sexta-feira, 5 de setembro de 2014

A serviço do sistema financeiro (?)

'PROGRAMA DA MARINA ATENDE AO SISTEMA FINANCEIRO'
:
Afirmação é da presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, que vê com tristeza e preocupação o programa da candidata do PSB; documento prevê, segundo ela, um sistema financeiro mais descomprometido com o crescimento do País; sobre Neca Setubal, coordenadora do programa de governo de Marina Silva, não ser do setor, como defende, e sim da educação, ela rebate: "se alguém quiser acreditar nisso, acredite"

por Paulo Donizetti de Souza, daRede Brasil Atual



 São Paulo – Para a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, o programa de governo da candidata do PSB à presidência da República, Marina Silva, privilegia interesses do sistema financeiro. O texto tem entre seus coordenadores economistas ligados à era FHC e Neca Setúbal, do Itaú: "Não adianta você chegar e dizer 'eu sou o novo', 'eu vou mudar a política'. O novo que prevê terceirização? Redução do papel dos bancos públicos? Diminuição do crédito? Da importância do pré-sal? De onde vai sair receita para mudar o financiamento da educação e da saúde? Isso não é novo. A gente já viveu há muito tempo e foi muito ruim para o Brasil", diz a sindicalista.
Nos últimos anos houve uma mudança na condução da economia do país. Com mais gente incluída no trabalho formal, com renda em alta, aumenta também o número de pessoas com conta corrente e fazendo poupança. Os bancos não deveriam estar satisfeitos com a economia do país?
Deveriam, porque eles ganharam muito dinheiro, como sempre, mas tiveram de trabalhar mais, por exemplo, para ampliar a oferta de crédito. Para emprestar mais cobrando menos juros, os bancos, de um jeito ou de outro, tiveram de ampliar o quadro de funcionários. Se você compara com dez anos atrás, aumentou o número de bancários. Agora, o setor voltou a apresentar redução do nível de postos de trabalho. Eles preferem ganhar o dinheiro mais fácil, com títulos da dívida pública pagando juros maiores, sem ter de aumentar o quadro. No momento em que a Dilma fez a redução da taxa Selic, isso desagradou completamente o mercado. Eles ganham dinheiro com crescimento ou com recessão, mas no crescimento eles têm que trabalhar mais, têm que ampliar o quadro, têm que expandir a capacidade de atendimento, com margem menor nos juros, precisam emprestar mais para manter a rentabilidade alta. E vêm mantendo.
Quando o governo Dilma assumiu em janeiro de 2011, a Selic estava em 11,25% ao ano. Entre 2012 e 2013, chegou ao piso histórico de 7,25%. Mas voltou a subir. Está em 11% há quatro reuniões do Copom e estima-se que acabe o ano assim. Se mesmo com juros mais baixos a receita com operações de crédito cresceu, por que parou aquela queda-de-braço que o governo teve com os bancos?
Os bancos fizeram inclusive campanha internacional contra o Brasil, fizeram uma queda-de-braço porque reduzir muito a Selic para eles é ruim, aumentar o crédito para eles é ruim. Eles continuariam a ganhar, mas teriam de ampliar a escala. Reduzir a margem de lucro para que todos ganhem – a população também – não é com eles. Parecem não se importar se o setor produtivo perde, se a população perde. É a cultura dos bancos sobre a sociedade.
Os bancos têm se posicionado no ambiente eleitoral. Teve o episódio do Santander, que associou valorização na Bolsa de Valores à queda de Dilma nas pesquisas. Sócios do Itaú estão na campanha da Marina Silva. O que explica isso se o país vive um ambiente tão saudável para o sistema financeiro?
Leia matéria completa aqui: http://brasil247.com/+wgbkw

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