PRETO NO BRANCO, coluna publicada no jornal O ESTADO

Sexta-feira, 05 de setembro de 2014

Brasil vive pobreza política

 A ex-senadora Marina Silva vive o melhor momento de sua escalada rumo à presidência da República. Mas diferentemente do que ocorreu em 2010, quando não tinha chances reais de chegar à vitória, apesar da expressiva votação, não passará imune pelo processo eleitoral. Marina pela primeira vez passou a ser alvo e vidraça de seus oponentes. Desde a principal concorrente, a presidenta Dilma Rousseff, que concorre à reeleição até a candidata Luciana Genro, do pequeno, mas combativo PSOL, passando pelo moribundo PSDB, todos apontam suas artilharias para as contradições e para a fragilidade das propostas de Marina que não fossem as frases feitas, pinçadas dos discursos do finado Eduardo Campos e o plágio do programa de governo de Fernando Henrique Cardoso, nada teria a apresentar aos eleitores de mais concreto, seja no programa de TV, seja nas entrevistas, seja nos debates entre candidatos.
Marina é, sem dúvida, um fenômeno do quanto a política brasileira empobreceu nos últimos anos. É vazia, sem carisma, antipática e arrogante de sua indigência política e falta de base social, mas ainda assim, aboletada num imaginário popular que a vê como salvadora de uma pátria que sequer está em risco, vai surfando no grande erro dos governos do PT que esqueceu de dar ao povo o principal antídoto contra aventureiros oportunistas como Marina, educação política.

CURTO CIRCUITO

• Fedeu- O “Bom Dia Brasil”  (Globo), quarta-feira (03), veiculou notícia dando conta da sujeirada em que anda envolvida a Câmara Municipal de Fortaleza. São gastos exorbitantes com passagens aéreas, tíquetes alimentação e aluguel de veículos. As investigações do Ministério Público apontam que o Legislativo mirim de Fortaleza, em apenas um ano, pagou R$ 2,4 milhões com passagens aéreas e R$ 9,79 milhões com tíquetes alimentação.

• E o povo óoooo - Ainda segundo as denúncias do MP, nos últimos dois anos, o papoco da CMF com aluguel de carros chegou a cifra de R$ 4,9 milhões. E ainda tem denúncia de irregularidades no uso e na aplicação de emendas parlamentares e no uso da Verba de Desempenho Parlamentar, a velha VDP.

• Rápido aprendizado - E esse tal de vereador “Aonde É”, que chegou à CMF, na maior humildade, parece que aprendeu e muito rápido o caminho! Pelas denúncias veiculadas na imprensa, o rapaz sabe, e muito bem, “aonde é” que “as andorinhas dormem”.

• Briga feia - Quem não está acompanhando “in loco” a campanha no interior, para a Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa, não sabe o que significa uma verdadeira “briga de foice”. O curioso é que tal fuça não se refere tanto aos candidatos ao Palácio da Abolição. Pelos votos do interior, brigam com unhas e dentes até candidatos do mesmo partido.

• Agenciadores - Vários candidatos denunciam que se veem prejudicados pelo corre-corre em busca de votos: Acontece uma corrida em que só poderão chegar na frente candidatos cheios do “boró”, ou apoiados por quem tem esse vil metal. Novidade: começa a sumir a figura do cabo-eleitoral. A coisa se modernizou. Agora são agenciadores, com a grana na mão.

• Nem aí -  Outro “fenômeno” registrado na atual corrida por mandatos proporcionais: De olho, egoisticamente, nas preciosas (e rentáveis) cadeiras na Câmara baixa do país e na Assembleia, é que, se dependesse da maioria dos participantes dessa corrida, nem haveria disputa pelo governo do Estado. Os votos “casados” nesse campo são poucos.

• Falta Norte - Observadores, especialistas em campanhas eleitorais, começam a se tornar quase unanimidade em relação à candidata do PSB ao Palácio do Planalto, Marina Silva: o discurso dela continua cada vez mais confuso, dando a impressão de que não está seguindo  o que lhe sugerem seus assessores, muitos deles de alta competência.

• Ainda Marina - Segundo afirma a imprensa do Sul-Sudeste e Brasília, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) aguardam o momento de juntos, “dar o bote” em cima das incongruências da adversária Marina. Lembram-se de que Ciro Gomes e Russomano perderam-se “pela boca” em campanhas no país e em São Paulo.

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