terça-feira, 27 de setembro de 2022

Doença de Parkinson:

 Saiba como identificar os primeiros sintomas para começar o tratamento

O andar lento, as mãos trêmulas e a dificuldade de falar foram alguns dos sintomas que mudaram completamente a vida de José Flávio da Silva, 60 anos. O comerciante acostumado com a correria do dia a dia precisou mudar a rotina e se adequar à nova realidade. Após um diagnóstico clínico, veio o resultado e ele descobriu que estava com mal de Parkinson. A doença de Parkinson é degenerativa cerebral de causas desconhecidas. O que se sabe sobre a doença é que há uma diminuição na produção de dopamina da região negra (região profunda do cérebro), responsável pelos neurotransmissores do corpo.

Foto: Duvulgação

Com os movimentos do corpo comprometidos pela doença o equilíbrio e postura mudam completamente, e o que torna o diagnóstico ainda mais difícil é que a doença começa a existir muito antes dos sintomas virem à tona. Entre o maior número de casos, a doença começa a se manifestar a partir dos 50 anos de idade.

Diagnóstico

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) a doença de Parkinson atinge cerca de 1% da população mundial, essa porcentagem representa cerca de 10 milhões de pessoas, na faixa etária estão pessoas a partir de 60 anos. A doença possui três sintomas básicos: tremor, rigidez muscular e dificuldades em iniciar movimentos. Tudo começa de forma lenta e com o passar dos anos aumenta a intensidade. O Dr. Otaviano Araripe é pós graduado em neurologia e neurocirurgia, atua em Fortaleza, explica a importância do diagnóstico precoce e o tratamento para o paciente ter uma qualidade de vida, o médico ressalta que não existe cura para a doença mas, com o tratamento adequado pode reverter o seu progresso.

“O diagnóstico é puramente clínico, é importante realizá-lo o quanto antes, não existe um exame específico, são feitos vários exames para confirmar a doença porque existem outras doenças que podem imitar os sintomas do Parkinson. O tratamento não cura, mas visa amenizar e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. O uso da dopamina e relaxantes musculares são usados no tratamento, além disso também se usa a fisioterapia e em alguns casos a indicação cirúrgica”.

Tratamento

Raimunda Gomes, 65 anos, é esposa do comerciante José Flávio, e conta como foi a experiência de descobrir a doença e suas dificuldades. Para ela, a informação sobre como procurar ajuda é fundamental para a família que precisa se adequar à nova realidade. Cada dia é um novo passo, o processo é lento, mas com as medicações e as orientações corretas os resultados positivos começam a ser notados, assim como a dona de casa percebeu na vida do seu esposo.

“É muito difícil perceber essa mudança nas atitudes dele, ao passar dos anos vai ficando mais nítido, o tremor, a lentidão para se vestir, falar e comer. Tudo vai mudando e não conseguimos controlar, hoje ele toma as medicações e faz o tratamento com acompanhamento médico e já consigo notar ele mais animado para fazer as atividades no dia a dia. Isso já nos motiva a continuar cuidando dele para que tudo se torne mais leve”, destaca Raimunda Gomes.

O Dr. Otaviano Araripe enfatiza a necessidade de manter uma vida saudável para evitar todo e qualquer tipo de danos à saúde no futuro. Que existem doenças que precedem o Parkinson, como a depressão e constipação intestinal. “O meio de evitar ou diminuir a intensidade das doenças degenerativas é ter uma vida saudável. As comorbidades como hipertensão arterial, diabete, depressão e outras doenças contribuem para dificultar o controle da doença”, afirma o neurocirurgião.

Com o avanço tecnológico e da ciência, muitos estudos estão sendo realizados para encontrar a cura da doença de Parkinson, entre os estudos estão a criação de um hidrogel feito pelos Cientistas da Universidade Nacional da Austrália em 2021. O experimento criado para tratar de forma única a doença, foi testado em laboratório, mostrando eficácia no combate dos distúrbios de movimento em ratos. Os cientistas acreditam que os testes em humanos podem ser realizados nos próximos cinco anos, quando houver uma maior segurança no produto para ser utilizado no ser humano.

Por Dayse Lima/O Estado

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