quinta-feira, 6 de outubro de 2022

PRETO NO BRANCO - Coluna da Semana


                                 A hora da verdade

         A expressão “a hora da verdade” é sempre relacionada, na Espanha, com o momento decisivo de uma tourada em que ou vence o touro ou o toureiro. Em política pode-se afirmar que, diferente do que ocorre nas arenas, as torcidas querem vencedor, mas, sem a necessidade da morte do touro nem do toureiro. No que diz respeito ao que ocorre no segundo turno eleitoral do Brasil, o que se nota nos sentimentos de todos os brasileiros que amam a nossa Pátria é o temor de que essa etapa decisiva do pleito presidencial não seja transforma em batalha fratricida.

         Essa preocupação de muitos patriotas nossos tem a ver com a maneira belicosa como Jair Bolsonaro, um presidente mais temperamental do que cioso do seu mal cumprido desejo de bem governar, e que conseguiu ser eleito sob o juramento de não partir para a tentativa de reeleição. Tal promessa, além de não ter sido cumprida, ainda foi transformada no festival de insultos e agressões ao Poder Judiciário, e de desrespeito às instituições da nossa democracia, o que torna cada vez mais preocupada a sociedade brasileira, mal saída de uma ditadura militar.

         Diante dessa atual e preocupante realidade, enquanto Bolsonaro fecha acordos com governadores direitistas recém-eleitos, outras lideranças importantes que já estiveram no poder começam a formar fileiras em torno do ex-torneiro mecânico e também ex-presidente Lula da Silva, mão na base do “só tem tu, vai tu”, mas, sim, em consequência dos riscos que corre uma Nação democrática diante das ameaças de um extremismo de direita como já o correu no mundo por conta de Hitler, Mussolini e outros que infelicitaram toda a humanidade.

CURTO  CIRCUITO

ATITUDES CORRETAS

 Numa demonstração de que em política o rancor nunca será a melhor atitude num país pacífico, lideranças do porte de Fernando Henrique Cardoso e, principalmente, Ciro Gomes, resolveram passar a borracha nos pleitos passados em que enfrentaram Lula para presidente passando a apoia-lo. E tudo sob a justificada alegação de se tratar de atitudes que demonstram o desejo de que seja devolvida ao Brasil a normalidade política a muito custo reconquistada a pós os desastres de 1964 e 2018.

CONFIRMAÇÃO

 Pelo que se conseguiu captar das demonstrações de insatisfação de muitos dos nossos deputados estaduais não reeleitos, prevalece a desconfiança de muitos deles de que houve compra de lideranças e de votos. Isso justificaria as derrotas de parlamentares históricos, donos de votações firmes nos pleitos anteriores, mas, que neste ano de 2022 terminaram perdendo suas vagas para novatos em sua maioria desconhecidos. Ou então, sobrou grana para alguns e faltou para outros, como sempre acontece.

RENOVAÇÃO SURPREENDENTE

Quando a campanha eleitoral ainda se encontrava no seu início e os atuais deputados da Assembleia Legislativa ainda ensaiavam os primeiros passos para as suas reeleições existia uma certeza de que a renovação do Plenário seriadas mais baixa, notadamente em consequência da força que os deputados governistas recebiam do Governo do Estado, com Camilo Santana à frente do Executivo Estadual. Logo, ou houve excesso de confiança, ou aconteceu muita invasão de colégios eleitorais por gente da mesma sigla.

MESMO CENÁRIO I

 Segundo observadores atentos da nossa política, embora tenha havido uma renovação recorde de 45,8% no Plenário da Assembleia Legislativa, o futuro governador Elmano Freitas, assim como Camilo Santana, deverá governar sem problemas com a oposição que, embora tenha crescido, não passará de 15 deputados contra 31, salvo mudanças de cenário político.

MESMO CENÁRIO II

 Para Elmano governar sem problema, contribuiu a eficiência do PDT e do PT, que conseguiram eleger 21 dos 46 deputados. Isso, ante a expectativa de que o PDT fique firme na situação.

EXEMPLO DE DECADÊNCIA

 Conforme havia advertido o presidente Getúlio Vargas, que por 19 anos governou o Brasil (sendo 16 como ditador), nenhum partido poderoso e importante poderá se manter poderoso e importante se não conseguir manter no cimo do poder o seu líder maior, ou então criar novos grandes líderes. Pois, é o que ocorre hoje, com o PTB do qual foi o fundador e nome mais proeminente, e que hoje está sumindo em mãos de ninguém menos que Roberto Jefferson. O mesmo ocorre com o ex-gigante PSDB que ainda respira graças à presença do senador Tasso Jereissati.

PULVERIZAÇÃO FAMLIAR I

 Entre os fatos mais comentados em relação á campanha eleitoral deste ano no Ceará tem sido destaque o efeito devastador que os desencontros do PDT para a escolha do seu candidato em meio à família Ferreira Gomes, e que surpreendeu até mesmo os mais experientes analistas.

PULVERIZAÇÃO FAMILIAR II

O “reinado” da ilustre família Ferreira Gomes na política era previsto para, no mínimo, mais 20 anos. O senador Cid, por exemplo, está sendo culpado pelas pífias votações do irmão Ciro em nível nacional e regional, incluindo até Sobral.

NO CEARÁ É ASSIM

Enquanto a totalidade da população se empenhava na campanha eleitoral para os mais variados cargos, milhares de criancinhas permanecem ameaçadas de ser atingidas pelos malefícios da terrível poliomielite, que infelicitou milhões delas, muitas hoje, adultas.

AMEAÇA

Mas, o mais grave desse drama da poliomielite é que essa ameaça se deve não às autoridades, mas, sim à maioria dos pais, já que o Governo do Estado, segundo destaca a governadora Izolda Cela e a Secretaria da Saúde, existem vacinas e postos suficientes para impedir esse perigo. A obrigação dos pais é só de levar a gurizada para se vacinar.

ESSA NÃO, GIRÃO

É voz corrente que senhor Eduardo Girão não tem tido uma atuação à altura do que dele se esperava na condição de ocupante da Câmara Alta do país, depois de ter derrotado o senador Eunício Oliveira. Como exemplo, o bolsonarista Girão propõe no Senado severas punições para pessoas que cometerem atos de desrespeito a símbolos como a Bandeira Nacional. Isso, mesmo diante do comportamento dos fanáticos bolsonaristas que, nas manifestações usam o símbolo maior da Pátria como bandeira de time de futebol.

REFORÇOS PARA LULA

 A decisão do comando nacional do PDT, de apoiar a candidatura do ex-presidente Lula, incluindo lideranças do Ceará, bem que poderia ter acontecido antes, com Ciro sendo humilde e desistido da candidatura, o que resultaria na vitória de uma candidatura contra os malefícios do bolsonarismo. Em se tratando do Ceará, no caso da família Ferreira Gomes, não há surpresa diante do senador Cid, que, revoltado contra a divisão do PDT assegura se empenhar no apoio a Lula, e dessa vez ao lado de Ivo, Dra. Lia, e até de Ciro.

UMA MULHER DE VALOR

 Na sessão de ontem, que reabriu as atividades parlamentares da Assembleia Legislativa após a eleição, a deputara Érika Amorim (PSD) não demonstrou um mínimo de decepção diante da sua votação para o Senado Federal. A bem da verdade, a valorosa deputada foi atraída para uma candidatura sem expectativas gerada pelo presidente estadual do seu partido, Domingos Filho. Com isso a Assembleia perde, pelo menos por quatro anos uma das mais valiosas presenças, na condição de deputada com maior número de projetos.

NEM TOCOU

Como primeira suplente de senador, a deputada Augusta de Brito (PT), ao discursar na sessão de reabertura dos trabalhos, fez grandes elogios à nova bancada feminina composta por nove representantes. Entretanto, nem agradeceu os votos para esse cargo, já que foram para Camilo Santana. O que não pode ser descartado é que Augusta mostrou estrela, ao ser suplente de um senador que, com certeza será nomeado ministro de pasta importante no caso da eleição de Lula da Silva. Outros casos já aconteceram no Ceará.

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