segunda-feira, 1 de junho de 2020

COLUNA PRETO NO BRANCO

                           


                Bolsonaro, um novo Collor piorado

         Aqueles que acompanharam o começo, o meio e o fim, do curto “reinado” do presidente Fernando Collor de Mello começam, cada vez mais, a identificar grandes semelhanças entre esses dois destemperados presidentes cujas eleições se constituíram em estrondosas decepções para aqueles que se iludiram, contribuindo para elevá-los à chefia do Executivo. Existem, é claro, algumas poucas diferenças. Como exemplo, Collor não tinha nenhum filho trapalhão envolvido em crimes de “rachadinha”, envolvimento com milícias assassinas ou bandos de produtores de “fake news” para mentir, difamar e caluniar seus opositores.

         Não se pode também acusar Collor de ter “infestado” o seu governo com “generais de pijama” para lhe darem cobertura, assim como estabelecer laços com as Forças Armadas. No mais, os dois dariam uma junta de bois de engenho, tantas são as semelhanças de comportamento. Se o primeiro, o alagoano, era gabola, exibicionista e desbocado, o segundo não fica em nada atrás. Só que Collor queria apenas aparecer, enquanto Bolsonaro cada vez mais “mostra as unhas” em sua vocação para ditador. Collor caiu sem ter tempo para se apegar a um “Centrão” que, cheio de cargos pomposos pudessem impedir a sua cassação.

         No caso de Bolsonaro, a impressão que ele vem dando, e com os mais indisfarçáveis gestos é a de que ele, por conta dos generais e outros oficiais aposentados que levou para o seu governo, poderá neutralizar as ações dos generais, brigadeiros e almirantes, se insistir em brincar de avacalhar os demais poderes, que jamais cairiam numa esparrela como a de 1964, que tão caro custou à sociedade brasileira e às próprias Forças Armadas. Bolsonaro pode até ser destrambelhado, mas não é cego nem louco, para não entender as mensagens vindas das mais recentes pesquisas de opinião, em que o seu governo “se derrete” a cada consulta à população.

CURTO-CIRCUITO

CARTILHA I

Tendo como objetivo dar mais sustentação aos projetos de mulheres para se candidatarem no próximo pleito, vem aí uma valiosa ajuda, em forma de Cartilha de Orientação, que é um trabalho caprichado, da secretaria da Mulher, da Câmara dos Deputados, em parceria com a Organização Visibilidade Feminina, e que terá assistência direta do próprio TSE.

CARTILHA II

Com a referida Cartilha, as futuras candidatas às Prefeituras e Câmaras Municipais, assim como as suas equipes de apoio poderão agir livres da ação de políticos corruptos que infestam os partidos.

DEMOROU

 Segundo o senador Cid Gomes (PDT), embora tenha demorado bastante, foi   aprovado o Projeto de Lei que autoriza as Universidades Federais e Estaduais a se aproveitarem a paralização das aulas, para investir em tempo, tecnologia e recursos na produção de insumos destinados à batalha contra o COVID-19 e seus efeitos.

SÓ LEMBANDO

 Cid, que foi o relator da matéria mostra otimismo ante a expectativa da produção, em larga escala, de respiradores, máscaras, testes rápidos e álcool em gel para distribuição.

PERGUNTAR NÃO OFENDE  

Deputados, vereadores de nossa capital e profissionais da imprensa política continuam indagando a respeito de um tema que poderá virar problema. Trata-se de se saber como será resolvido o problema da entrega à ministra da Mulher, Damáres Alves, do título de Cidadã do Ceará, que lhe foi concedido pela Assembleia Legislativa, por conta de criticada troca de apoios costurada pela deputada Dra. Silvana. Há o sério risco de que a solenidade (se houver) venha a ser um fiasco, principalmente depois que a ministra-pastora, para agradar Bolsonaro pediu a presença de governadores.

CURIOSIDADE

Há, no mundo político do Ceará, outro complicado e polêmico problema que desperta a curiosidade, não só da imprensa política, como de todos os parlamentares e prefeitos que alinham com o Governo do Estado. O problema está no apoio que o PSD, agora no “Centrão” dá ao governo de Bolsonaro, de quem esse partido acaba de ganhar nada menos que a FUNASA, com seus ricos R$ 3,1 bilhões. A pergunta é mais direcionada aos Aguiar – Domingos Filho e Domingos Neto e Patrícia, que “lá em cima” fazem parte do bloco bolsonarista, mas no Ceará se dizem aliados do governador Camilo, de quem Bolsonaro é, explicitamente, adversário.

‘LESOS’

O vereador Maírton Félix (PDT), pelo visto, parece julgar que seus colegas de Câmara Municipal de Fortaleza são um “bando de lesados”. Isso, depois que ele lançou, naquela Casa do povo, projeto de Lei no sentido de que cultos evangélicos e missas católicas sejam considerados atividades essenciais.

SEM DISFARCE

E Mairton nem tratou de disfarçar que se trata de uma maneira solerte de fazer com que os evangélicos continuem arrecadando com a rica “sacolinha”. Ele deveria se lembrar de que os católicos, fiéis ao isolamento social continuam fazendo de suas casas a sua igreja, e contribuindo via Internet.

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