Suspeitos de matar coroinha detalham execução e motivo
Desde que o adolescente Jefferson de Brito Teixeira, 14, coroinha da Paróquia de São Pedro, no bairro Barra do Ceará, onde morava, foi encontrado morto em uma rua da região, a Polícia Civil começou a busca pelos envolvidos no caso. Três dos suspeitos já foram encarcerados pelas forças de segurança pública, mas ainda há comoção popular por se tratar de um garoto que não possuía nenhuma ligação sequer com o motivo alegado pelos presos.
Justificativa
O assassinato foi justificado pelo trio como conflito de facções e as informações sobre os trabalhos policiais foram divulgadas em coletiva de imprensa, nessa segunda-feira (24), na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Fortaleza, com a presença dos diretores titular e adjunto do local, Leonardo Barreto e Rodrigo Jataí, respectivamente, além da delegada da 8º Delegacia do DHPP, Patrícia Aragão, e da tenente-coronel Fátima de Paula, da Assessoria de Comunicação da Polícia Militar.
Segundo afirmado na ocasião, o primeiro a ser detido foi Robson Vasconcelos, 18. Ele foi capturado por uma composição da Força Tática do 20º Batalhão Policial Militar (BPM), em uma barraca de praia localizada na Avenida José Roberto Sales, no Conjunto Vila do Mar. Indagado sobre o crime, o suspeito confessou aos policiais que teria agredido o adolescente. Dando continuidade às diligências, outros três homens suspeitos de participarem da ação criminosa foram encarcerados.
Ficha longa
David Hugo Bezerra da Silva, 24, com passagens por tráfico de drogas, associação para o tráfico e porte ilegal de arma de fogo, e José Jorge de Sousa Oliveira, 25, com antecedentes por venda e posse de entorpecentes, e um terceiro homem foram detidos logo em seguida à prisão de Robson, por equipes do Núcleo Operacional do DHPP. Os indivíduos estavam em uma outra barraca de praia localizada na região. Com David Hugo e José Jorge, os policiais civis encontraram dois anéis com símbolos que fazem alusão à facção Comando Vermelho (CV).
Após a captura do grupo, os quatro foram conduzidos para a sede do DHPP, no bairro de Fátima. Após prestarem esclarecimentos sobre o fato, Robson, David e José Jorge foram autuados em flagrante por homicídio qualificado por meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima e também por integrar organização criminosa. Já o quarto conduzido foi ouvido como testemunha e liberado por não haver indícios da participação dele no crime.
Motivo
A delegada Patrícia Aragão conta que as alegações dos presos são de que Jefferson estaria efetuando roubos na região, acusação essa que foi descartada. “Apesar de ele ter sido citado pelos infratores de que estaria roubando e faria parte da GDE (Guardiões do Estado), não ficou configurado isso nos autos, ao contrário. As informações que obtivemos é de era um coroinha da Igreja Católica e que tinha um distúrbio psicológico”.
Segundo informações de vizinhos e familiares, o jovem possuía alguma deficiência cognitiva, que nunca houvera sido diagnosticada por um médico, mas que influía na vida do jovem. E mesmo com esse quadro, foi agredido de maneira covarde. “O Robson Vasconcelos confessou que apedrejou, deu socos, pontapés, pauladas e quebrou as costelas da vítima, enquanto narrava, com detalhes, a cena de crueldade praticada”, diz Patrícia Aragão.
Conforme apurações, o adolescente foi morto, na noite da última terça-feira (18), no bairro Barra do Ceará. O corpo de Jefferson foi encontrado na Rua São Pedro com lesões decorrentes de objetos contundentes e disparos de arma de fogo. A Polícia Civil segue realizando diligências para identificar e capturar outros envolvidos do delito.
Com informações do O ESTADO
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