Pelo menos 100 pessoas já estão sendo beneficiadas com a realização de perícias médicas que são resultado do convênio de cooperação assinado entre a Universidade Federal do Ceará, através do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM), e o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE). São perícias solicitadas por magistrados das varas cíveis da Comarca de Fortaleza, a maioria referente a processos de pessoas que entraram na justiça solicitando benefício do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
No mutirão foi observado que há casos em que o processo vinha se arrastando há 2, 10 e até 18 anos, de acordo com a médica e professora Elisabete Moraes, coordenadora do Centro de Pesquisa do NPDM à frente da execução do convênio entre a UFC e o TJCE.
O termo de cooperação foi assinado em agosto deste ano e o primeiro mutirão de perícias teve início dia 21 de novembro. O trabalho no NPDM prosseguiu na última segunda-feira (17) e nesta quarta-feira (19), totalizando pelo menos 100 perícias. Outra série está programada para o período de 20 a 25 de janeiro de 2019.
Com esses esforços concentrados na realização de perícias, os processos podem ser agilizados. "É retorno que a Universidade dá para a sociedade. Estamos contribuindo para diminuir o número de processos no TJCE abertos por requerentes que entram na justiça solicitando algum benefício do INSS", afirma a Profª Elisabete Moraes.
Ela comenta que o reitor da UFC, Henry Campos, foi muito sensível ao ver a importância da realização desse convênio com o TJCE. "A iniciativa partiu do Tribunal, mas a gente já tinha um contato com a 6ª Vara Cível do Fórum Clóvis Beviláqua. Então por que não fazer uma parceria oficial? Com isso surgiu o termo de cooperação", conta ela.
Veja outras imagens da iniciativa no Flickr da UFC: https://bit.ly/2A6Eoe2
ESTRUTURA – Dos 12 consultórios existentes na estrutura do NPDM, cinco estavam ocupados nesta quarta-feira (19) para o atendimento de pacientes pelos médicos peritos. Além desses profissionais, uma equipe formada por enfermeira, técnica de enfermagem, psicóloga, farmacêutico e bióloga deu suporte às atividades que envolvem recepção e acolhimento dos pacientes, bem como organização do atendimento, que vai até as 17h.
Como coordenadora do trabalho, a Profª Elisabete Moraes providenciou também cuidados para a espera dos pacientes ficar mais agradável: uma sala com TV, água, cafezinho e biscoitos. Para Naiane Feitosa dos Santos, que trabalhava numa assessoria de cobrança, esse acolhimento não passou despercebido. "É muito difícil a gente chegar a um local e ter a recepção que a gente teve aqui hoje. Muito organizado, cafezinho, bolacha. Isso nos deixa até menos nervosos, porque a gente vem com um nervosismo grande", disse.
Naiane contou que parou de trabalhar depois de um acidente (um carro bateu na moto que a transportava para o trabalho) em que fraturou a perna esquerda e o tornozelo. "Tenho uma placa e nove parafusos, sinto muitas dores e corro o risco de ter de fazer nova cirurgia".
Ela aguardava a perícia há dois anos e, ao receber atendimento, não escondia o sentimento de gratidão pela receptividade. "Essa Universidade tem papel importante socialmente. Eu só tenho a agradecer a iniciativa desse local e que as pessoas tenham se colocado no lugar do próximo. Acho que é isso que está faltando na nossa sociedade: o amor ao próximo", afirmou.
A ex-atendente de telemarketing Sandra Maria de Araújo Martins esperava ainda há mais tempo por uma nova perícia para dar andamento ao processo no INSS: oito anos. Ela se afastou do trabalho por problemas de tendinite e lesões por esforço repetitivo no ombro, dedos e punho. Contou que deu entrada no processo em 2010 e agora tem esperança de que ele seja concluído.
Fonte: Profª Elisabete Moraes, coordenadora do Centro de Pesquisa do NPDM e do convênio entre a UFC e o TJCE – fone: 85 3366 8346
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