PRETO NO BRANCO

         

                                           A PRESSA DA SUCESSÃO

            Enquanto grande parte das lideranças mostra-se concordante com as posições do governador Camilo Santana, quando este se mantém permanente em evitar antecipar debates ou discussões a respeito da sucessão estadual, cresce a legião, dos governistas vitoriosos de 2018 e 2020, defendendo que, mesmo com a pandemia ainda em alta, há a necessidade de que esse tema comece a ser adiantado.  A observação é do ex-vice-governador Domingos Filho, a mais sólida liderança do PSD do Ceará, em sua terceira versão, depois do PSD do Dr. Waldemar Alcântara, e do PSD refundado pelo governador César Cals de Oliveira Filho.

O que pode preocupar o governador Camilo Santana é no que se refere a situação do PT, seu partido, dividido, seccionado entre os que querem continuar ao lado do PDT, e outros, como Luizianne Lins e Zé Airton, radicais defensores de candidatura própria petista contra os irmãos Ferreira Gomes. Por isso é que os manos Ciro e Cid, além de Roberto Cláudio e outras lideranças devem ouvir mais Domingos Neto, que levou o PSD a eleger 27 prefeitos, a segunda maior leva destes, atrás apenas dos 66 eleitos pelo PDT, enquanto o PT elegeu apenas 18.

Para experientes políticos é preciso atentar para a lógica de Domingos, que quer pressa na formação da chapa governista, na qual ele não aceita menos do que a vaga de vice-governador. E o PSD dele não dá para se jogar fora. Desse modo é tido como inevitável que os governistas venham a sofrer problemas para a montagem da sua chapa, já que tem apenas três vagas – governador, vice e Senado, sendo que estas a serem distribuídas entre PDT, PSB, PSD, PP, sem se falar do PT do governador Camilo, que, com certeza, não marchará unido apesar de ser este o desejo de Lula.

                   CURTO CIRCUITO

Bruninho em dificuldade

         Sabem aquele deputado atrapalhado – Bruno Gonçalves – flagrado em gravação que revelava manobras políticas sujas da sua família? Pois agora ele está envolvido numa CPI da Câmara Municipal de Aquiraz, onde ele é o prefeito. Para os políticos daquela cidade, esse será o preço que ele terá que pagar por ter traído e derrotado Edson Sá, uma das maiores lideranças daquela região, e que nunca havia perdido.

Importante

         Apesar dos equívocos cometidos por Bolsonaro e seus ministros da Saúde, cabe muita torcida, por conta da assinatura, pelo ministro Queiroga, de contrato para a transferência de tecnologia entre a farmacêutica AstraZeneca e a brasileira Fiocruz, com este laboratório ganhando autonomia para produzir mais vacinas anti-COVID-19, mas, principalmente, o IFA e outros insumos cruciais para essa finalidade.

Voto impresso

         Mais uma vez, e em solenidade pública, o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, presidente do TSE, volta a deixar claro não admitir, em qualquer circunstância o retorno do voto impresso, em que insiste teimosamente o presidente Bolsonaro. Para ele, poderá ser lastimável retrocesso para um país como o Brasil, que deu ao mundo o mais moderno e prático sistema eleitoral. O pior, segundo o ministro será encarecer o pleito e trazer de volta as fraudes eleitorais.

Pura esperteza

         Malandramente, o ex-presidente Lula vai continua tentando atrair para a sua nova candidatura alguns governadores do próprio PT. Consciente de que estes têm sérios compromissos com partidos seus adversários, como é o caso do PDT, ele, segundo afirmam os referidos governadores, não tem abordado o assunto política. No caso do Ceará, enquanto ele trabalha para amarrar o governador Camilo, tem evitado rebater ou criticar Ciro Gomes amigo e aliado. Como se vê, Camilo vive sérias dúvidas.

Corre-corre

         É patética a situação de alguns partidos, principalmente nanicos, como o Patriota, ante a expectativa do ingresso do presidente Bolsonaro. Vem crescendo o corre-corre dos oportunistas que querem fazer questão de estarão lado dele. Entretanto, essa situação é cheia de dúvidas, sabendo-se que o presidente já prometeu ingressar em dois pequenos partidos, mas terminou “dando o drible da vaca”. E assim, tem prosseguimento a avacalhação da política brasileira. 

Ele é o “dono”

         O presidente Bolsonaro, que já se refere ao Exército Brasileiro como “o meu Exército”, não será surpresa se ele começar a chamar também de “minha Copa” cm a Copa América. E isso, apesar das reações contra o evento esportivo viso como inconveniente para um país onde a pandemia é alta. O pior é que, mesmo sendo o Brasil o “país do futebol”, apenas e presidente e seus principais bajuladores fazem questão de não reconhecer os riscos do Torneio.

Greve

         Embora o direito à greve da parte dos trabalhadores seja universal nos países democráticos, esta, quando praticada em épocas inconvenientes passa a perder o “status” de direito. Exemplo é a greve dos trabalhadores dos transportes coletivos, que ameaça prejudicar centenas de milhares de trabalhadores e demais pessoas cujo único transporte são os ônibus. Justifica-se a atitude do Sindiônibus, que pretende ir às últimas consequências para impedir essa agressão ao povo.

Vigilância redobrada

O novo comando do TRE já faz sérias advertências no que diz respeito à maneira como aquela Corte pretende atuar para impedir mais fraudes eleitorais e outros crimes no pleito de 2022. Para isso, haverá uma ação coordenada dp TRE, Ministério Público Estadual e Polícia Federal, para uma ação rigorosa destinada, entre outras finalidades, a impedir que novos corruptos sejam eleitos como aconteceu na eleição municipal de 2020. As fraudes serão reprimidas com o máximo de rigor em todos os municípios.