sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

PRETO NO BRANCO, coluna publicada no jornal O ESTADO

       NINGUEM SEGURA EDUARDO CAMPOS


Julieta Brontée
 
O ano termina com significativas alterações na configuração das forças políticas a partir das eleições municipais que demonstraram um evidente enfraquecimento do PT, com a perda de posições importantes para o PSB de Eduardo Campos, que já se cacifa como a liderança política em ascensão, a ponto de já se arriscar em críticas públicas à política econômica do governo Dilma, pautada basicamente no estímulo ao consumo e ao endividamento. Modelo que, segundo o governador de Pernambuco e boa parte do pensamento econômico nacional e internacional, já se encontra esgotado e que, para muitos é mesmo equivocado, por ter sido o modelo que levou à crise que assola países europeus.
 
A candidatura de Eduardo Campos à presidência em 2014 já é dada como fato consumado por muitos analistas, pois mesmo que seu projeto maior seja para 2018, para chegar lá, precisa ganhar musculatura nacional e para isso, uma candidatura, já em 2014, seria imprescindível. Na disputa interna que vive com os Ferreira Gomes, Eduardo hoje enfrenta o movimento inverso dos irmãos àquele que levou o PSB a rifar a candidatura de Ciro Gomes e apoiar a candidatura de Dilma, para agradar Lula e garantir todos os investimentos possíveis e imagináveis para Pernambuco e que hoje cacifam Eduardo para se autoproclamar como gestor exemplar. Hoje são os Ferreira Gomes que se dizem avessos a uma candidatura avulsa socialista e proclamam seu amor e fidelidade a Lula e à reeleição de Dilma numa espécie de vingança daquelas que se espera para comer bem feia. Mas a diferença é que nacionalmente, o PSB não é o PDT. O PSB foi recebido de herança pelo Eduardo neto de Arraes e o que dita ali é lei. Não é como no PDT onde o neto de Brizola exerce uma vice-presidência apenas alegórica, sob o comando do desafeto polêmico Carlos Lupi.
 
Em entrevista à revista Época, que ainda será publicada, o senador Humberto Costa, do PT, derrotado na eleição pra prefeitura da capital pernambucana pelo ilustre desconhecido Geraldo Julio, sacado da cartola de Eduardo meses antes da eleição, mesmo Humberto tendo na vice o campeão de votos e ex-prefeito, João Paulo, também do PT, declarou que Eduardo Campos era compulsivo e obstinado pelo poder. Pois é, quem viver verá.

         CURTO CIRCUITO

Desrespeito
            A prefeita Luizianne Lins está deixando governo, após 8 anos, dando um grande presente ao povo fortalezense, principalmente para os que nela e em seu “poste com luz quebrada” votaram: Não vai fazer o Réveillon de Fortaleza.  Ela não faz mas o “Cidim” de açúcar, mesmo em cima da hora, vai fazer!

Repercussão
            Segundo um agente internacional de turismo comentava ontem, em programa radiofônico, a suspensão do “Réveillon-2013” de Fortaleza, tem tudo para prejudicar o setor turístico da cidade. Isso, porque as grandes empresas do setor trabalham com clientela que confia cegamente na firmeza dos calendários turísticos.

 Vergonha
              Na opinião do deputado federal sainte (para assumir Secretaria em Fortaleza) Domingos Neto, o Poder Legislativo não tem que esperar mais para acatar a decisão do STF, de cassar mandatos de deputados mensaleiros. “È uma vergonha termos que conviver com esses condenados misturados no meio da gente na Câmara”, diz ele.

Sem perdão
              Segundo o novo presidente do TCM, Chico Aguiar, não haverá moleza em relação a prefeitos que não cumprirem à risca a Lei de Responsabilidade Fiscal, desde o início de suas gestões. Evita-se, com isso, atropelos e perdas nos finais de mandato.                 

                              UMAS & OUTRAS
Fogueira

    O PR do ex-governador Lúcio Alcântara, nem aí para os 35 votos que elegerão o vereador Walter Cavalcante presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, “empurra” o médico-vereador Adelmo Martins para uma candidatura sem razões de ser. Por que não lança o outro perrista, Capitão Vagner, o homem dos 50 mil votos?

 Congraçamento
              Ontem, de surpresa, os deputados receberam, no Plenário da Assembleia a visita dos colegas deputados-secretários Mauro Filho, Camilo, Santana e Nelson Martins. Na ocasião, agradeceram o apoio recebido dos que fazem aquela Casa, aos projetos de suas secretarias. Solicitaram a mesma ajuda em 2013.

 Palhaçada vergonhosa
                Para o deputado Fernando Hugo (PSDB), o Congresso Nacional envergonha o Brasil diante das outras Nações, ao tentar, sem êxito, votar, em algumas horas uma “montanha” de vetos, que só poderia ser votada em 12 anos. Perde, assim, o respeito perante os dois outros poderes constituídos, e por muito tempo.

Menos, menos!
             Ninguém pode negar ao ex-presidente Lula, o direito de se defender contra a avalanche de denúncias que contra ele são feitas, não só em relação ao mensalão, como no que diz respeito a Marco Valério e o “Rosegate”. Só que, por isso, ele não pode chamar todos os seus adversários de “vagabundos”. Vai ter réplica, e pesada.

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