quinta-feira, 22 de outubro de 2020

PRETO NO BRANCO - Coluna da Semana

 

                           GANÂNCIA E IRRESPONSABILIDADE

         Desde que eleição é eleição, batalhar pelo poder, seja municipal, estadual ou federal se constituiu sempre um direito inalienável para qualquer cidadão no gozo total dos seus direitos civis. Com isso, os pleitos eleitorais só se tornaram proibitivos por ocasião de regimes extremistas, ditatoriais, sejam de regimes comunistas ou democratas. Em todos os casos em que ocorreram eleições normais, o maior interesse das autoridades, pelo menos em tese, era que estas se constituíssem em atos nos quais fossem vencedores aqueles que mais méritos tivessem para isso. O que não tem evitado grandes injustiças.

         Quando se fala em injustiças eleitorais, quer-se referir a pleitos em que nem sempre vencem os melhores, o que, na verdade, é problema da inteira alçada daqueles que lançam candidatos, ou daqueles que votam. A ganância pelo poder é também fator característico do comportamento dos que sonham com qualquer tipo de governo. Há, entretanto, casos em que as eleições deixam de ser um direito para os seus praticantes, e um deles é a situação de violência, em que adversários se agridem e até se matam como se fossem animais selvagens. Cabe nesses casos às autoridades usarem de sua força legal para impedir tais climas.

         No pleito deste ano, se não há tanta violência como no passado, surge outro fator, mais grave do que a violência, ou seja, a pandemia do coronavírus, que atacou a todos os países. Tratemos, entretanto, do caso no nosso estado do Ceará, onde a COVID-19 ainda nem entrou em sua fase de declínio, mas, mesmo assim, políticos, sem ligarem para os riscos contra as vidas de milhões de cearenses, envolvem-se em campanhas desenfreadas, ignorando as normas ditadas pelas autoridades do Estado e da Justiça Eleitoral. Se as autoridades não detiverem essa irresponsabilidade, que São José, nosso Padroeiro, interceda por nós.  Amem!

CURTO CIRCUITO

PERDIDO

Os mais recentes atos, declarações e reações do Ministro da Economia, Paulo Guedes, têm dado mostras claras de que o responsável pelas nossas finanças anda meio perdido. Não se sabe se por conta das idas e vindas do seu “chefe” maior Jair Bolsonaro. O fato é que o atual espinho da garganta de Guedes está sendo a busca por recursos para municiar o projeto Renda Cidadã, para o qual já foram inventadas várias saídas, que não funcionaram.

SOB PRESSÃO

Agora Guedes, pressionado por jornalistas sobre os recursos para essa proposta, ele disse que a Renda Cidadã terá que ser sustentada por um “imposto merda”, para o que ele continua esperando por sugestões venham de onde vierem.

DECADÊNCIA

O pleito municipal deste ano, pelo menos em termos de estado do Ceará, está servindo, entre outros pontos, para mostrar o começo do fim dos partidos grandes, a começar pelo PSDB, MDB e PT, que há uma década dominavam o país de ponta a ponte. No caso de Fortaleza, o espelho a ser observado, é o da Câmara Municipal. Naquela Casa, o PSDB, que já teve quase metade do Plenário, está reduzido a apenas um vereador, Casimiro Neto.

ABANDONO

Casimiro, com seus quatro mandatos, e depois de resistir heroicamente, anuncia a sua desistência de tentar um 5º mandato. Motivo: o partido estaria relegado ao abandono pelo presidente Walter Cavalcante, vice de Heitor Férrer.

SINAL VERMELHO I

 Os candidatos a prefeito de capitais e de grandes cidades brasileiras, e que se julgam candidatos apoiados pelo presidente da República Jair Bolsonaro, receberam sinal vermelho de observadores que acompanham os pleitos nessas cidades. Segundo levantamento feito, Bolsonaro só tem avaliação positiva em capitais de pequenos estados do Norte.

SINAL VERMELO II

Em capitais como Salvador, Porto Alegre, Teresina, São Paulo, Recife, Belém, Vitória, Florianópolis e FORTALEZA, a avaliação do governo de Bolsonaro é baixa, o que representa um risco para os que acharem que o apoio daquele Messias é garantia de vitória. Daí, ele ameaçar novamente só entrar em cena no segundo turno.

NOVO PISO

 Na semana passada a Assembleia Legislativa, e por unanimidade, através o Sistema de Debate Remoto, aprovou projetos importantes, entre eles do deputado Guilherme Landim (PDT), propondo novo piso salarial para Agentes Comunitários de Saúde do Estado, cujo trabalho de prevenção tem resultado na salvação de muitos milhares de vidas.

 MERECIMENTO

Para o deputado Guilherme Landim, há no estado do Ceará duas categorias que estão a merecer o máximo de atenção e cobertura dos poderes públicos, pela grandeza das suas ações, assim como pelos méritos dos seus milhares de profissionais: Saúde e Educação.  

QUEM TE VIU...

O episódio da desistência do ex-deputado e ex-prefeito de Caucaia Zé Gerardo Arruda para a disputa pela Prefeitura, para apoiar o atual prefeito Naumi, representa o triste fim do MDB, não só ali como em todo o Ceará. Quem acompanhou de perto a era em que Zé Gerardo e família dominaram Caucaia vê em mais esse capítulo, o fim do poder político de mais uma liderança e seu grupo familiar.

DEVASTAÇÃO

A situação de devastação sofrida pelo grupo de Zé Gerardo e do próprio MDB é de tal gravidade, que mesmo podendo lançar outro nome para disputar a Prefeitura de Caucaia, esse nome não existe. Um exemplo para os arrogantes.


                                                    UMAS & OUTRAS

REAÇÃO ESPERADA I

 Dois fatos já eram esperadas há tempos, em relação à candidatura do deputado Capitão Wagner do PROS à Prefeitura de Fortaleza. O primeiro era as posições assumidas pelos seus principais adversários, tendo em vista a sua “afinação” com os amotinados da Polícia Militar no início do ano. Tal condição já era denunciada desde a primeira sublevação policial, através do ex-ministro Ciro Gomes, do PDT.

REAÇÃO ESPERADA II

A segunda, todo mundo adivinhou: Wagner, diante da pesquisa do IBOPE atribuiu a 7,5% ao que chamou de “ataques orquestrados” vindos dos candidatos adversários. A descida de 35,5% para 28% teria sido a causa imediata das declarações de adversários, embora seja difícil o Capitão negar a sua influência naqueles episódios. As filmagens estão aí para mostrar.

TARDE DEMAIS

 Na visão do deputado Renato Roseno, candidato do PSOL à Prefeitura de Fortaleza,  não adianta, a essa altura dos fatos políticos, o deputado Capitão Wagner, do PROS, tentar se descolar do movimento de paralisação da Polícia Militar. Todo mundo lembra que o episódio mergulhou todo o estado no clima de maior pânico da sua história, sabendo-se que Wagner foi uma presença constante nas ações dos amotinados. Prova disso é que aquele apoio terminou servindo para a constituição da base eleitoral que o elegeu para a Assembleia Legislativa e para a Câmara dos Deputados, sendo que vários representantes dessa base são hoje candidatos à CMF.

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