quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Delcídio espalhou farofa no ventilador


Delcídio usou nomes de Dilma e de ministros do STF

Em conversa gravada, o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), preso, ontem, sob suspeita de interferir nas investigações da Lava Jato, indicou influência junto à presidente Dilma Rousseff e a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) para tentar conseguir a libertação do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró e Renato Duque.
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Na reunião, o congressista conversa com o advogado Edson Ribeiro e com Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor. Na fala, Delcídio diz que conversou com os ministros Dias Toffoli e Teori Zavascki, relator da Lava Jato, sobre o habeas corpus para os dois. O congressista discute ainda estratégias para o convencimento do ministro Gilmar Mendes, indicando que pediria ao “[vice-presidente da República] Michel [Temer]” e ao “[Presidente do Senado] Renan [Calheiros” que conversassem com Gilmar. Toffoli e Gilmar negam tratativas.
Delcídio fala ainda sobre o plano de fuga para Nestor Cerveró. Em depoimento aos investigadores, Bernardo Cerveró disse ainda que Delcídio colocou como uma das movimentações políticas para favorecer a situação do ex-diretor da Petrobras ‘estar’ com a presidente Dilma Rousseff.
“Prometeu movimentar-se politicamente para ajudar Nestor Cerveró e sugeriu que a família também procurasse Renan Calheiros e Edison Lobão [os senadores], porque Nestor Cerveró teria “trabalhado com essas pessoas”, afirmou.
Questionado sobre como, concretamente, Delcídio Amaral prometeu movimentação política, o depoente explica que o senador disse que “tinha entrada no Supremo”, “esteve com Dilma”, “esteve com lideranças”, sempre procurando sinalizar que poderia haver uma melhoria da situação de Nestor Cerveró a partir desses contatos políticos. Indagado sobre o que esperava do senador com sua movimentação política, o depoente esclarece que esperava que um ou mais juízes fossem convencidos a conceder habeas corpus a seu pai.
Questionado sobre as citações de Delcídio, Renan afirmou que não tem qualquer conhecimento sobre o caso e defendeu a separação dos Poderes.
“Não acompanhei nenhum detalhe. Se há uma coisa que precisa ser preservada na circunstância em que vivemos no Brasil é a separação dos Poderes. Não vejo, sinceramente, a possibilidade de haver uma influência de um poder sobre o outro poder. Da mesma forma que vejo a necessidade de garantirmos a Constituição no que se refere às garantias individuais”, disse.

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