Duas pessoas confessaram a participação na morte do médico ortopedista Cláudio Mariano Alencar Barreira Braga, 52 anos. A Polícia Civil, através da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), aprendeu, na manhã de ontem, um adolescente de 16 anos e prendeu seu comparsa, Robson Kelson Silva Duarte, 22, no bairro Castelo Encantado, em Fortaleza. Com eles, estavam os objetos roubados do apartamento da vítima. O crime aconteceu na última quinta-feira, 16, no flat do médico, no Meireles, porém, foi descoberto apenas no domingo, 19. O ex-diretor do Frotinha da Parangaba foi encontrado com três perfurações no pescoço.
Flagrante
Robson Kelson foi autuado em flagrante por latrocínio (roubo seguido de morte) e corrupção de menor. Já o adolescente foi conduzido para a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) onde foi atuado pelo ato infracional. Na tarde de ontem, Kelson foi encaminhado para a realização de exames médicos. Até a conclusão do inquérito, ele ficará na DHPP. Em seguida, será transferido para o sistema prisional.
CRIME DESVENDADO
Segundo o diretor adjunto do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Ricardo Romagnoli, o crime começou a ser esclarecido com a identificação dos acusados, através de imagens do circuito interno de segurança do prédio da vítima e a recuperação do carro do médico, encontrado na segunda-feira, no Castelo Encantado. Informações de populares e auxílio da Coordenadoria de Inteligência (Coin) da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social ajudaram na localização dos suspeitos, que residiam no bairro.
Identificação
“Os policiais da DHPP conseguiram identificar o acusado e descobrir o paradeiro dele. Ao chegar a sua residência no Castelo Encantado, a polícia recuperou com o adolescente os objetos roubados da casa da vítima. Ele logo confessou a autoria do ato infracional. Em seguida, conseguimos encontrar a casa do Robson, conhecido como Kelson, que teve participação ativa nesse crime. Encontramos com ele a chave do veículo que foi roubado do dr. Cláudio. Ambos confessaram a prática do crime”, relatou Romagnoli.
PREMEDITAÇÃO
O adolescente admitiu para o delegado que premeditou o crime. Ele conhecia a vítima e já tinha visitado o apartamento do médico pelo menos duas vezes antes do assassinato. De acordo com Romagnoli, o jovem não demonstrou remorso ou arrependimento do ato. Junto com o comparsa, planejou a morte e o roubo dos pertences do ortopedista.
Imagens do circuito interno mostram que o adolescente subiu com a vítima. Depois ele desceu sozinho, e, em seguida, voltou acompanhado do comparsa. Após o roubo dos pertences, a dupla desceu até a garagem e saiu com a caminhonete Ford Ranger do ortopedista. Conforme Romagnoli, não tinha sinais de luta no apartamento. O adolescente teria aproveitado algum momento de distração do médico para desferir os três golpes de faca, arma que ele encontrou na residência de Cláudio Mariano. “Eles se livraram da arma logo após o crime, jogando a faca no mar”, contou o delegado.
Kelson e o adolescente são amigos e vizinhos. No dia do crime, o jovem acompanhou o médico e Kelson ficou aguardando nas imediações do prédio. O roubo do carro foi planejado para a dupla realizar assaltos.
VERSÃO DO ADOLESCENTE
O titular da DHPP garantiu que a policia não está baseando a investigação apenas na versão do adolescente e do comparsa. “Todo trabalho de investigação foi realizado pelos policiais da DHPP. Dentro desse trabalho, nós tivemos várias informações, várias pessoas foram ouvidas e temos imagens que comprovam que o adolescente foi a pessoa que acompanhava a vítima, quando ambos foi para a casa do dr. Cláudio. As imagens comprovam que subiram apenas o adolescente e o médico”, afirmou. O adolescente não tinha passagem na polícia e o Kelson já havia sido preso por roubo. A roupa utilizada pelo jovem no dia do crime será periciada, em busca de vestígios de sangue da vítima.
Entenda o caso
• Amigos e familiares estavam preocupados com o sumiço de Cláudio Mariano. O suposto desaparecimento, inclusive, estava sendo investigado. No domingo, policiais e familiares seguiram até o apartamento do ortopedista. Com a descoberta do corpo, a polícia periciou o local e constatou o roubo de pertences da vítima, embora sem sinais de arrombamento.
• Desde o início, a linha de investigação apontou para latrocínio. Como o apartamento não foi arrombado, a polícia suspeitou de que a vítima conhecia o assassino. Fato que foi confirmado com a confissão do adolescente.
• O corpo do médico foi velado na funerária Ethernus, na Aldeota. O enterro de Cláudio Mariano aconteceu na tarde de segunda-feira, no cemitério São João Batista. Ele era solteiro e não tinha filhos, segundo Romagnoli.
Com informações do O Estado
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