Afirmação é da presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, que vê com tristeza e preocupação o programa da candidata do PSB; documento prevê, segundo ela, um sistema financeiro mais descomprometido com o crescimento do País; sobre Neca Setubal, coordenadora do programa de governo de Marina Silva, não ser do setor, como defende, e sim da educação, ela rebate: "se alguém quiser acreditar nisso, acredite"
por Paulo Donizetti de Souza, daRede
Brasil Atual
São Paulo – Para a presidenta do Sindicato dos Bancários de
São Paulo, Juvandia Moreira, o programa de governo da candidata do PSB à
presidência da República, Marina Silva, privilegia interesses do sistema
financeiro. O texto tem entre seus coordenadores economistas ligados à era FHC
e Neca Setúbal, do Itaú: "Não adianta você chegar e dizer 'eu sou o novo',
'eu vou mudar a política'. O novo que prevê terceirização? Redução do papel dos
bancos públicos? Diminuição do crédito? Da importância do pré-sal? De onde vai
sair receita para mudar o financiamento da educação e da saúde? Isso não é
novo. A gente já viveu há muito tempo e foi muito ruim para o Brasil", diz
a sindicalista.
Nos últimos anos houve uma mudança na condução da economia
do país. Com mais gente incluída no trabalho formal, com renda em alta, aumenta
também o número de pessoas com conta corrente e fazendo poupança. Os bancos não
deveriam estar satisfeitos com a economia do país?
Deveriam, porque eles ganharam muito dinheiro, como sempre,
mas tiveram de trabalhar mais, por exemplo, para ampliar a oferta de crédito.
Para emprestar mais cobrando menos juros, os bancos, de um jeito ou de outro,
tiveram de ampliar o quadro de funcionários. Se você compara com dez anos
atrás, aumentou o número de bancários. Agora, o setor voltou a apresentar
redução do nível de postos de trabalho. Eles preferem ganhar o dinheiro mais
fácil, com títulos da dívida pública pagando juros maiores, sem ter de aumentar
o quadro. No momento em que a Dilma fez a redução da taxa Selic, isso
desagradou completamente o mercado. Eles ganham dinheiro com crescimento ou com
recessão, mas no crescimento eles têm que trabalhar mais, têm que ampliar o
quadro, têm que expandir a capacidade de atendimento, com margem menor nos
juros, precisam emprestar mais para manter a rentabilidade alta. E vêm
mantendo.
Quando o governo Dilma assumiu em janeiro de 2011, a Selic
estava em 11,25% ao ano. Entre 2012 e 2013, chegou ao piso histórico de 7,25%.
Mas voltou a subir. Está em 11% há quatro reuniões do Copom e estima-se que
acabe o ano assim. Se mesmo com juros mais baixos a receita com operações de
crédito cresceu, por que parou aquela queda-de-braço que o governo teve com os
bancos?
Os bancos fizeram inclusive campanha internacional contra o
Brasil, fizeram uma queda-de-braço porque reduzir muito a Selic para eles é
ruim, aumentar o crédito para eles é ruim. Eles continuariam a ganhar, mas
teriam de ampliar a escala. Reduzir a margem de lucro para que todos ganhem – a
população também – não é com eles. Parecem não se importar se o setor produtivo
perde, se a população perde. É a cultura dos bancos sobre a sociedade.
Os bancos têm se posicionado no ambiente eleitoral. Teve o
episódio do Santander, que associou valorização na Bolsa de Valores à queda de
Dilma nas pesquisas. Sócios do Itaú estão na campanha da Marina Silva. O que
explica isso se o país vive um ambiente tão saudável para o sistema financeiro?
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