quarta-feira, 15 de maio de 2019

"PRESIDENTE DECORATIVO"


DESMENTIDO PELOS PRÓPRIOS DEPUTADOS DE SUA BASE SOBRE ORDEM DE CANCELAMENTO NOS CORTES DA EDUCAÇÃO, BOLSONARO CONFIRMA NÃO PASSAR DE UM PRESIDENTE DECORATIVO QUE OBEDECE ORDENS DE PAULO GUEDES, OLAVO DE CARVALHO E ONYX LORENZONI. 


ASSISTAM O VÍDEO DOS DESMENTIDOS EM PLENÁRIO


O presidente "decorativo" Bolsonaro ao lado do ministro "decorativo" da Justiça, ex-Juiz Sergio Moro

Por Noelia Brito 
Publisher do Blog da Noelia Brito

Deputados da base governista, entre eles o Deputado Capitão Wagner, do PROS/CE, mas bolsonarista de carteirinha, demonstraram grande insatisfação com o modus operandi do presidente Jair Bolsonaro no episódio dos cortes nos recursos orçamentários destinados à Educação pública.

Durante pronunciamentos no Plenário da Câmara dos Deputados, na tarde de hoje, os parlamentares relataram ter visto Bolsonaro ligar para o ministro da Educação, Abraham Weintraub e determinado a este o imediato cancelamento dos cortes. Logo em seguida, Bolsonaro teria garantido aos parlamentares da sua base que o problema estaria resolvido.

Logo após darem publicidade à conversa com o presidente, os líderes partidários que apoiam Bolsonaro foram surpreendidos por notas na imprensa divulgadas por Onyx Lorenzoni, Ministro da Casa Civil e pela líder do governo no Congresso, Joyce Hasselmann, que além de desmenti-los, chamam-nos de "boateiros baratos".

O deputado Capitão Wagner afirmou em pronunciamento que boateiro barato era o próprio governo e que não admitiria ser chamado de mentiroso perante a imprensa e a Nação brasileira, quando o cancelamento dos corte teria sido declarado por Bolsonaro na presença dele e de outros 11 deputados do PSL, do Podemos, do PV, dentre outros partidos que dão apoio a Bolsonaro no Congresso. O próprio líder do governo, deputado Valdir estava presente, conta o Capitão Wagner, que repudia a fala da líder do governo no Congresso que em nota em que se dizia ao lado de Paulo Guedes, chamou os demais de boateiros baratos.

Assista o vídeo com as falas dos deputados:



Defensor do corte, o atual ministro da Educação é conhecido "olavete", termo atribuído aos fanáticos seguidores do ex-astrólogo e autoproclamado filósofo, Olavo de Carvalho e que passa o dia nas Redes Sociais postando ofensas à honra de membros do governo, principalmente dos militares, inclusive com palavrões do mais baixo calão. O ministro Educação em depoimento do Congresso, hoje, revelou que o corte foi ordenado por Paulo Guedes e que não teria partido dele.

Por sua vez, Paulo Guedes, a quem Bolsonaro atribuiu o título de "Posto Ipiranga", conferindo-lhe o cargo oficioso de manda-chuva e Papai Sabe Tudo de seu governo, tem como irmã a empresária do ramo de educação superior privada, Elizabeth Guedes, que é vice-presidente da Associação Nacional de Universidades Privadas (Anup), que representa os interesses de grandes monopólios educacionais, como Anhanguera, Estácio, Kroton, Uninove e Pitágoras. A irmã do "Posto Ipiranga defende a transferência das universidades do MEC para a pasta de Ciência e Tecnologia.

Sem nunca ter desvendado a "caixa-preta" do BNDES, conforme prometido na campanha, o governo Bolsonaro aprovou que o BNDES e o MEC concedessem nada menos que R$ 2 bilhões para financiar bolsas a juros mais baixos, para fazer a farra dos empresários representados pela irmã de Paulo Guedes.

Em protestos contra os cortes ordemados por Paulo Guedes, manifestantes saíram hoje às ruas de todo o País. Em resposta, Bolsonaro, que está no Texas para receber uma homenagem porque sua presença em Nova Iorque foi barrada, limitou-se a chamar os manifestantes que defendem a educação de "idiotas úteis e imbecis".

O episódio se soma a outros em que a fraca figura de Bolsonaro, sua falta de liderança e despreparo para exercer o cargo mais alto do País se mostram evidentes e indisfarçáveis. Fica evidente, principalmente, que Bolsonaro não passa de um presidente "decorativo", hoje refém dos interesses pessoais e empresariais de Paulo Guedes, Olavo de Carvalho e de Onyx Lorenzoni, que mandam e desmandam no governo muito mais que o próprio presidente.

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