A hora da verdade
A expressão “a hora da verdade” é sempre relacionada, na
Espanha, com o momento decisivo de uma tourada em que ou vence o touro ou o
toureiro. Em política pode-se afirmar que, diferente do que ocorre nas arenas,
as torcidas querem vencedor, mas, sem a necessidade da morte do touro nem do
toureiro. No que diz respeito ao que ocorre no segundo turno eleitoral do Brasil,
o que se nota nos sentimentos de todos os brasileiros que amam a nossa Pátria é
o temor de que essa etapa decisiva do pleito presidencial não seja transforma
em batalha fratricida.
Essa preocupação de muitos patriotas nossos tem a ver com a
maneira belicosa como Jair Bolsonaro, um presidente mais temperamental do que
cioso do seu mal cumprido desejo de bem governar, e que conseguiu ser eleito
sob o juramento de não partir para a tentativa de reeleição. Tal promessa, além
de não ter sido cumprida, ainda foi transformada no festival de insultos e
agressões ao Poder Judiciário, e de desrespeito às instituições da nossa
democracia, o que torna cada vez mais preocupada a sociedade brasileira, mal
saída de uma ditadura militar.
Diante dessa atual e preocupante realidade, enquanto
Bolsonaro fecha acordos com governadores direitistas recém-eleitos, outras
lideranças importantes que já estiveram no poder começam a formar fileiras em
torno do ex-torneiro mecânico e também ex-presidente Lula da Silva, mão na base
do “só tem tu, vai tu”, mas, sim, em consequência dos riscos que corre uma
Nação democrática diante das ameaças de um extremismo de direita como já o
correu no mundo por conta de Hitler, Mussolini e outros que infelicitaram toda
a humanidade.
CURTO CIRCUITO
ATITUDES CORRETAS
Numa demonstração de que em política o rancor
nunca será a melhor atitude num país pacífico, lideranças do porte de Fernando
Henrique Cardoso e, principalmente, Ciro Gomes, resolveram passar a borracha
nos pleitos passados em que enfrentaram Lula para presidente passando a
apoia-lo. E tudo sob a justificada alegação de se tratar de atitudes que
demonstram o desejo de que seja devolvida ao Brasil a normalidade política a
muito custo reconquistada a pós os desastres de 1964 e 2018.
CONFIRMAÇÃO
Pelo que se conseguiu captar das demonstrações
de insatisfação de muitos dos nossos deputados estaduais não reeleitos,
prevalece a desconfiança de muitos deles de que houve compra de lideranças e de
votos. Isso justificaria as derrotas de parlamentares históricos, donos de
votações firmes nos pleitos anteriores, mas, que neste ano de 2022 terminaram
perdendo suas vagas para novatos em sua maioria desconhecidos. Ou então, sobrou
grana para alguns e faltou para outros, como sempre acontece.
RENOVAÇÃO
SURPREENDENTE
Quando a campanha
eleitoral ainda se encontrava no seu início e os atuais deputados da Assembleia
Legislativa ainda ensaiavam os primeiros passos para as suas reeleições existia
uma certeza de que a renovação do Plenário seriadas mais baixa, notadamente em
consequência da força que os deputados governistas recebiam do Governo do
Estado, com Camilo Santana à frente do Executivo Estadual. Logo, ou houve
excesso de confiança, ou aconteceu muita invasão de colégios eleitorais por
gente da mesma sigla.
MESMO
CENÁRIO I
Segundo observadores atentos da nossa
política, embora tenha havido uma renovação recorde de 45,8% no Plenário da
Assembleia Legislativa, o futuro governador Elmano Freitas, assim como Camilo
Santana, deverá governar sem problemas com a oposição que, embora tenha
crescido, não passará de 15 deputados contra 31, salvo mudanças de cenário
político.
MESMO
CENÁRIO II
Para Elmano governar sem problema, contribuiu
a eficiência do PDT e do PT, que conseguiram eleger 21 dos 46 deputados. Isso,
ante a expectativa de que o PDT fique firme na situação.
EXEMPLO
DE DECADÊNCIA
Conforme havia advertido o presidente Getúlio
Vargas, que por 19 anos governou o Brasil (sendo 16 como ditador), nenhum
partido poderoso e importante poderá se manter poderoso e importante se não
conseguir manter no cimo do poder o seu líder maior, ou então criar novos
grandes líderes. Pois, é o que ocorre hoje, com o PTB do qual foi o fundador e
nome mais proeminente, e que hoje está sumindo em mãos de ninguém menos que
Roberto Jefferson. O mesmo ocorre com o ex-gigante PSDB que ainda respira
graças à presença do senador Tasso Jereissati.
PULVERIZAÇÃO
FAMLIAR I
Entre os fatos mais comentados em relação á
campanha eleitoral deste ano no Ceará tem sido destaque o efeito devastador que
os desencontros do PDT para a escolha do seu candidato em meio à família
Ferreira Gomes, e que surpreendeu até mesmo os mais experientes analistas.
PULVERIZAÇÃO
FAMILIAR II
O “reinado” da ilustre
família Ferreira Gomes na política era previsto para, no mínimo, mais 20 anos.
O senador Cid, por exemplo, está sendo culpado pelas pífias votações do irmão
Ciro em nível nacional e regional, incluindo até Sobral.
NO
CEARÁ É ASSIM
Enquanto a totalidade da
população se empenhava na campanha eleitoral para os mais variados cargos,
milhares de criancinhas permanecem ameaçadas de ser atingidas pelos malefícios
da terrível poliomielite, que infelicitou milhões delas, muitas hoje, adultas.
AMEAÇA
Mas, o mais grave desse
drama da poliomielite é que essa ameaça se deve não às autoridades, mas, sim à
maioria dos pais, já que o Governo do Estado, segundo destaca a governadora
Izolda Cela e a Secretaria da Saúde, existem vacinas e postos suficientes para
impedir esse perigo. A obrigação dos pais é só de levar a gurizada para se vacinar.
ESSA
NÃO, GIRÃO
É voz corrente que senhor
Eduardo Girão não tem tido uma atuação à altura do que dele se esperava na condição
de ocupante da Câmara Alta do país, depois de ter derrotado o senador Eunício
Oliveira. Como exemplo, o bolsonarista Girão propõe no Senado severas punições
para pessoas que cometerem atos de desrespeito a símbolos como a Bandeira
Nacional. Isso, mesmo diante do comportamento dos fanáticos bolsonaristas que,
nas manifestações usam o símbolo maior da Pátria como bandeira de time de
futebol.
REFORÇOS
PARA LULA
A decisão do comando nacional do PDT, de
apoiar a candidatura do ex-presidente Lula, incluindo lideranças do Ceará, bem
que poderia ter acontecido antes, com Ciro sendo humilde e desistido da
candidatura, o que resultaria na vitória de uma candidatura contra os
malefícios do bolsonarismo. Em se tratando do Ceará, no caso da família
Ferreira Gomes, não há surpresa diante do senador Cid, que, revoltado contra a
divisão do PDT assegura se empenhar no apoio a Lula, e dessa vez ao lado de
Ivo, Dra. Lia, e até de Ciro.
UMA
MULHER DE VALOR
Na sessão de ontem, que reabriu as atividades
parlamentares da Assembleia Legislativa após a eleição, a deputara Érika Amorim
(PSD) não demonstrou um mínimo de decepção diante da sua votação para o Senado
Federal. A bem da verdade, a valorosa deputada foi atraída para uma candidatura
sem expectativas gerada pelo presidente estadual do seu partido, Domingos
Filho. Com isso a Assembleia perde, pelo menos por quatro anos uma das mais
valiosas presenças, na condição de deputada com maior número de projetos.
NEM
TOCOU
Como primeira suplente de
senador, a deputada Augusta de Brito (PT), ao discursar na sessão de reabertura
dos trabalhos, fez grandes elogios à nova bancada feminina composta por nove
representantes. Entretanto, nem agradeceu os votos para esse cargo, já que
foram para Camilo Santana. O que não pode ser descartado é que Augusta mostrou
estrela, ao ser suplente de um senador que, com certeza será nomeado ministro
de pasta importante no caso da eleição de Lula da Silva. Outros casos já
aconteceram no Ceará.
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