terça-feira, 27 de setembro de 2022

TRAGÉDIA: CRIME POLÍTICO NO CEARÁ

Homem invade bar em Cascavel, esfaqueia e mata eleitor de Lula

            A vítima, Antônio Carlos Silva de Lima, de 39 anos, não tinha antecedentes criminais. (foto: REDES SOCIAIS/REPRODUÇÃO)

A Polícia Civil do Ceará procura um homem de 59 anos que está foragido suspeito de matar outro após discussão em um bar em Cascavel, a 65 km de Fortaleza. Segundo a polícia, testemunhas relataram que a morte foi motivada por uma discussão política sobre a votação para Presidência da República.

O caseiro Antônio Carlos Silva de Lima, 39, não tinha antecedentes criminais e recebeu uma facada na barriga. Ele foi socorrido, mas morreu durante atendimento médico. O nome do suspeito pelo assassinato não foi divulgado – ele tem passagem pela polícia por lesão corporal. O suspeito, segundo relatado por testemunhas à polícia, chegou ao bar e iniciou a discussão questionando outros presentes sobre em quem votariam para presidente no próximo dia 2 de outubro. Lima respondeu e a discussão teve início, terminando na facada.

A polícia não informou quais candidatos teriam sido citados na discussão, mas relatos repassados às forças de segurança apontam que o suspeito defendia o presidente Jair Bolsonaro (PL) e teria chegado ao local perguntando se alguém votaria no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ao menos cinco pessoas já prestaram depoimento desde o último sábado (24), quando ocorreu o caso.

Declarações

O caso foi comentado por autoridades cearenses nesta segunda-feira (26), principalmente entre petistas e apoiadores de Lula. O ex-governador e atual candidato ao Senado Camilo Santana (PT) destacou que foi “mais um caso inaceitável de violência, fruto da intolerância e do desrespeito à vida. Nosso país não pode aceitar como normal esse discurso de ódio. Nosso país precisa de paz.”

Candidatos a deputado também se pronunciaram, como José Guimarães (PT), que disse que não é um caso isolado e que “precisamos dar um basta nesse ódio bolsonarista que ceifa vidas”. “Mais uma vida é ceifada por ódio político”, disse, por sua vez, a deputada Larissa Gaspar (PT), enquanto o deputado Renato Roseno (Psol) pontuou que o “terorrismo bolsonarista faz mais uma vítima”. A deputada Érika Amorim (PSD), candidata da coligação pedetista ao Senado, declarou que “o fato nos traz um urgente alerta sobre a intolerância e a grave polarização que se instaurou no Brasil. É a democracia que deve nos mover sempre e não a violência!”

Casos

A ocorrência não é isolada e se soma a outras mortes decorrentes de violência política no contexto da campanha presidencial. No dia 8 de setembro, um homem que defendia Lula foi morto por um apoiador de Bolsonaro após uma discussão em Confresa (a 1.160 km de Cuiabá). Autor do crime, Rafael de Oliveira, 24, passou por audiência de custódia, e a Justiça de Mato Grosso manteve a prisão preventiva. Ele confessou, segundo a polícia, ter matado a facadas seu colega de trabalho Benedito Cardoso dos Santos, 44, depois de uma discussão política. De acordo com a polícia, o autor tentou decapitar a vítima e, após o crime, ainda filmou o corpo.

Com informações do O Estado

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