O
Brasil, mais uma vez, viveu momentos vergonhosos no momento político. Se os
políticos e a imprensa do mundo inteiro estiveram atentos às manobras que
redundaram nas eleições para as novas mesas diretoras da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal do Brasil, disporão de assunto para muitas reportagens e debates
a respeito do que significa praticar a política onde prevalecem as tendências
de mais de 30 partidos, em sua quase totalidade, destituídos de um mínimo de
ideologia ou de doutrina, ética e respeito pelo eleitorado e por toda uma
sociedade. Na hora em que o Congresso mais necessitava de moralidade e
equilíbrio, as duas Casas viraram um balcão de negociatas.
O
que tem alimentado a imprensa depois das escabrosas eleições, é a maneira como
deputados e partidos se deixaram vender . Acresça-se a isso um modelo de
escolha através de voto secreto, pelo qual ficam escancaradas todas as portas
para traições vergonhosas de deputados e de senadores aos próprios partidos
pelos quais foram eleitos. Jornalistas da imprensa estrangeira que cobriam o
pleito, concordavam que ali, o que menos se disputou se discutiu nos duelos
entre os candidatos à presidência do Senado e da Câmara foi os interesses
urgentes de um país assolado por uma pandemia e em crise econômica. A troco de
cargos e ministérios, partidos e parlamentares esqueceram-se da vergonha e agiram
como prostitutas, com o respeito que estas merecem.
Só
para se ter uma pequena mostra de como coisa ficou feia foi a escolha da
deputada bolsonarista Bia Kicis (PRP-DF), investigada pelo Supremo no chamado inquérito
das fake News que apura ataques contra STF e seus ministros através de notícias
falsas, calúnias e ameaças, foi indicada para a Comissão de Constituição e Justiça,
a mais importante da Câmara Federal. Para quem não sabe, essa Comissão é
responsável por avaliar a viabilidade de Propostas de Emendas à Constituição - PECs e de pedidos de impeachment do
Presidente da República.
Em meio a essa zorra
política, jornalistas brasileiros são
concordes em que, para se evitar a repetição de episódios como aquele em que um
presidente incompetente dominou os dois parlamentos maiores do país, o
jornalista Ricardo Noblat, da “Veja” afirmava que não foi só o caráter venal de
deputados, senadores e dirigentes partidários que avacalharam um episódio que
poderia ser histórico. Para ele, o país não poderá jamais ver moralizado o seu
sistema político, enquanto purularem nesse sistema dezenas de partido sem um
mínimo de conteúdo, e constituídos por profissionais que só pensam em vender
seus votos a qualquer custo. A esperança, dizia o jornalista Fernando Mitre, da
Band, será o sumiço da maior parte deles, eliminados pela lei e pelo eleitorado
consciente formado por eleitores de critério.
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