GABINETE
DAS SOMBRAS
Para o senador Renan Calheiros (MDB), relator da CPI da
Pandemia, do Senado Federal, o governo do presidente Jair Bolsonaro, que vem se
caracterizando por atitudes e medidas estapafúrdias, está revelando mais uma
esquisitice, mostrando que tem uma equipe ministerial, mas, paralelamente,
mantém o que se pode considerar de “gabinete das sombras”, formado por um grupo
de assessores especiais, de conselheiros capazes de fornecer ao presidente
orientações estratégicas, destinadas a defender o seu governo das sérias
denúncias de que tem sido alvo. Tais denúncias são numerosas.
A
utilização do referido “gabinete das sombras” tem se mostrado especialmente
útil, por ocasião da CPI da Pandemia, quando os depoimentos de figuras ligadas
ao poder podem representar verdadeiras bombas de efeito retardado nas bases já
abaladas do governo e do bolsonarismo. Isso, depois de ter servido para
arquitetar os planos do presidente contra o isolamento social e até contra a
própria vacinação de milhões de brasileiros, o que se constitui em crime
hediondo. Em consequência disso, caberá ao STF, Ministério Público e ao
Ministério da Defesa tentarem desmontar esse ninho de cobras.
A
preocupação do senador Renan, portanto, vai muito além das tramas secretas e
abafadas palacianas, dignas dos mais complicados enredos das peças de William
Shakespeare. Isso, tendo em vista a proximidade de mais uma eleição
presidencial, da qual Jair Bolsonaro será um dos principais protagonistas.
Diante disso a turma das sombras deverá estar pronta para transformar o Palácio
do Planalto e o Palácio Alvorada em gigantescos comitês eleitorais. O que só
deixará de ocorrer se outras forças maiores da democracia não forem mobilizadas
enquanto ainda é tempo.
CURTO-CIRCUITO
LADEIRA
A BAIXO I
Em matéria de política, quem pensa em subir
muito alto pode terminar de ladeira a baixo antes que imagina. Exemplo é a
deputada Gorete Pereira, que chegou a ser, por muito tempo, a única
representante feminina do Ceará na Câmara dos Deputados. Depois de se desligar
do prefeito Roberto Pessoa, perdeu os espaços, virou apenas suplente.
LADEIRA ABAIXO II
Gorete Pereira termina sendo rebaixada até na
função que lhe concedeu o governador Camilo Santana na equipe governamental.
Após várias trocas de partido desde que foi eleita para a Câmara Municipal, a
representante caririense termina sem espaços para tentar novo mandato no pleito
de 2022. Pelo visto, ela não soube aproveitar a grande chance que teve de chagar
até ao Senado Federal.
EFEITO
RETARDADO I
Para a Deputada Érika
Amorim (PSD), é estranho que, somente depois de vários séculos em que as
mulheres sofrem violência no Brasil, esteja sendo debatido na Câmara dos
Deputados Projeto de Lei que torna obrigatório para todos os estados a implantação
de Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher e, o que é pior, dando-se um prazo de cinco
anos para a tomada de uma providência que deveria ser “para ontem”.
EFEITO
RETARDADO II
Enquanto isso, as
manchetes de jornais e programa de Rádio e Televisão permanecem dominadas por
notícias sobre crescentes atos de feminicídio e todos os tipos de violências. A
Lei Maria da Penha, com certeza a mais inspirada nesse campo, infelizmente não
poderá ter eficiência sem essas Delegacias.
CONSÓRCIO
SALVADOR
Na Câmara dos Deputados, parlamentares
cearenses, tendo à frente o deputado José Airton, do PT, fazem articulações com o objetivo de
fortalecer o Consórcio de Governadores do Nordeste. Para quem não sabe, sua
criação veio não apenas fortalecer e dar mais visibilidade à região, como
também mostrar que esta, a despeito da crise gerada pela pandemia do corona
vírus, foi quem manteve mais equilíbrio econômico, financeiro e social, graças à liderança exercida sobre os demais governantes pelo
gestor do Ceará Camilo Santana.
FORTALECIMENTO
Para Camilo, quanto mais
se fortalecer esse Consórcio salvador, mais os estados do chamado Polígono das
Secas se tornarão cada vez menos dependentes do Governo Federal, como no caso
de Bolsonaro, aqui derrotado.
VACINA
E CRÍTICAS
O destaque ontem, 17, no local de vacinações
anti-COVID-19, foi a presença do ex-ministro, ex-governador e ex-prefeito de
Fortaleza, Ciro Gomes, que recebeu a sua segunda dose do imunizante. No
momento, além de enaltecer a importância de todos os profissionais da saúde na
linha de frente, ele lastimou que apenas menos de 20% da população tenha sido
imunizado, o que representa um grande risco para dezenas de milhões de
brasileiros.
INDIGNAÇÃO
Em emissora da Radio Ciro
disse que o que mais causa indignação à sociedade brasileira é que tal situação
tem como causa a insensibilidade de um presidente da República, incapaz de
reconhecer o seu pecado mortal de não adquirir a tempo as vacinas para evitar
tantas mortes.
DIA
“DELE”
O dia de hoje, 18, promete bastante “animação”
na CPI da Pandemia, por conta da figura que vai ali depor. Trata-se, nada menos
que Ernesto Araújo, cuja presença e atuação como Ministro das Relações Exteriores
foi tão prejudicial ao país, o quanto tem sido as barbeiragens de Jair
Bolsonaro e seus ministros da Saúde.
VERGONHA
Segundo o deputado Fernando Hugo (PP), Ernesto
Araújo, em poucos meses, conseguiu envergonhar todo o corpo diplomático do
país, num cargo que já foi do Barão do Rio Branco. Como chanceler, Araújo conseguiu
a façanha de indispor o Brasil até com os seus maiores aliados.
FALA
A CIÊNCIA
Ontem, surpreendentemente, até mesmo para
Bolsonaro e sua turma, a ciência falou explicitamente contra os remédios por
ele defendidos. Numa nota concisa e objetiva, o Conselho Nacional de Incorporação
de Tecnologias do Serviço Único de Saúde, do Ministério da Saúde, considerou
proibida a utilização de medicamentos como hidroxicloroquina, cloroquina, assim
como outros, em hospitais ou postos. Portanto, o Conselho deixa claro que o
Governo Federal andou gastando muitos milhões do dinheiro do povo com remédios
inúteis.
ROUBOS
E SONEGAÇÕES
Um levantamento realizado e trazido a público
no final da semana passada pela Procuradoria Geral da Fazenda Federal revelou
números espantosos, entre eles, que, nos últimos anos o Brasil sofreu um
“rombo” de R$ 2 trilhões, que seriam suficientes para equilibrar todas as
contas do país. Mas, não foram as secas do Nordeste, enchentes do Sul-Sudeste e
Norte e incêndios do Pantanal e Amazônia os principais culpados, mas sim,
gigantescas quadrilhas de sonegadores de impostos e tributos, assim como de
devedores, contrabandistas e outros achacadores dos recursos do país. Para a
PGFF, o Ministério da Economia terá que se desdobrar no sentido de resgatar
pelo menos R$ 485 bilhões. Só que nos próximos 15 anos...
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