A sociedade brasileira, e, no caso a cearense, começa a se
convencer de que a luta contra os crimes controlados de dentro das
penitenciárias, se não é uma guerra, é uma batalha perdida. O que mais deixa
intrigada a nossa população tem sido a incapacidade demonstrada pelas
autoridades para impedir que bandidos controlem o crime de dentro das suas
celas nos presídios. E já nem se fala da inacreditável dificuldade que o
governo federal tem tido para bloquear os sinais para telefones celulares.
Agora mesmo, um detalhe difícil de acreditar: no Ceará, além da entrada de
celulares para presidiários através de parentes, amigos e advogados, fica-se
sabendo que estes dispõem em suas celas de tomadas com que carregam seus telefones
para autorizar assaltos, assassinatos, seqüestros, tráfico de drogas. Sufocada
pelas suas limitações técnicas e econômicas, a titular da Secretaria de Justiça
e cidadania, Socorro França, admite que só a partir dos próximos dias poderão
ser retiradas as tomadas das celas.
Com certeza a medida é
paliativa, pois, estão esquecendo que, do mesmo jeito que continua a entrada de
celulares nos presídios, também entrarão, em maior quantidade, os carregadores portáteis
de longa duração.
É o caso de se perguntar: E o bloqueio dos
telefones, quando vai ser efeituado?
Não custa
recapitular essa novela:
Desde
2 de março de 2013, uma sentença foi expedida pelo Juiz Francisco Eduardo
Torquato Scorsafava, para que o próprio governo implante os equipamentos nas
unidades prisionais do Ceará. Na decisão, o magistrado determina que o “Estado
do Ceará, no prazo de 180 dias, proceda à aquisição e promova a devida
instalação de bloqueadores de sinal de celular em todas as unidades prisionais
sob sua responsabilidade”.
À época, o autor da Ação Civil Pública, promotor de Justiça, Romério Landim, da 9ª
Promotoria Cível e de Defesa da Cidadania, disse que o Estado foi totalmente
prejudicado pelo adiamento do cumprimento da decisão.
Naquela ocasião, o representante do Ministério Público foi
enfático em afirmar que "A
violência no Ceará chegou a este ponto, por ineficiência do Estado. O não
cumprimento da decisão só mostrou a reconhecimento da falência do Estado".
E agora, a quantas andam as soluções para o caso? Fica a
pergunta.
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