Covid-19: Butantan identifica nova variante recombinante em São Paulo
Trata-se da variante XG da cepa Ômicron
Mais um caso de variante
recombinante do vírus SARS-Cov-2, que causa a covid-19, foi identificada em São
Paulo pelo Instituto Butantan. Dessa vez, a variante XG foi encontrada em
amostras coletadas de uma mulher de 59 anos, moradora do bairro da Penha, na capital
paulista. Não há informações sobre os sintomas, nem se a paciente estava
vacinada se ela tem histórico de viagem.
A XG é uma
variante recombinante das linhagens BA.1 e BA.2 da cepa Ômicron. Ela tem a
mesma combinação da variante XE, mas as mutações são diferentes. A maior parte
dos casos de infecção pela XG foi registrada na Dinamarca e, por enquanto, não
há motivos de preocupação sobre a sua disseminação.
“Todas as
variantes recombinantes ainda necessitam de mais atenção nesta questão de
disseminação. Há no mundo apenas 205 sequências da XG e isso é pouco em relação
à população mundial e ao número de variantes que estão circulando”, disse
Gabriela Ribeiro, que trabalha com bioinformática na Rede de Alerta de
Variantes do Instituto Butantan, em nota divulgada pelo instituto.
Este foi o
terceiro caso de uma variante recombinante identificada em São Paulo. O
primeiro caso foi identificado em março, em um homem de 39 anos, também de São
Paulo e que estava com o esquema vacinal completo contra a covid-19. As amostras identificaram que ele tinha a variante XE. Como
ele não tinha histórico de viagem ao exterior e nem contato com pessoas que
estiveram em outros países, isso indicou que a variante já circula de forma
comunitária na cidade de São Paulo. Ele apresentou sintomas leves da doença.
Em abril foi
registrado mais um caso, dessa vez da variante recombinante XQ, que surgiu a
partir de uma mistura da sublinhagem BA.1.1 e linhagem BA.2. Ela foi identificada em um casal de São Paulo que ainda não
tinha tomado a terceira dose da vacina. O casal relatou sintomas comuns da
covid-19 como febre, dores de cabeça, no corpo e na garganta. Eles também não
tinham histórico de viagem.
Recombinantes
O vírus original
da covid-19 é o SARS-CoV-2, que foi identificado inicialmente na China. Dele
surgiram diversas linhagens, sublinhagens e variantes recombinantes. Isso
ocorre porque os vírus são partículas constituídas de material genético, que
pode ser DNA ou RNA, envolvidas em uma cápsula de proteína. Quanto mais o vírus
se espalha, mais ele tende a sofrer mutações, ou seja mudar sua estrutura
inicial. Essa mutação é chamada de variante.
Quando a variante
começa a se propagar, infectando pessoas em diferentes regiões ou países, ela
se torna uma linhagem. Esse é o caso das variantes Alfa (B.1.1.7), Beta
(B.1.351), Gama (P.1), Delta (B.1.617.2) e Ômicron (B.1.1.529). Mas quando a
mutação não altera muito o material genético, surgem as sublinhagens, ou seja, variantes
muito semelhantes às quais pertencem. Segundo o Instituto Butantan, uma forma
fácil de detectar sublinhagens é perceber que a nomenclatura sofreu
ramificações, como as da ômicron, das quais surgiram as sublinhagens BA.1,
BA.1.1, BA.2 e BA.3.
Já uma variante
recombinante é uma cepa que surge quando há uma mistura ou recombinação de
material genético de duas ou mais linhagens ou sublinhagens do vírus. Para que
isso ocorra, é preciso que uma pessoa contraia pelo menos duas linhagens do
vírus ao mesmo tempo.
Até o momento,
múltiplas variantes recombinantes foram detectadas em circulação no mundo,
podendo ser reconhecidas pela letra X em seu nome. As linhagens recombinantes
mais recentes vão de XD, mais popularmente conhecida como deltacron, seguindo
em ordem alfabética até XW.
Fonte: Agência
Brasil
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