Grupo que matava inimigos foi alvo de operação da PC
A Polícia Civil do Ceará desarticulou um grupo de criminosos que agia como executores de uma facção presente em vários bairros de Fortaleza. Os resultados da ação, apresentados em coletiva de imprensa realizada na manhã de ontem, apontam para a provável condenação de indivíduos, que operaram diversos homicídios entre fevereiro e junho deste ano.
Foram emitidos, para essa operação, nove mandados de prisão, inclusive para três homens que já estavam encarcerados por outros crimes. Uma outra pessoa foi detida em flagrante no decorrer das buscas e mais três escaparam, por hora, do encarceramento. Segundo os agentes envolvidos, a fuga só ocorreu por conta de um “vazamento de informações” efetuado pelo infrator preso na hora, que atuava como olheiro.
O titular do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Leonardo Barreto, manifesta o êxito da ação e reitera que os homens presos ontem são perigosos à ordem pública. “Há um levantamento, ainda prévio, que relaciona quase 20 inquéritos de homicídios em que esse grupo está sendo apontado como suspeito de envolvimento direto. São indivíduos que já respondem, de modo geral, a mortes, organização criminosa, tráfico de entorpecentes e porte ilegal de arma de fogo”, explica.
Motivação
“Essas pessoas que foram presas são responsáveis por, pelo menos, 20 mortes aqui investigadas pelo departamento de homicídios. Essas execuções aconteceram entre fevereiro e junho, tendo a última, no dia 4 do mês passado, acontecido no conjunto Santa Filomena. A motivação de todas as mortes é a briga entre facções”, sintetiza a delegada titular da 3ª Delegacia de Homicídios, Ana Cláudia Nery.
A agente relata que os presos de ontem fazem parte de uma facção que foi “expulsa” da região do Jangurussu por outra organização criminosa inimiga. Portanto, em retaliação e objetivando retomar a área para tráfico de drogas, formaram o grupo para assassinar os adversários.
Já presos
Ana Cláudia explica que dois, dos nove mandados, miram criminosos que já estavam, desde a semana passada, sob poder da PCCE, à disposição da justiça. “Um deles foi preso por receptação, com um dos carros utilizados nos homicídios, e nosso maior medo é que ele saísse a qualquer momento [por força de habeas corpus], e outro foi preso por tráfico”. Há também um terceiro que estava encarcerado há mais tempo.
O medo expresso pela delegada é de que, um ou mais dos homens presos conseguissem, por via de manobras jurídicas, voltar para às ruas. No entanto, diz a policial, isso não deverá mais acontecer, já que, por ser um crime de ordem mais grave, como essas execuções, “eles devem passar mais tempo no sistema penitenciário”.
Importante
A titular da 3ª Delegacia de Homicídios reitera a importância do cumprimento dessas ordens judiciais, inclusive para os que já estavam presos. Além disso, ela afirma que esse grupo era bastante organizado e, além dos mandados já expedidos, cerca de outros 12 deverão surgir.
“Todas essas pessoas participaram dos crimes, e isso já está comprovado pelo inquérito policial de forma bem robusta. Era uma verdadeira organização criminosa onde cada um tinha a sua função, então quanto mais mandados de prisão saírem, menor é a possibilidade dessas pessoas voltarem para a sociedade e matar como estavam matando”, explica.
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