Apesar do crescente custo de vida na Capital cearense, os patrões se recusam a repor a inflação da data base do segmento de mídia impressa, que foi de 9,88% - o que reflete a ganância dos empresários e seu desrespeito com os jornalistas. O percentual ofertado pelos jornais Diário do Nordeste, O Estado e O Povo é de 5%, com pagamento do retroativo parcelado em quatro vezes.
“Os empresários – e seus prepostos - têm sido intransigentes nas últimas campanhas salariais. Nessa, o descaso é gritante. Não há sequer resposta. É como se nada tivesse acontecendo. A proposta de reajuste no piso e demais salários é puro desrespeito com os jornalistas”, comenta a presidente do Sindjorce, Samira de Castro.
Os patrões insistem no discurso de crise. Alegam redução nos lucros das empresas com faturamento publicitário. No entanto, têm crescido os ganhos na internet - terreno para onde as redações cearenses se expandem com vigor. Um levantamento do Dieese, levando em conta que 70% da categoria ganha o piso salarial, mostra que o impacto da reposição da inflação de 9,88% nas redações é de pouco mais de R$ 22 mil. Não é esse valor que vai tirar as empresas da crise.
Por outro lado, os jornalistas seguem em processo de empobrecimento. Em outubro, a cesta básica de Fortaleza atingiu R$ 415,41 – uma alta de 21,21% no acumulado do ano. De acordo com o Dieese, o salário mínimo necessário para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência deveria ser de R$ 4.016,27.
Em ofício enviado aos dirigentes dos jornais Diário do Nordeste e O Povo, respectivamente nos dias 8 e 11 de novembro, a Diretoria do Sindicato cobra de cada empresa uma posição para levar à base. “É hora de união e mobilização dos jornalistas por melhores salários”, afirma a presidente do Sindjorce, que conversou pessoalmente com o superintendente do jornal O Estado, Ricardo Palhano, na quinta-feira, dia 10 de novembro.
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