No Fórum de Davos, presidente reafirma compromissos de campanha
Em discurso “curto” e “objetivo” como havia anunciado, com duração de 6 minutos e 36 segundos, o presidente Jair Bolsonaro reafirmou hoje (22), no Fórum Econômico Mundial, em Davos na Suíça, os compromissos de campanha. Ele destacou a determinação de abrir a economia, atrair investidores, fazer reformas, diminuir o peso do Estado e combater a corrupção. “Representamos um ponto de inflexão.”
Jair Bolsonaro
participa do Fórum Econômico Mundial em Davos - Reuters/Arnd
Wiegmann/Direitos Reservados
Bolsonaro citou três de seus ministros Sergio Moro (Justiça e Segurança
Pública), Paulo Guedes (Economia) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores). Após
o discurso, ele respondeu a perguntas dos organizadores do fórum sobre
preservação do meio ambiente e desenvolvimento econômico, combate à corrupção e
crescimento da América Latina.
O presidente se comprometeu a colocar o Brasil “no ranking dos
50 melhores países para se fazer negócios”, atrair capital estrangeiro,
explorar recursos naturais, fazer as reformas tributária e da Previdência
Social, investir em educação, incentivar turismo e manter a sustentabilidade do
agronegócio. “Avançar na compatibilização entre a preservação do meio ambiente
e da biodiversidade com o necessário desenvolvimento econômico.”
Compatibilização
Bolsonaro enfatizou que o Brasil é “o país que mais preserva o meio
ambiente. Nenhum outro país do mundo tem tantas florestas como nós. A
agricultura se faz presente em apenas 9% do nosso território e cresce graças a
sua tecnologia e à competência do produtor rural. Menos de 20% do nosso solo é
dedicado à pecuária”, destacou.
“Essas commodities [produtos primários com cotação
internacional], em grande parte, garantem superávit em nossa balança comercial
e alimentam boa parte do mundo”, acrescentou o presidente. Ele também assegurou
a vontade de “aprofundar” as relações comerciais.
Segundo o presidente, seu esforço será para que o Brasil se torne um
exemplo para o mundo. “Nossa missão agora é avançar na compatibilização entre a
preservação do meio ambiente e da biodiversidade com o necessário
desenvolvimento econômico, lembrando que são interdependentes e
indissociáveis.”
Bolsonaro disse que está empenhado em “integrar o Brasil ao mundo”. Para
ele, um dos caminhos é a “defesa ativa da reforma” da Organização Mundial do
Comércio (OMC) para buscar a eliminação do que chamou de “práticas desleais de
comércio e garantir segurança jurídica das trocas comerciais internacionais”.
Reformas
O presidente destacou que pretende implementar uma série de medidas no
país, e citou as reformas, a redução de tributos e a desburocratização. Segundo
ele, são ações que vão levar ao desenvolvimento econômico e à estabilidade.
“Vamos diminuir a carga tributária, simplificar as normas, facilitando a
vida de quem deseja produzir, empreender, investir e gerar empregos.
Trabalharemos pela estabilidade macroeconômica, respeitando os contratos,
privatizando e equilibrando as contas públicas.”
Valores
O presidente ressaltou que gastou menos de US$ 1 milhão na sua campanha
e que o país precisa de resgatar valores. “Assumi o Brasil em uma profunda
crise ética, moral e econômica. Temos o compromisso de mudar nossa história.”
Bolsonaro enfatizou que vai resgatar valores. “Vamos defender a família
e os verdadeiros direitos humanos; proteger o direito à vida e à propriedade
privada e promover uma educação que prepare nossa juventude para os desafios da
quarta revolução industrial, buscando, pelo conhecimento, reduzir a pobreza e a
miséria.”
Combate à corrupção
No discurso, Bolsonaro destacou ainda a presença do ministro da Justiça
e Segurança Pública, Sergio Moro: “O homem certo para o combate à corrupção e o
combate à lavagem de dinheiro”, disse. Ao ser questionado sobre seus planos
para a área, ele disse que Moro tem “todos os meios para seguir o dinheiro no
combate à corrupção e no combate ao crime organizado”.
“É mudando a legislação e aperfeiçoando outra parte da mesma. Dessa
forma, tenho certeza de que atingiremos nosso objetivo”, respondeu.
Bolsonaro também acrescentou que os ministros foram indicados de forma
técnica, sem participação político-partidária. “Precisamos, sim, muito do
Parlamento brasileiro e confiamos que grande parte do mesmo nos dará respaldo
na busca do combate à corrupção e na lavagem de dinheiro. Dessa forma, o Brasil
será visto de forma diferente aqui fora.”
Segurança
De acordo com o presidente, o governo federal investirá de forma intensa
na segurança pública e convidou os presentes a conhecer o Brasil, lembrando
que, apesar das belezas naturais, o país não está entre os 40 principais
destinos turísticos do mundo. Ele destacou que pretende dinamizar o turismo no
Brasil
“Vamos investir pesado na segurança para que vocês nos visitem com suas
famílias, pois somos um dos primeiros países em belezas naturais, mas não
estamos entre os 40 destinos turísticos mais visitados do mundo. Conheçam a
nossa Amazônia, nossas praias, nossas cidades e nosso Pantanal. O Brasil é um
paraíso, mas ainda é pouco conhecido.”
Estreia
Bolsonaro sublinhou que a sua presença no encontro é primeira viagem
internacional que faz após a eleição, comprovando a importância que atribui às
pautas que têm sido promovidas pelo Fórum de Davos.
“Esta é a primeira viagem internacional que realizo após minha eleição,
prova da importância que atribuo às pautas que este fórum tem promovido e
priorizado”, disse. “É, para mim, uma grande oportunidade de mostrar para o
mundo o momento único em que vivemos em meu país e para apresentar a todos o
novo Brasil que estamos construindo.”
O presidente disse que pretende viajar em breve para Israel, Itália,
Argentina e Chile.
Fonte: Agência Brasil
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