Pesquisa sobre vacina contra a dengue chega às etapas finais em Fortaleza

A chamada "Vacina Quimérica", desenvolvida pelo laboratório francês Sanofi Pasteur, cujo efeito contra a dengue é testado no Brasil por pesquisadores de cinco universidades, chega à última etapa de testes de segurança e eficácia. Na Universidade Federal do Ceará, o Prof. Luis Carlos Rey é um dos coordenadores dos testes, que são aplicados em cerca de 600 crianças e jovens em Fortaleza, com aval do Ministério da Saúde, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa.

Conforme explicou o Prof. Luis Carlos, a Vacina Quimérica tem como base a vacina contra a febre amarela (YF17D), produzida pelo Brasil desde os anos de 1930. Segundo ele, os antígenos (substâncias que estimulam a produção de anticorpos no ser humano) da febre amarela foram substituídos pelos dos quatro diferentes sorotipos da dengue, o que abre boas expectativas para o desenvolvimento de imunidade em seres humanos contra o vírus do mosquito Aedes aegypti. Para ter a eficácia e a segurança comprovadas, a vacina é aplicada em três doses. A primeira foi feita no fim de 2011, e atualmente a equipe da UFC já finaliza a última etapa da aplicação. "Quando a gente falava em vacina contra a dengue, parecia algo remoto, para daqui a dez anos. Mas, com essa pesquisa, se tudo correr como o previsto, já pode-se considerar a possibilidade do registro mundial da vacina para 2015", afirmou o Prof. Luis Carlos.

Na UFC, cerca de 15 estudantes de graduação e pós-graduação, professores e técnicos estão envolvidos nesses estudos. Eles também fazem o acompanhamento semanal dos fortalezenses que recebem as doses da Vacina Quimérica, cuja segurança tem sido considerada "excelente". "Não verificamos nenhum efeito colateral importante no pós-vacina", destacou. Segundo o pesquisador, essa é a pesquisa mais avançada em pesquisa de dengue no País. Além de Fortaleza, há testes nas cidades de Natal (RN), Vitória (ES), Campo Grande (MS) e Goiânia (GO), e em países da América Latina e da Ásia.

Fonte: Prof. Luis Carlos Rey, da Faculdade de Medicina da UFC