sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

VAMOS TRABALHAR!


Julieta Brontée
Num país onde os que mais querem trabalhar não têm emprego, não é mais novidade que os avessos ao trabalho terminem sendo favorecidos. Um exemplo claro foi dado pela Câmara Municipal de Fortaleza que aprovou, nesta semana, matéria dispensando de alvará de funcionamento os templos religiosos construídos para essa atividade. A verdade é que, mesmo antes desse afrouxamento total, o número de pequenos muquifos, chamados de “igrejas” cresceu muito mais do que o de bodegas ou “frejos”.
O grande “fenômeno” em relação a essa polêmica, é que a CMF é composta por 85% de vereadores católicos. Na hora das votações importantes, essa pequena bancada evangélica, ameaça aprovar ou não  determinadas matérias, dependendo do que terão como retorno. Essa arma safada vem sendo usada como moeda de troca. E dessa vez, os papéis se inverteram, com os católicos aprovando a “abertura da porteira” das novas pequenas “bodegas religiosas”. Em compensação, terão o apoio no que quiserem.
A dispensa do alvará vai abrir mais ainda os portões para que falsos e espertos “pastores” construam tantas “igrejas” quantas quiserem, com o que passarão a viver à tripa-forra, às custas de alguns pobres, incautos e ingênuos que passarão a trabalhar para eles. É, sem dúvida, um dos mais desleais tipos de concorrência que ocorrerá entre eles próprios. Empregos públicos estão difíceis. Privados também. Vamos, então, construir “igrejas”. Enquanto existir tolos, os salafrários oportunistas não sofrerão necessidades.
CURTO CIRCUITO

SINUCAS – Há alguns dias, na AL, um prefeito da região da Ibiapaba afirmava não saber o que alguns deputados federais e estaduais iriam fazer para cumprir o que prometeram aos prefeitos por eles eleitos e seus respectivos eleitorados. Muitos deles davam a impressão de que agiam como chefes dos armazéns de Temer. Passada a eleição, eles começam a confessar terem cometido exageros e erros de cálculos em suas promessas.
VAI ARROCHAR – Segundo o MPF, passarão por extremas complicações Câmaras Municipais que, sem embasamentos técnicos, e movidos por “arranjos” com prefeitos aprovarem contas reconhecidamente ilegais. Isso porque, se essas questões chegarem ao TSE e STF, vai acontecer verdadeiro “desbaste” nas Câmaras, cujos membros envolvidos em negociatas com prefeitos serão cassados pela Justiça Eleitoral.
GRANDE PUTIN! – Quando o Diabo levou Josef Stálin, os russos pensavam ter se livrado do mais cruel dos tiranos. Mas não foi bem assim. Agora mesmo, o presidente Vladimir Putin acaba de decretar uma Lei inacreditável: nenhuma pessoa, seja mulher, criança ou idoso denunciar maus-tratos por parentes e cuidadores, não será atendido se não comprovar que, das agressões sofridas, não apresentar nenhuma fratura. Vade retro!
QUE VERGONHA! – A nossa “colenda” Câmara dos Deputados, aprovou mais uma. Aprovou, não, “aprontou”. Trata-se desse projeto infame que dispensa partidos políticos de cumprir seus ditames legais para poderem funcionar. Assim, cumpre regras partidárias o partido que quiser. Agora sim, eles serão invadidos por mais salafrários. Diante de tanta vergonheira, não admira a rejeição dos jovens pelos partidos e pela política.
ASSIM SERÁ MELHOR – O deputado Carlos Matos (PSDB), mostra, mais uma vez o seu equilíbrio, ao se manifestar sobre a polêmica extinção do TCM. Para ele, o que criou um clima de guerra foi urgência na votação da PEC do deputado Heitor. Agora, que o mesmo deputado tem pronta nova versão da mesma PEC, Matos diz que esta deve ser debatida nos mínimos detalhes, sem mais confrontos, e sem urgência desnecessária.

NINGUÉM SEGURA – Lideranças políticas não podem ser fabricadas, e devem surgir espontaneamente, o que lhes dá autenticidade. É o caso do deputado Federal Cabo Sabino (PR). Ninguém acreditava nem que ele fosse eleito. Mas foi e cresceu de forma incontida. Para coroar essa curta, mas brilhante carreira que mal começou, foi escolhido por unanimidade coordenador da bancada federal, que antes era para figurões consagrados.
(Coluna publicada no jornal o Estado)

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