Para o jornalista Carlos Alberto Sardemberg, da Rede Globo – CBN, o maior problema do presidente Lula, nestes primeiros dias de governo, é o excesso de conversa e de promessas, o que teria levado ministros e amigos a amenizarem os efeitos de suas declarações. Em meio a ações e pronunciamentos, o Chefe da Nação chegou a se chocar com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, cuja autonomia ele tenta derrubar na Câmara dos Deputados, o que o presidente daquela Casa, Arthur Lira, já advertiu que não será aprovado. Esse confronto com Campos, segundo este, nada tem a ver com nenhum dos ministros, e que está sendo orquestrado pela cúpula do PT.
A propósito da maneira
rigorosa como o presidente Lula vem tratando os seus ministros, não será
impossível que alguns resolvam deixar suas pastas. Por conta de uma informação
adiantada do ministro dos Portos e Aeroportos, a respeito do projeto “Voa
Brasil”, abatendo preços de passagens aéreas, ele transformou em carão o que
poderia ser apenas uma advertência para que qualquer proposta de ministros
tenha que ser aprovada pela Casa Civil. E tem mais: não haverá propostas de
ministros, mas, de Governo. Houve, inclusive, quem comparasse essa advertência
de Lula a certas atitudes de seu antecessor quando costumava “puxar as orelhas”
de seus comandados.
“PEDIGREE”
O defeito de Campos deve
ser ter sido indicado pelo então presidente Bolsonaro, pois, como se sabe, tem “pedigree”
no campo da atividade bancária nos seus mais elevados níveis: é filho de
Roberto de Oliveira Campos Filho, com 18 anos na presidência do Banco
Santander, e neto de Roberto Campos, Ministro do Planejamento de Castello Branco,
e idealizador do BNDES. Não se justifica Lula questionar o controle do BC, com
palavrórios contra as decisões de quem domina essa atividade, além disso, todos
os Bancos Centrais dos demais países são autônomos, e o Brasil não pode se dar
ao luxo de ser uma exceção.
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