinha autorização para dar entrevistas", enfatizou.
Em nota, o PSOL regional informou ainda que o pedido de filiação de Queiroz foi feito em junho de 2015 e ainda estava sendo analisado. "Por fim, defendemos o direito e a liberdade de cidadão e não aceitamos nenhum tipo de preconceito e discriminação, seja ele racial, religioso, de gênero ou orientação sexual", aponta.
'A prática é que não aceito, mas tenho muitos amigos homossexuais', diz
Com declarações contraditórias, Queiroz, que era um dos pré-candidatos do partido à prefeitura de Cruzeiro do Sul em 2016, afirma que não é contra os homossexuais, mas que não lhes permite a filiação.
"Não interessa a posição e sexo ou a maneira que ele queira agir, porque cada um é dono de si. Porém, eu como evangélico, digo que não concordo com isso, mas tem sete pessoas e cada um filia quem quiser. A prática é que não aceito, mas tenho muitos amigos homossexuais, que a gente se dá muito bem. Mas, não concordo filiar gente assim", enfatizou.
A Associação dos Homossexuais do Acre (Ahac) também se manifestou sobre as declarações e informou que "fez toda a articulação para fazer chegar a informação ao partido nacionalmente". O presidente da Ahac, Germano Marino, disse que Queiroz se mostrou despreparado para estar à frente do partido.
"Esse senhor demonstra ser uma pessoa despreparada para estar à frente de um partido de esquerda. Vamos procurar os meios legais para representação contra essa discriminação e incitação à exclusão que gera violência”, finalizou.

Um comentário:

  1. A relação entre discriminação, violência e política é muito próxima como vemos em:
    http://saudepublicada.sul21.com.br/2015/08/31/religiao-e-laicidade-discriminacao-e-violencia/

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