terça-feira, 25 de maio de 2021

PRETO NO BRANCO - Coluna da semana

 

                            DEIXEM O HOMEM TRABALHAR

         Conforme filosofava o ex-governador César Cals de Oliveira Filho, e fazendo como ao que dizia o seu ilustre genitor, Dr. César Cals, a política como ciência social é uma prática necessária para a consolidação em qualquer Nação, mas, quando vira politicagem ou politiquice, termina se transformando em geradora de conflitos e desrespeito à própria sociedade que dela depende. Em consequência disso, dizia ele, fazer política social, política econômica, política de saúde e política partidária são três rumos bem diferentes, e cuja prática deve acontecer em períodos apropriados para tal. Assim sendo, priorizar política partidária quando a prioridade é saúde é um erro.

         Com esse introito, destacamos o que começa a ocorrer, e de forma crescente, quando lideranças políticas começam a se preocupar  mais com a próxima eleição do que com a situação caótica em que se encontram o Ceará, o Brasil e o mundo. Prova concreta disso aqui no Ceará, tem sido o desfile infindável de prefeitos, vereadores e, principalmente, deputados já batalhando na armação de esquemas na tentativa de se reelegerem ao mesmo tempo em que pré-candidatos à Assembleia Legislativa, assim como à Câmara dos Deputados, fazem fila no Palácio da Abolição, em busca de brechas e de apoios junto ao governador Camilo Santana.

         Só que, apesar de toda a insistência com que eles tentam “tirar casquinhas” junto ao governador Camilo, este se mantém inarredável na sua determinação de não tratar de política, principalmente da sua sucessão enquanto a pandemia do coronavírus não tiver sido abatida. Desse modo, Camilo mostra a esses políticos como uma liderança pública deve se comportar diante das prioridades com que se deparam.  Trocando em miúdos, o governador quer que cada um seja dono de mandato, ou pretendente a futuro mandato, tome consciência de que com uma sociedade ameaçada por uma pandemia mortal colocar a política em primeiro plano é desprezar o que há de mais sagrado, que é a saúde e a vida de uma população.  Tá certo Camilo. Por isso, deixem o homem trabalhar.

CURTO CIRCUITO

HORA DE ENDURECER

 É tido como certo que o governador Camilo Santana vai ter mesmo que endurecer as medidas em relação às cidades do interior. Em muitas delas, em todas as regiões do estado, prefeitos “pegando corda” dos bolsonaristas, relaxam, e começa aumentar os casos de festas proibidas, escancaradas, com dezenas e até centenas de pessoas aglomeradas e aos agarros, sem máscaras, expostos às ações de novas cepas da COVID-19.

DENÚNCIA

Esse descaso com a pandemia do covid-19, coloca em risco as vidas de centenas de outras pessoas. De Ubajara, a denúncia é que o prefeito Renê, que ia até bem, liberou geral, inclusive, o balneário do Boi Morto, pondo de aglomerações sem controle.

GUERRA DA BAIXARIA

 Quando os brasileiros decentes e de boa vontade mais acreditavam que teríamos uma campanha presidencial de nível melhor que as anteriores, o que se vê é um festival de achaques e de baixarias, entre os principais personagens: de um lado, o presidente Jair Bolsonaro, a cada dia mais ataca Lula, tratando-o de “canalha”, “moleque”, “ladrão” e “vagabundo”. Do outro lado, Lula reforça o seu time de desaforados, “adotando” para o PT nada menos do que o ex=deputados Jean Wyllys, ex-Psol, e que havia cuspido no rosto do então deputado Bolsonaro. Assim, o cenário está pronto para mais uma grande “cachorrada” política. Pelo visto, o “show” será de tal nível, que terminará se tornando impróprio para menores.

EMPRESÁRIOS EM FESTA

 Os pequenos e médios empresários do Ceará e do país, e que são dependentes de crédito para os seus projetos, têm todos os motivos para comemorar. Isso, em decorrência da aprovação, pelo Plenário da Câmara dos Deputados, de proposta, nascida na FIEC, e que determina a renegociação extraordinária de dívidas com o FNA e FNE, beneficiando empresários devedores no Norte e do Nordeste.

INICIATIVA

A aprovação dessa matéria é o fruto de uma das muitas iniciativas da FIEC, que há 20 anos tem batalhado para dar alívio à situação de pequenos e médios empresários da indústria atingidos pela crise econômica, pandemia e por anos de invernos escassos. Diante dessa conquista, haverá uma verdadeira ressurreição de empresas ameaçadas até de desaparecer. Estas poderão ter dívidas reduzidas em até 90%.

 

CONFUSÃO CRIADA

 Enquanto os menos avisados e os mais confiantes acreditam que está tudo em grande parte resolvido no Ceará, em relação à sucessão estadual, o que se conclui ao observar melhor essa situação, é que, ao contrário disso, o governador Camilo, Santana, o senador Cid Gomes (PDT) e o ex-ministro Ciro Gomes, pré-candidato ao Palácio do Planalto, ainda terão muitos e complicados abacaxis para descascar.

DIVERGENCIAS

As complicações na sucessão de Camilo Santana já começam com dois partidos tidos como aliados, mas cujos rumos que se desenham poderão divergir dos objetivos do grupo governista que manda no Palácio da Abolição. Um desses “nós cegos” é a maneira como o PP de Zezinho Albuquerque, que é de dentro do governo, tem o seu presidente, deputado AJ Albuquerque de “canga e corda” ao lado de Bolsonaro. E isso, sem se falar no PSD dos Aguiar que, sem vaga na chapa governista entra fácil para o bloco bolsonarista.

VAMOS ACREDITAR

Para o deputado estadual Fernando Hugo (PP), embora a situação da pandemia ainda não esteja sob controle, é preciso acreditar que, enquanto as  ameaças da perigosa pandemia ainda persistem, a ciência, está, mais do que nunca, topando o desafio de exterminá-la, como já ocorreu com a hanseníase e a poliomielite, hoje praticamente sumidas do Planeta Terra.

                     UMAS E OUTRAS

VACINA CEARENSE

Exemplo do que diz Fernando Hugo é que entre outras vacinas quase prontas para serem aplicadas na população, uma vacina cearense, produzida por pesquisadores da UECE já está pronta para ter a liberação da parte da ANVISA. Desse modo, o que resta é apenas aporte financeiro do empresariado para a produção em massa, já que o governador Camilo já assegurou que os responsáveis têm todo o apoio do Estado. E, se a Fiocruz e Butantã produzirem nos próximos dias e meses os insumos, haverá milhões de vidas salvas.

PÓDIO INDESEJÁVEL

 O Ceará é um dos estados líderes da prática de crimes eleitorais. A lastimável revelação vem de uma preocupante matéria publicada pelo jornal O Estado de São Paulo, na qual estão expostos dados estatísticos que mostram a intromissão e a influência cada vez mais crescente do crime organizado, tanto na eleição quanto na derrota, e até na morte de muitos candidatos.

AÇÃO DOBRADA

Se antes, as brigas eram apenas entre chefões políticos que se utilizavam de jagunços, a violência hoje é de agentes das facções criminosas, que, armadas, e com o poder do contrabando e do tráfico, ameaçam políticos, e até mesmo demarcam terrenos para a atuação de políticos que só eles permitem. Ante essa situação, o jornal O Estado de São Paulo antevê a necessidade de ação dobrada do MPF, MPE, PF e outras forças da Justiça, para que cessem as eleições de políticos apoiados pelo crime organizado, coisa que existe há algum tempo no Ceará. 

OUTROS RUMOS

 Na visão do deputado Eduardo Bismark (PDT), coordenador da bancada federal do Ceará, a referida bancada deverá estar bastante atenta ao que vem ocorrendo, enquanto as atenções da Nação em sua esmagadora maioria estão direcionadas apenas para a ruidosa CPI da COVID-19, que poderá terminar complicando a vida de Bolsonaro e seu governo.

OUTROS RUMOS II

Há razões para isso, segundo Bismark, tendo em vista que, enquanto os olhares convergem para o Senado Federal, a bancada governista na Câmara dos Deputados é toda empenho no sentido da aprovação da admissibilidade da atual proposta de Reforma Administrativa. Entre outros males que estão sendo articulados pelos parlamentares do governo, uma delas poderá desgraçar a vida de dezenas de milhares de servidores públicos federais, estaduais e municipais, já que o alvo deles, a mando de Bolsonaro, é o de acabar com a estabilidade para essa categoria.

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