Cinema brasileiro está de parabéns. Até que enfim, o reconhecimento chegou. Antes tarde do que nunca. A brasileira Fernanda Torres ganhou o Globo de Ouro como melhor atriz por seu desempenho no drama Ainda Estou Aqui, de Valter Sales, tornando-se a primeira brasileira a conquistar o prêmio.
Emocionada, Fernanda dedicou o prêmio à mãe Fernanda Montenegro, lembrando que há 25 anos, a primeira dama da dramaturgia brasileira também concorreu ao prêmio, coincidentemente por outro drama dirigido por Walter Sales Jr., Central do Brasil.
Fernanda também está cotada para uma indicação ao Oscar de melhor atriz pelo mesmo papel.
Na madrugada desta segunda-feira, a 82.ª edição dos Globos de Ouro trouxe um momento histórico para o cinema brasileiro: Fernanda Torres foi escolhida como Melhor Atriz em Filme de Drama pela sua interpretação arrebatadora em Ainda Estou Aqui. Concorrendo com atrizes hollywoodyanas como Angelina Jolie, Nicole Kidman, Tilda Swinton, Kate Winslet e Pamela Anderson, a filha da dama do teatro brasileiro, Fernanda Montenegro, foi a única atriz de língua não-inglesa na categoria, um feito raro que realça ainda mais a importância desta conquista.
O filme, uma adaptação do livro autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva, transporta-nos ao Brasil da ditadura militar, entre 1964 e 1985, e foca-se na história de Eunice Paiva, interpretada por Torres. Eunice, uma mulher comum e mãe de família, vê a sua vida virar do avesso quando o marido, Rubens Paiva, um político influente, é preso, torturado e morto pelo regime. A atuação de Torres dá vida à dor, à resiliência e à luta de Eunice para preservar a memória de seu marido e manter a família unida no meio do caos. Walter Salles conduz a narrativa com sensibilidade, criando um retrato comovente e universal sobre amor, perda e resistência.
Ao subir ao palco para receber o prémio, Fernanda Torres, visivelmente emocionada,: iniciou sua fala dizendo: "Meu Deus, eu não preparei nada, estava feliz só por estar aqui". Agradeceu ao realizador Walter Salles, a quem chamou de "meu parceiro, meu amigo", e dedicou o prêmio à sua mãe, Fernanda Montenegro, lembrando que sua mãe foi indicada ao mesmo prémio há 25 anos por Central do Brasil. "Isso é uma prova de que a arte dura na vida, mesmo durante momentos difíceis", afirmou, referindo-se tanto à luta de Eunice Paiva quanto aos desafios que o mundo enfrenta hoje.
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