terça-feira, 18 de maio de 2021

PRETO NO BRANCO - Coluna da semana

 

GABINETE DAS SOMBRAS

         Para o senador Renan Calheiros (MDB), relator da CPI da Pandemia, do Senado Federal, o governo do presidente Jair Bolsonaro, que vem se caracterizando por atitudes e medidas estapafúrdias, está revelando mais uma esquisitice, mostrando que tem uma equipe ministerial, mas, paralelamente, mantém o que se pode considerar de “gabinete das sombras”, formado por um grupo de assessores especiais, de conselheiros capazes de fornecer ao presidente orientações estratégicas, destinadas a defender o seu governo das sérias denúncias de que tem sido alvo. Tais denúncias são numerosas.

A utilização do referido “gabinete das sombras” tem se mostrado especialmente útil, por ocasião da CPI da Pandemia, quando os depoimentos de figuras ligadas ao poder podem representar verdadeiras bombas de efeito retardado nas bases já abaladas do governo e do bolsonarismo. Isso, depois de ter servido para arquitetar os planos do presidente contra o isolamento social e até contra a própria vacinação de milhões de brasileiros, o que se constitui em crime hediondo. Em consequência disso, caberá ao STF, Ministério Público e ao Ministério da Defesa tentarem desmontar esse ninho de cobras.

A preocupação do senador Renan, portanto, vai muito além das tramas secretas e abafadas palacianas, dignas dos mais complicados enredos das peças de William Shakespeare. Isso, tendo em vista a proximidade de mais uma eleição presidencial, da qual Jair Bolsonaro será um dos principais protagonistas. Diante disso a turma das sombras deverá estar pronta para transformar o Palácio do Planalto e o Palácio Alvorada em gigantescos comitês eleitorais. O que só deixará de ocorrer se outras forças maiores da democracia não forem mobilizadas enquanto ainda é tempo.        

CURTO-CIRCUITO

LADEIRA A BAIXO I

 Em matéria de política, quem pensa em subir muito alto pode terminar de ladeira a baixo antes que imagina. Exemplo é a deputada Gorete Pereira, que chegou a ser, por muito tempo, a única representante feminina do Ceará na Câmara dos Deputados. Depois de se desligar do prefeito Roberto Pessoa, perdeu os espaços, virou apenas suplente.

 LADEIRA ABAIXO II

 Gorete Pereira termina sendo rebaixada até na função que lhe concedeu o governador Camilo Santana na equipe governamental. Após várias trocas de partido desde que foi eleita para a Câmara Municipal, a representante caririense termina sem espaços para tentar novo mandato no pleito de 2022. Pelo visto, ela não soube aproveitar a grande chance que teve de chagar até ao Senado Federal.                               

EFEITO RETARDADO I

Para a Deputada Érika Amorim (PSD), é estranho que, somente depois de vários séculos em que as mulheres sofrem violência no Brasil, esteja sendo debatido na Câmara dos Deputados Projeto de Lei que torna obrigatório para todos os estados a implantação de Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher  e, o que é pior, dando-se um prazo de cinco anos para a tomada de uma providência que deveria ser “para ontem”.

EFEITO RETARDADO II

Enquanto isso, as manchetes de jornais e programa de Rádio e Televisão permanecem dominadas por notícias sobre crescentes atos de feminicídio e todos os tipos de violências. A Lei Maria da Penha, com certeza a mais inspirada nesse campo, infelizmente não poderá ter eficiência sem essas Delegacias.                                                

CONSÓRCIO SALVADOR

 Na Câmara dos Deputados, parlamentares cearenses, tendo à frente o deputado José Airton, do PT,    fazem articulações com o objetivo de fortalecer o Consórcio de Governadores do Nordeste. Para quem não sabe, sua criação veio não apenas fortalecer e dar mais visibilidade à região, como também mostrar que esta, a despeito da crise gerada pela pandemia do corona vírus,  foi  quem manteve mais equilíbrio econômico,  financeiro e social, graças à liderança  exercida sobre os demais governantes pelo gestor do Ceará Camilo Santana.

FORTALECIMENTO

Para Camilo, quanto mais se fortalecer esse Consórcio salvador, mais os estados do chamado Polígono das Secas se tornarão cada vez menos dependentes do Governo Federal, como no caso de Bolsonaro, aqui derrotado.

VACINA E CRÍTICAS

 O destaque ontem, 17, no local de vacinações anti-COVID-19, foi a presença do ex-ministro, ex-governador e ex-prefeito de Fortaleza, Ciro Gomes, que recebeu a sua segunda dose do imunizante. No momento, além de enaltecer a importância de todos os profissionais da saúde na linha de frente, ele lastimou que apenas menos de 20% da população tenha sido imunizado, o que representa um grande risco para dezenas de milhões de brasileiros.

INDIGNAÇÃO

Em emissora da Radio Ciro disse que o que mais causa indignação à sociedade brasileira é que tal situação tem como causa a insensibilidade de um presidente da República, incapaz de reconhecer o seu pecado mortal de não adquirir a tempo as vacinas para evitar tantas mortes.

DIA “DELE

 O dia de hoje, 18, promete bastante “animação” na CPI da Pandemia, por conta da figura que vai ali depor. Trata-se, nada menos que Ernesto Araújo, cuja presença e atuação como Ministro das Relações Exteriores foi tão prejudicial ao país, o quanto tem sido as barbeiragens de Jair Bolsonaro e seus ministros da Saúde.

VERGONHA

 Segundo o deputado Fernando Hugo (PP), Ernesto Araújo, em poucos meses, conseguiu envergonhar todo o corpo diplomático do país, num cargo que já foi do Barão do Rio Branco. Como chanceler, Araújo conseguiu a façanha de indispor o Brasil até com os seus maiores aliados.

FALA A CIÊNCIA

 Ontem, surpreendentemente, até mesmo para Bolsonaro e sua turma, a ciência falou explicitamente contra os remédios por ele defendidos. Numa nota concisa e objetiva, o Conselho Nacional de Incorporação de Tecnologias do Serviço Único de Saúde, do Ministério da Saúde, considerou proibida a utilização de medicamentos como hidroxicloroquina, cloroquina, assim como outros, em hospitais ou postos. Portanto, o Conselho deixa claro que o Governo Federal andou gastando muitos milhões do dinheiro do povo com remédios inúteis.

ROUBOS E SONEGAÇÕES

 Um levantamento realizado e trazido a público no final da semana passada pela Procuradoria Geral da Fazenda Federal revelou números espantosos, entre eles, que, nos últimos anos o Brasil sofreu um “rombo” de R$ 2 trilhões, que seriam suficientes para equilibrar todas as contas do país. Mas, não foram as secas do Nordeste, enchentes do Sul-Sudeste e Norte e incêndios do Pantanal e Amazônia os principais culpados, mas sim, gigantescas quadrilhas de sonegadores de impostos e tributos, assim como de devedores, contrabandistas e outros achacadores dos recursos do país. Para a PGFF, o Ministério da Economia terá que se desdobrar no sentido de resgatar pelo menos R$ 485 bilhões. Só que nos próximos 15 anos...

 

 

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