imagens, em 1945. O conjunto dessa obra estará agora diante dos olhos do público na exposição "Luz, cedro e pedra -- Esculturas de Aleijadinho fotografadas por Horacio Coppola", que abre dia 23 agora no Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro.
Com 81 fotografias, a mostra tem curadoria de Luciano Migliaccio, professor do departamento de História da Arquitetura e Estética do Projeto da fau/usp. Para Migliaccio, fotografar esculturas é uma questão de pontos de vista, sobretudo quando se trata das esculturas de Aleijadinho, que sempre foram parte de um grandioso teatro religioso.
-- Coppola compreendeu muito bem o caráter decorativo intrínseco à poética do escultor brasileiro -- explica.
Horacio Coppola é considerado um importante figura central da fotografia latino-americana do século XX. Sua vocação artística manifestou-se já no final da década de 1920, quando presidiu o primeiro cineclube argentino.
Em 1930, Coppola publicou duas fotografias na primeira edição do Evaristo Carriego, de Jorge Luis Borges, e, em 1931, estampou um ensaio fotográfico na revista "Sur". Naquele mesmo período, o fotógrafo fez a primeira de suas viagens de formação, rumo à Europa, de onde retornou com sua primeira câmera Leica. Coppola complementaria seus estudos de fotografia com duas outras viagens: em 1932-1933, à Alemanha, quando frequentou os cursos de Walter Peterhans na Bauhaus, e colaborou com as fotógrafas Ellen Auerbach e Grete Stern; e, em 1934-1935, a Paris e a Londres, onde se casou com Stern.
Foi durante seus anos de formação que surgiu o gosto pela escultura pré-moderna e mesmo arcaica. Esse espírito de redescoberta certamente motivou mais uma de suas viagens, desta feita a Minas Gerais, em 1945, em busca da obra de Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1730-1814), compreendido por Coppola como artista integral, isto é, arquiteto, escultor e “ornamentista sacro”. As referências que podem ter levado Coppola ao artista mineiro naquela época vão de artigos dos poetas Jules Supervielle e Ramón Gómez de la Serna, respectivamente em 1931 e 1944, ao livro do brasileiro Newton Freitas, El Aleijadinho, publicado também em 1944 na Argentina.
Horacio Coppola voltou para Buenos Aires com um rico acervo de imagens que, dez anos mais tarde, expôs nos salões da associação Amigos del Libro e publicou no livro "Esculturas de Antonio Francisco Lisboa -- O Aleijadinho (Buenos Aires: Ediciones de La Llanura, 1955). Em 2007, mesmo ano em que inaugurou a exposição Horacio Coppola – Visões de Buenos Aires, o Instituto Moreira Salles incorporou a suas coleções 150 dessas imagens.
SERVIÇO
A exposição fica em cartaz até 4 de janeiro de 2015.
Horário: de terça a domingo, das 11h às 20h.
Entrada franca – Classificação livre
Visitas monitoradas para escolas: agendamento pelo telefone (21) 3284-7400.
Instituto Moreira Salles – Rio de Janeiro
Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea
Tel.: (21) 3284-7400/ (21) 3206-2500
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