PRETO NO BRANCO, coluna publica no jornal O ESTADO

Sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Xadrez Político

• A eleição de Camilo Santana (PT), para o grupo político comandado pelos irmãos Ferreira Gomes parece estar bem mais complicada do que eles esperavam a essa altura da campanha. Diferentemente do que imaginavam os irmãos sobralenses, o senador Eunício Oliveira (PMDB), resiste firme na dianteira, o que além de garantir a vitória de um candidato também apoiado pela presidenta Dilma e pelo ex-presidente Lula, representa uma vitória para o grupo político da ex-prefeita Luizianne Lins, que além de repudiar a candidatura de Camilo Santana, por suas ligações umbilicais com os Ferreira Gomes, ainda garante a vaga para quatro anos no Senado, que hoje é de Eunício, para alguém extremamente ligado a ex-prefeita de Fortaleza, o suplente Valdemir Catanho, do próprio PT.
Fica claro, portanto, que uma derrota de Camilo Santana será debitada exclusivamente da conta dos Ferreira Gomes, de modo que para o PT que foi alvo de uma manobra dos irmãos para tirar o deputado Guimarães da disputa do Senado, dada a pouca afinidade de Camilo Santana com o partido ao qual é filiado apenas pró-forma, não chega a ser um mau negócio a derrota para Eunício Oliveira, pois pelo menos ficará com a senatoria, como já falamos anteriormente, garantida por quatro anos.
Não foi à toa que o governador Cid Gomes achou por bem tirar licença do cargo para se dedicar de corpo e alma em angariar mais adeptos para seu pupilo nessa reta final de campanha. Afinal de contas, no xadrez político, as jogadas nem sempre são tão óbvias quanto parecem.

CURTO CIRCUITO

• Desmotivando - Segundo declarações de um jovem empresário, associado da AJE, tem sido altamente desmotivador tentar arrancar dos candidatos a governador do Estado algum tipo de proposta que já não seja “requentada”. O pior é que eles “tiram” ideias uns dos outros. E isso, quando não usam o tempo dos debates, para  expor os “pecados” dos outros,  em vez de mostras suas próprias virtudes.

• Bumerangue - A disputa pela presidência da República, depois de todos os arrufos e trocas de “gentilezas” entre os candidatos, caminha agora para uma fase que vai exigir muita habilidade dos envolvidos. É o caso da presidenta Dilma, que, com 41% de rejeição, tenta “transferir” essa rejeição para a concorrente Marina. O problema é: e se com isso cair a rejeição a Aécio?

• Verdade - A propósito de Aécio, o neto de Tancredo Neves faz uma advertência com base em números reais: se não houver, da parte do futuro presidente ou presidenta  a duplicação dos investimentos no crescimento e na Educação, no Nordeste, essa região, refém de invernos incertos, e de secas infalíveis, esta será prejudicada, a despeito da disposição para o trabalho, dos nordestinos.

• Equívocos - Em matéria de campanhas eleitorais, as possibilidades de equívocos nas estratégias são sempre reais. Segundo deputados governistas da AL, houve uma série de equívocos, no que se refere à candidatura de Camilo Santana. A verdade é que o Abolição julgou, erroneamente, que poderia transferir para a sua chapa os altos índices de aceitação do governo de Cid Gomes.

• “Jegueata” - Esta é uma das melhores notícias sobre a campanha eleitoral. No interior da Paraíba, em consequência da falta do “vil metal” para políticos pobres, de partidos nanicos, um candidato do PSOL a deputado federal, sem grana para fazer “carreatas”, promove “jegueatas”, ou seja, passeatas utilizando-se de centenas de jegues. É o velho jumento ajudando a eleger “irmãos”... 

• Encurralada - A Petrobras, sonho maior do presidente Getúlio Vargas e de todos os brasileiros, atinge uma situação lastimável. Além dos escândalos, a estatal, “encurralada” por multas do TSE devido ao uso político e eleitoral de publicidades institucionais, teve todas essas propagandas suspensas, só permanecendo o patrocínio do piloto Felipe Massa, da Fórmula-1.

• Megalomania - Há 20 anos, o famigerado ex-prefeito de Tianguá-CE, Gil Moita, construiu  uma residência no modelo exato da Casa Branca, de Washington-EUA. Agora, em Alto Santo, o prefeito constrói um estádio de futebol em forma de coliseu romano, cuja capacidade é maior do que a população do município, usando dinheiro público, ou seja, dos nossos impostos... Dá pra aguentar uma sandice dessas!

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