Com a ausência de responsabilidade política, os violadores da Lei têm motivos para entrar em Carnaval, quando sentem que têm ao seu lado o próprio presidente de um país. O episódio tem como seu centro o deputado federal Daniel Silveira, delinquente fantasiado de parlamentar com os seus atos delituosos e consequente condenação. Bem que esse caso poderia ser encerrado depois da sua justa condenação pelo Superior Tribunal Federal, que o mandaria para trás das grades por nove anos e três meses, com mandato cassado e direitos políticos suspensos. Entretanto, o presidente Jair Bolsonaro, belicoso e agressivo descobriu como e fez dele nada mais que um inocente.
"Alter ego"
Aos que ainda não mataram
essa charada, o jornalista Ricardo Noblat, da “Veja”, tem explicação da maior
singularidade, que Bolsonaro viu em Silveira o seu “alter ego”, capaz de intimidar
e ameaçar, mesmo com uma ficha emporcalhada. Sendo assim, trata-se de um aliado
ideal que exibe comportamento similar ao seu. O abalo causando à Nação, ao
decretar o seu perdão, ignorando uma decisão quase unânime da Corte Máxima do
Brasil, contornável, se tivéssemos um outro nível de parlamentares na Câmara de
Deputados composta por políticos cumpridores da lei. Foi tal a gravidade e inconveniência,
ao pondo de o “Centrão” admitir que Bolsonaro deveria maneirar a bajulação com
o deputado insurgente.
Desencanto
Para o jornalista
Fernando Mitre, “âncora” do jornalismo político da TV Band, se tivéssemos uma
Câmara de Deputados constituída por patriotas honestos os brasileiros de
vergonha não teriam que suportar no rosto o acinte de ver essa Câmara, em vez
de confirmar a cassação de Silveira, promovê-lo, colocando-o na Comissão de
Constituição e Justiça e mais quatro Comissões. Diante do desencanto para os
cidadãos de bem o Brasil torna-se inadmissível aceitar de braços cruzados um
presidente apoiar o crime político. Mas, o pior, diz Mitre, é que se mirarmos o
futuro pleito não dá para antever um Legislativo melhor que o que aí está.
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