quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Com FBC na liderança do governo Bolsonaro no Senado, fica claro que o "capitão" foi eleito para entregar recursos da previdência aos bancos e não para combater a corrupção, relegada ao segundo plano por delatados e alvos da Lava Jato do governo



Escalado por Bolsonaro para comandar a Reforma da Previdência e de combate à corrupção no Senado, FBC responde a cinco inquéritos no STF e tem como um dos principais integrantes do seu grupo político o prefeito Lula Cabral, preso por desviar mais de R$ 92 milhões da Previdência dos Servidores Municipais


Da Editoria do Blog da Noelia Brito

A cada dia fica mais claro que o combate à corrupção jamais foi prioridade ou mesmo esteve nos planos do governo Bolsonaro. O único propósito de empresários, banqueiros, políticos de quinta categoria e sonegadores apoiarem a candidatura de Bolsonaro foi entregar os recursos da previdência pública dos brasileiros aos bancos, que colocaram um representante do sistema financeiro enrolado em denúncias de fraudes em negócios com Fundos de Previdência de estatais, para ser o "posto Ipiranga" do então candidato e agora presidente.

É de uma desonestidade a toda prova que o governo Bolsonaro - que se elegeu com discurso moralista e antipetista - venha agora utilizar o mesmo discurso do arqui-inimigo PT para se aliar com políticos recordistas de inquéritos e denúncias de corrupção e com os fisiológicos de sempre a pretexto de garantir "governabilidade" e as "reformas estruturais". Esse era o discurso do PT que agora é usado cinicamente pelos bolsonaristas para continuar fazendo o povo de bobo.

Não bastasse ter como superministro e "posto Ipiranga", o economista Paulo Guedes que é alvo de dois inquéritos da Operação Greenfield por suspeitas de ganhar milhões por meio de operações financeiras que causaram prejuízo aos fundos de pensão dos empregados das estatais, durante o governo do PT, diga-se de passagem, agora Bolsonaro anuncia que o delatado na Lava Jato - operação que ajudou a elegê-lo - Fernando Bezerra Coelho, que só investigações por corrupção tem cinco tramitando no Supremo Tribunal Federal e que como uma espécie de Renan Calheiros piorado esteve presente em todos os governos desde o do PT, a quem traiu, passando pelo do Temer, agora será ninguém menos que o líder do governo Bolsonaro no Senado.

Não custa citar Ônyx Lorenzoni, adepto confesso do Caixa 2, responsável pela articulação política de Bolsonaro ou Alcolumbre, alçado da obscuridade de um mandato medíocre de senador do Amapá, integrante do grupo político do paladino Randolfe,  para a presidência do Senado, que por sua vez também é alvo de inquéritos em seu Estado por todo tipo de crime eleitoral.

É essa a patota de Bolsonaro entre os políticos e que os adeptos da ética de conveniência alegam ser males necessários para as reformas, mas que reformas? Apenas a da Previdência, a que atende ao sistema financeiro. Quanto à reforma ética, às favas com ela e às favas com os tolos que acreditaram na honestidade de propósitos desse governo refém da velha política, a exemplo do próprio PT a quem alijou do poder por fazer exatamente o que os moralistas do bolsonarismo agora fazem sem nenhum pudonor.

Agindo como o novo Eduardo Cunha, Rodrigo Maia, que na lista da Odebrecht recebeu a alcunha de Botafogo, já impõe derrotas ao governo com votos dos próprios aliados e partidários de Bolsonaro, em evidente chantagem para impor os interesses antirrepublicanos de sempre. E se mostrando mais fraco do que Dilma, que caiu por resistir aos achaques de Eduardo Cunha, o capitão capitula, com medo dos corruptos que jurou combater.

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