JOÃO EDUARDO CORTEZ - DIGRESSÃO SOBRE CONFISSÕES DE AMOR
Dr. João Eduardo Cortez |
Um hino ao amor? Respeitando alguma assertiva já feita, considero insuficiente para dizer tudo sobre o livro Confissões de Amor, trazido a público pela Dra. Ana Margarida Arruda Rosenberg. Não obstante a bela canção da maior diva da canção francesa Edith Piaf, "Um hino ao amor" embebe-se na dimensão do afeto individual, sem pretensão de irradiar outras cogitações sobre a grande busca humana, que sempre coloca a questão da liberdade. Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir, expoentes da produção teórica filosófica e literária, que influenciaram gerações, movimentos sociais e políticos em todo um mundo, não ousaram a "entrega plena" na relação afetiva. Colocada a questão da liberdade, consideraram que compartilhar em plenitude o cotidiano na vivência do afeto, poderia resultar em "perdas" na seara da autonomia e da subjetividade. Temos porém, também dois intelectuais e assim afeitos ao universo da razão pura, mas que com coragem inocularam a razão sensível em sua relação e o fizeram com "entrega plena", segundo documenta e mostra o importante Confissões de Amor. Importante sim, porque erode o senso comum do vazio atual, de que a entrega total na relação de afeto mutila a autonomia individual, temor infundado e talvez o grande entrave para a verdadeira liberdade. Intensidade, como o afeto dos Drs. José Rosemberg e Ana Margarida Furtado Arruda Rosemberg, integram o núcleo do "ser" e portanto confere significado à existência humana, justamente o que carece esta época pós-moderna, a determinar nauseante dor existencial. A essência só tem expressão através do intenso ou profundo, qualidade destacada até Nas Escrituras Sagradas, mais precisamente no Evangelho de João que assevera: "Deus vomitará os mornos". Merecidas homenagens a esse "verdadeiro" casal, que ousou e realizou o essencial do afeto. Saudações humanas.
João Eduardo Cortez.
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