Como dar a outra face e viver em paz
O ano começou difícil. Muitas perdas. Desastre ambiental. Incêndio. Violência. Facções criminosas atacando o bem público destinado ao cidadão, entre tantas outras tragédias imensuráveis, e, mesmo assim, com toda adversidade, mesmo sabendo que nossa vida é um sopro, estamos vivendo a era da intolerância. Seja pela diferença de opinião, vivência, divergência política, cultural, orientação sexual, religiosa, alimentar, dentre outros fatores, a intolerância está presente.
Se você abrir um dicionário e procurar o significado da palavra “intolerância”, uma das definições que encontrará é de que se trata de um comportamento – atitude odiosa e agressiva – àqueles que possuem diferentes opiniões. Passadas as eleições de 2018, por exemplo, na qual a população brasileira deu um recado de intolerância nas urnas diante do contexto de corrupção, ainda hoje há, sobretudo nas redes sociais, intolerância aos resultados do pleito. Parece que ainda estamos em campanha eleitoral.
Em contrapartida, nessa mesma eleição, pudemos vivenciar um exemplo de intolerância que contribuiu positivamente para a sociedade, revelada pelo número de denúncias de crimes contra mulheres e de xenofobia na internet, que cresceu consideravelmente demonstrando a intolerância da população a esses crimes.
Parte do problema quando o assunto é intolerância, acredito, é exatamente a forma em que vemos o mundo, pois o jeito que o olhamos, não é, necessariamente, como ele é, mas sim o da nossa própria percepção baseada em valores, experiências pessoais e crenças. Visualizamos e vivenciamos o mundo com um olhar enraizado por aquilo que acreditamos ser o certo ou o errado.
Quando alguém ataca, tendemos a atacá-lo de volta. Isso vira um círculo vicioso. E é quando nós, contrários à intolerância, podemos praticar uma das lições ensinadas por Jesus Cristo: a de dar a outra face. Ao dar a outra face, respondemos a ofensa com amor e afeto ao próximo, através da compreensão de que muitas vezes não é diretamente a nós a quem o indivíduo confronta, mas sim com seu próprio reflexo projetado no mundo, nas pessoas, em nós mesmos.
Se não reagirmos imediatamente, se silenciarmos e refletirmos a respeito das consequências das nossas ações, certamente estaremos ajudando para que a vida, enquanto comunidade, siga um caminho de paz.
*Capitão Wagner,
Wagner Sousa é capitão da Polícia Militar do
Ceará e deputado federal eleito (Pros-CE)
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