terça-feira, 17 de novembro de 2015

Isso também é terrorismo

Boatos de crimes aumentam sensação de insegurança da população em Fortaleza


Ameaças de ataque em massa por grupos de extermínio, retaliação à morte de policiais e toques de recolher são alguns dos recados que estão sendo repassados à população pela internet, principalmente, nos grupos de Whatsapp, e provocando uma onda de medo e tensão.
Boatos - insegurança - joão XXIIINAYANA MELO (1)
Ontem, novas mensagens ameaçadoras circularam nas redes sociais. A estudante Caroline Cabral, 24, recebeu uma delas e disse que ficou preocupada com o teor. “Pensei até em faltar aula. Na mensagem dizia que um grupo ia matar qualquer pessoa que encontrasse na rua de quatro bairros específicos, após as 21 horas. A mensagem dizia, ainda, que haveria um toque de recolher e que o ataque fazia parte da retaliação à morte do policial na Avenida Lineu Machado. Achei um absurdo, mas acabei acreditando devido aos últimos acontecimentos em Messejana”, disse.
No bairro Jockey Clube, cenário do assassinato do policial militar José Marques Ferreira, ao tentar evitar o assalto a uma lotérica no último sábado (14), os moradores da região e de bairros próximos receberam inúmeras mensagens sinalizando uma nova chacina. O auxiliar de sapateiro Joel da Silva, 26, disse ter recebido as mensagens. “Eu não acreditei de imediato, pois acontece tanta coisa mentirosa na internet que eu preferi continuar levando minha vida sem me amedrontar”, falou.
Novas ameaças
Algumas mensagens repassadas, ontem, nas redes sociais, falavam sobre ataques a escolas de Fortaleza. Em entrevista coletiva, na manhã de ontem, o secretário adjunto da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), coronel Lauro Prado, alertou para os cuidados com o compartilhamento de boatos, tanto em áudio como em texto.
Ele disse que as únicas ocorrências confirmadas foram o atentado contra a viatura da Delegacia de Capturas (Decap), quando o veículo foi incendiado na calçada do 8º Distrito Policial (Prefeito José Walter) no domingo (15); e os disparos contra a 3ª Companhia do 6º Batalhão de Polícia Militar (BPM), no bairro Montese. “Os fatos que estão sendo noticiados não são verdades. Nós tivemos dois fatos reais, os demais são boatos. As pessoas estão se aproveitando e usam cenas de fatos anteriores e colocam como se aquilo estivesse acontecendo naquele momento”, informou.
Investigação
De acordo com a Polícia, na manhã de ontem, um homem foi preso suspeito de ter participado do atentado contra a 3ª Companhia do 6º BPM. Ainda segundo o secretário adjunto, os crimes que foram cometidos estão sendo investigados e o efetivo das Polícias Civil, Militar e Corpo de Bombeiros estão nas ruas, para garantir segurança à população. “Sobre os policiais assassinados, nós estamos diligenciando. Montamos uma força-tarefa com o fato ocorrido no Curió. E com relação ao assassinato do cabo Marques, nós já temos a identificação dos suspeitos e esperamos ter alguns resultados para informar a todos”, finalizou.

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