sexta-feira, 17 de outubro de 2014

PRETO NO BRANCO, coluna publicada no jornal O ESTADO


JOGO ELEITORAL
 O primeiro debate entre os presidenciáveis que chegaram ao segundo turno deu  bem o tom do quão acirrada está essa eleição. Diferentemente dos anos anteriores, tanto Dilma (PT), quanto Aécio (PSDB), resolveram partir para o confronto franco e direto, tendo a corrupção como tema central dos ataques de parte a parte.
Embora continuem com dificuldade na oratória, consequência  do fato de nunca ter sido política profissional, como o concorrente Aécio Neves, a candidata à reeleição acaba por levar vantagem, nesse confronto, onde seu histórico pessoal a coloca numa posição privilegiada se comparada com a de seu concorrente, contra quem pesam acusações que vão desde a agressão a uma ex-namorada, divulgada com detalhes pelo jornalista Juca Kfouri e pela colunista Joyce Pascovic até flagrantes de nepotismo e favorecimento a familiares, como no caso da construção do aeroporto de Cláudio, sem falar na infinidade de denúncias contra seu próprio Partido, o PSDB.
Tudo que Aécio tem contra Dilma são erros de terceiros, de pessoas do PT que sabidamente sempre sabotaram o próprio governo dela por verem seus interesses contrariados, como é o caso dos deputados André Vargas e Cândido Vacarezza. No caso do propinoduto da Petrobras, foi perceptível que Aécio explorou bem menos o caso. Isso se deve ao fato de que o ex-diretor da Petrobras cuja delação premiada tem sido objeto de vazamentos seletivos, teve como um dos principais padrinhos para sua nomeação, um tio do próprio Aécio, o deputado Francisco Dornelles, do PP que é o partido padrinho de Paulo Roberto Costa. A tendência, portanto, é que a situação do candidato do PSDB, como defensor da ética vire pó, até o dia 26 de outubro.
CURTO CIRCUITO
• Ah! Tá!
Segundo o Folha de S.Paulo, da última terça, o governo de Minas recusou-se nos últimos anos a prestar informações sobre despesas com publicidade em três rádios e um jornal controlados pela família do candidato Aécio Neves, que foi governador do Estado entre 2003 e 2010 e fez o sucessor, Antonio Anastasia.

• Mensalão
Depois de cumprir 11 meses da pena que lhe foi imposta pela Justiça,  de 7 anos e 11 meses, o ex-ministro José Dirceu poderá ir pra casa nos próximos dias. É que segundo informações do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, na próxima segunda-feira, poderá ocorrer a progressão da pena do ex-ministro do regime semiaberto para o aberto.

• Será?
Deu no Ilimar Franco: O PMDB do Nordeste é um poço de mágoas com o PT. Seus integrantes só não cruzarão os braços porque o apoio à presidente Dilma na região é expressivo. Candidato no Ceará, o senador Eunício Oliveira foi amargo ao se queixar com o vice Michel Temer. Ele quer que seja mantido o acordo de Lula e Dilma ficarem longe da eleição local.

• Pois sim!
Aliás, Eunício, em entrevista na TVM, ao ser perguntado se, caso ganhasse a eleição e Aécio fosse também o eleito se iria ser ruim pra sua administração, ele foi enfático em afirmar que se dava muito bem com o candidato Aécio Neves.

• Liberar geral
Ao abordar suas posições no combate ao crime organizado, e com destaque o tráfico de drogas, o deputado Moroni Torgan (DEM) afirma que, se for para liberar a maconha, é melhor liberar também “crack”, cocaína, heroína, haxixe ópio, LSD, Rohipnol e  demais alucinógenos.

• Mãos de trabalhador
 Finalmente, um legítimo trabalhador do campo, mãos calejadas da enxada e da foice, assume cadeira na AL pelo chamado Partido dos Trabalhadores, coisa rara de acontecer. Trata-se do sindicalista Moisés Braz, ex-presidente da Fetraece. O PT, ao longo de sua história, é um dos partidos com menos trabalhadores legítimos filiados.

• Cinismo
 É revoltante o cinismo com que certos políticos insultam o povo brasileiro. Para o deputado federal baiano Jorge Solla PT, se casos como “dólares na cueca”, “aloprados”, “anões do orçamento” e outros, ou já caíram ou vão cair no esquecimento, por que o PT e a candidata Dilma devem se preocupar com o escândalo da Petrobras?!

• Liberado
 Sobre a decisão do PSB-CE, de apoiar o dilmista  Eunício Oliveira (PMDB) para  governador, a deputada e ex-candidata a presidente Eliane Novais explicava na AL, não haver discrepância com o comando nacional do partido, que mesmo apoiando Aécio Neves para presidente da República, liberou alguns dos diretórios regionais.

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