Dia de chuva nesta minha Fortaleza
maravilhosamente bela. Sinto-me só. Não tenho medo de chuva, simplesmente,
adoro! Também não temo as grandes ventanias, meu medo é dos trovões. Tenho
horror a trovões, também tremo toda de medo de raios, mas, a chuva me faz
refletir. Entre um pingo e outro, minha força está no escuro que o tempo chuvoso
proporciona, pois cada gota d’agua que cai se faz um novo lago, cada gota tem
um gosto de solidão.
Gosto de caminhar na chuva, sentindo os pingos caírem em minha cabeça e
dominarem meu ser. Ái Jesus, os trovões começaram. Que horror!!! Mas, tem nada
não, eu aguento, quantos trovões já passei nesta vida! É melhor tentar e
falhar, que preocupar-se e ver a vida passar sem tempestades,chuvas e trovões.
É melhor enfrentar os trovões, ainda
que o sofrimento do medo esteja presente, que sentar-se fazendo nada até a
chuva passar, pois é melhor caminhar na chuva, que em dias frios em casa me
esconder. E mais trovões. Hoje o dia promete.
O barulho da chuva aumenta e chama
minha atenção. Solto o net, e vou à janela do meu quarto. Fico olhando os
grossos pingos de chuva caírem quase em zig zag e escorrerem pelo chão,
formando grandes carreiras d’agua, fazendo seus caminhos rumo aos rios para
depois desembocarem no mar.
Para meu terror, mais trovões pipocam
dos céus fortalezenses. Mas aguento firme e forte pois um dia de chuva é tão
belo como um dia de sol. Ambos existem, cada um com sua beleza própria. E eu
continuo aqui, sozinha, dominada pela solidão que a chuva me proporciona.
Sozinha mas feliz, pois daqui a pouco estarei vendo o arco-íris, e para vê-lo é
preciso não temer a chuva e suportar os trovões.
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