sexta-feira, 12 de junho de 2020

PSB defende "amplíssima" frente para enfrentar "fundamentalismo" de extrema-direita de Bolsonaro -


Em reunião virtual, nesta quinta-feira (11), a Comissão Executiva Nacional do PSB reiterou a necessidade da formação de uma "amplíssima" frente em defesa da democracia diante do "fundamentalismo" de extrema-direita do governo Bolsonaro, que "ainda não se realizou em nenhum outro lugar do mundo".

Os socialistas também reafirmaram o engajamento no movimento pelo Impeachment Já do presidente da República. Durante quatro horas, os socialistas analisaram a conjuntura política, econômica e social do país e aprovaram também propostas voltadas para a área econômica e social no período pós-pandemia.

Uma manifestação em desagravo ao Supremo Tribunal Federal e ao Superior Tribunal de Justiça foi aprovada pelo colegiado em reconhecimento à firme atuação de seus integrantes na defesa do Estado Democrático de Direito e das garantias constitucionais.

Para o PSB, Jair Bolsonaro busca implantar no país um regime autoritário, com uma estratégia que inclui, por exemplo, a tentativa de armar a população civil e de envolver polícias e Forças Armadas; o desmonte da legislação e órgãos de controle ambiental; o descaso com a pandemia do coronavírus e o uso de fake news contra governos prejudicando o combate à doença; as limitações às políticas assistenciais e aos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres; e os ataques sistemáticos à verdade e aos fatos pelas redes sociais - em contraposição à atuação da imprensa.

Participaram da reunião, realizada por meio de um aplicativo e coordenada pelo presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, os governadores Paulo Câmara (Pernambuco) e Renato Casagrande (Espírito Santo), os ex-governadores Rodrigo Rollemberg, Ricardo Coutinho, Márcio França e João Capiberibe, o vice-presidente de Relações Governamentais do PSB, Beto Albuquerque, deputados federais, senadores, prefeitos e representantes dos seis segmentos sociais do partido.

Um balanço foi apresentado ao colegiado com as principais medidas do governo Bolsonaro, divididas em 18 tópicos.

Frente ampla e programa robusto

Para fazer frente ao atual governo, o PSB defende que a frente ampla seja formada com base em um programa "majoritário e robusto" em defesa da democracia e de suas instituições.

Para os socialistas, esta frente deve envolver toda a sociedade civil, como artistas, intelectuais, partidos políticos, governadores e prefeitos, sindicatos e confederações de trabalhadores, instâncias representativas democráticas das polícias, órgãos de imprensa, cientistas e autoridades de saúde. O partido se propõe a somar esforços com movimentos da sociedade civil que se opõem ao governo, como #Somos70%, #EstamosJuntos e #Basta.

"Esta tarefa é urgentíssima, porque não se pode dizer, infelizmente, que o presidente da República e seu grupamento ideológico estejam sendo mal sucedidos nos intento de impor sua plataforma política fundamentalista à sociedade civil. Além disso, estão melhor organizados neste momento do que as forças democráticas, e têm sob seu controle a máquina federal", afirma o partido.

O PSB seguirá empenhado na ampliação do movimento Janelas da Democracia, que já reuniu mais de 60 personalidades e lideranças do mundo político, social, artístico, cultural e intelectual, em uma live pelas redes sociais de cinco partidos - PSB, PDT, Rede, PV e Cidadania. A segunda edição será no dia 18 de junho e contará com um número maior de representantes de segmentos sociais dispostos a defender a democracia.

Propostas pós-pandemia

Os socialistas aprovaram propostas para o enfrentamento da crise econômica e social no período pós-pandemia. Entre elas, o estabelecimento de um programa de renda mínima universal, e a formulação de um programa de investimentos públicos diretos e de um plano de recuperação financeira de empresas.

Também a defesa da criação de um fundo garantidor de financiamentos para as micro, pequenas e médias empresas, com juros baixos, o fomento ao investimento privado, além de medidas para adequar o serviço da dívida pública à realidade de grave crise.

Considerada uma das áreas mais atacadas pelo atual governo, a educação foi considerada pelos socialistas um "eixo estruturante para reconstrução do país" no pós-pandemia.

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