Dia da saúde: desafios da pandemia adiantam planos
Desde a sua criação, em 1967, o Dia Nacional da Saúde não vislumbrou desafio tão grande quanto a crise da covid-19. A data, escolhida em homenagem ao aniversário natalício de Oswaldo da Cruz, um dos maiores sanitaristas da história, inspira uma reflexão sobre o combate ao novo coronavírus e sobre os obstáculos e evoluções do setor.
147 dias após a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter declarado estado de pandemia, o Ceará continua preocupado com a doença, mas já respira aliviado com a diminuição da frequência de casos e, por consequência, a queda da ocupação nos hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) cearenses.
No entanto, para isso, Estado e municípios precisaram adiantar planos e aumentar investimentos para que o setor responsável pela sobrevivência e bem estar dos cidadãos pudesse ser capaz de atender a nova demanda de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), leitos de observação, respiradores, tecnologias de atendimento à distância e, principalmente, protocolos que agilizassem a identificação e o tratamento de pacientes com sintomas de infecção pelo Sars-CoV-2.
Na Capital
O principal ganho dos fortalezenses, nos últimos cinco meses, foi a disponibilização de plataformas digitais que facilitam o acesso à saúde para aqueles que não podem, ou não querem, sair de casa. As ferramentas, todavia, não auxiliam somente aos que têm acesso à internet, mas, por diminuir a movimentação nas unidades de atendimento, ajudam até quem não tem celular.
A titular da Secretaria Municipal de Saúde, Joana Maciel, destacou o uso da internet em Fortaleza. “Tivemos ganhos para os processos de trabalho, principalmente, com o uso da tecnologia da informação. Já fazíamos de forma excipiente, mas a pandemia nos obrigou a usar de forma mais efetiva, com o teleatendimento, por exemplo. Criamos também um sistema de comunicação com as famílias muito interessante, onde os parentes podem ter acesso aos boletins de saúde dos familiares internados de forma remota”, disse ela em entrevista.
As altas tecnologias não chegaram à saúde fortalezense somente por meio dos meios de comunicação digital, vieram também por intermédio dos maquinários específicos de hospitais. “Tivemos uma renovação do nosso parque tecnológico hospitalar […] Com as aquisições que fizemos, de respiradores, bombas de infusão, monitores, e outras coisas, com foco na covid-19, tivemos a oportunidade de ampliar nossa capacidade com equipamentos todos novos. Isso gera uma maior qualidade de atendimento aos nossos usuários”, disse a secretária.
Leitos
Os investimentos para aumentar as vagas se dividiram entre a ampliação de estabelecimentos já existentes e na abertura de unidades de campanha. Para esses últimos, naturalmente, se espera que sejam desmontados, como já vem acontecendo, à medida que a demanda diminui. No entanto, os recursos aplicados em locais como o Instituto Doutor José Frota II (IJF2) são menos voláteis.
No ápice da demanda, o hospital atuou com 150 vagas, sendo 100 de UTIs. A esperança dos moradores da Capital é de que, após a pandemia, esse potencial seja bem aproveitado, diminuindo problemas como pacientes internados em corredores. Da mesma maneira, os habitantes do Interior alimentam a mesma expectativa, visto que os principais estabelecimentos de saúde, de todas as regiões, tiveram acréscimo de leitos.
Brasil
A nível nacional, o Ministério da Saúde (MS) tem atuado na intermediação de compras de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e outros insumos. 8.923 respiradores, por exemplo, já foram distribuídos pela pasta federal, que já contabiliza a habilitação de 11.353 leitos de UTIs em todo o Brasil. O órgão também já entregou aos estados 564,2 mil litros de álcool; 3,1 milhões de aventais; 36,9 milhões de luvas; 11,1 milhões de máscaras N95; 145,6 milhões de máscaras cirúrgicas; 1,9 milhão de óculos e protetores faciais; e 17,2 milhões de toucas e sapatilhas.
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