terça-feira, 1 de junho de 2021

CAPITÃO DO CEARÁ DEVERÁ MUDAR DE PARTIDO

 

Wagner estuda propostas e ida para o PSL não é certa

O deputado federal Capitão Wagner, que deverá deixar o Pros e ingressar em outra legenda para disputar o Governo do Estado em 2022, segue no processo de avaliar as opções disponíveis para a nova filiação. O convite feito pelo PSL estadual, que envolveria mudança na presidência local do partido para que Wagner passasse a comandá-lo, é a principal hipótese circulando atualmente – mas, segundo a equipe do Capitão, ainda não há qualquer definição sobre o assunto.

Foto: Divulgação
                                                           


Nesta segunda-feira (31), o deputado federal Heitor Freire, que preside o PSL no Ceará, divulgou que havia feito o convite ao colega de Câmara Federal. Caso Wagner aceite, ele passará a comandar o partido no lugar do próprio Heitor Freire, em uma tentativa de fortalecer a oposição para a disputa no ano que vem. O deputado do Pros busca uma alternativa à atual sigla para conseguir mais tempo de rádio e TV e para facilitar negociações e alianças em 2022, levando em conta a estrutura partidária. A expectativa é de que, caso isso se efetive, o Capitão levaria para o PSL também grande parte de seu grupo político.


Também ontem, Wagner compartilhou em suas redes sociais um registro seu, em entrevista a uma rádio do município de Mombaça, falando sobre o lançamento da pré-candidatura. “O político que não sonha em ser governador do seu estado não tem projeto”, disse ele, comentando ainda que a eleição ao Governo em 2018 – que deu vitória a Camilo Santana (PT) com 79,95% dos votos – foi decidida por WO, mas que ano que vem vai ser diferente.

“Em 2018 tivemos o General Theophilo [candidato pelo PSDB naquele ano], que foi colocado de boi de piranha de última hora só para dizer que tem candidato; Hélio Góis [candidato do PSL na época] era desconhecido… São duas pessoas qualificadas que não tiveram condição de apresentar seu projeto de Estado. E digo que próximo ano vamos ter disputa, nosso grupo está se preparando muito bem”, disse ele. O parlamentar destacou, na ocasião, a força que o grupo oposicionista vem ganhando no Estado principalmente com as eleições municipais de 2020, quando conquistou cidades importantes, como Caucaia, Juazeiro do Norte e Maracanaú.

Além do PSL e de partidos menores que integram hoje a oposição, Capitão Wagner deve chegar à eleição do ano que vem com o apoio do senador Eduardo Girão (Podemos), seu principal aliado hoje, e ainda nomes do PSDB que não aderiram à aproximação do partido com o PDT em Fortaleza no ano passado, como Roberto Pessoa, Fernanda Pessoa e Danilo Forte.

Freire
Heitor Freire, com o convite, mira principalmente o fortalecimento da oposição na disputa. “Nós temos um objetivo em comum, que é fortalecer a oposição contra os Ferreira Gomes. O Capitão Wagner tem um grupo forte, muitos deputados federais e estaduais, então unindo as nossas forças, nós teremos mais condições de combater esse grupo que tem comandado o Ceará nos últimos anos”, pontua. Ele também diz que o convite foi respaldado pela executiva nacional do PSL: “Eu conversei pessoalmente com o nosso presidente nacional Luciano Bivar, apresentei o cenário que temos hoje aqui no estado e ele me deu total liberdade e carta branca para definir o melhor cenário para o PSL aqui no Ceará.”

Ele e Wagner foram oponentes em 2020, na disputa pela Prefeitura de Fortaleza, quando o Capitão ficou isolado no segundo turno contra o hoje prefeito José Sarto (PDT) – nenhum dos candidatos derrotados no primeiro turno declarou apoio a ele, incluindo Heitor Freire, que havia chegado a discutir a possibilidade de já entrarem os dois juntos na campanha, em torno de uma mesma candidatura. À época, o presidente do PSL cearense disse que não apoiaria nem Wagner nem Sarto, por não enxergar nas candidaturas “defesa autêntica de valores de direita e conservadores”.

Fonte:  O ESTADO

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