Ala do PSL que apoia Bivar pergunta a Bolsonaro "Cadê o Queiroz?"
Segundo a coluna Painel da Folha, uma ala do PSL decidiu reagir à fala de Jair Bolsonaro, exaltando a importância da sigla na eleição de 2018 e fazendo um manifesto de apoio ao presidente da legenda, Luciano Bivar (PSL-PE).
Essa ala prega que Bivar redistribua postos de comando da legenda nos municípios –medida que poderia inclusive desfazer arranjos impostos por Flávio Bolsonaro no Rio e Eduardo Bolsonaro em São Paulo.
Nesta terça (8), Bolsonaro disse a um apoiador que ele deveria esquecer o PSL e que Bivar está “queimado”.
O deputado Júnior Bozella (PSL-SP) lembrou que Bivar atendeu a todos os pedidos de Bolsonaro e chegou a deixar o comando da legenda durante as eleições de 2018. “Combinado não sai caro. O acertado era que, depois, ele naturalmente retomaria as funções do partido que fundou”, diz.
Bozella afirma que o PSL não pode se tornar um “PT da direita”, acobertando casos que criam desgastes à sigla. Os dois mais ruidosos, lembra, foram poupados de críticas pelo presidente: o que envolve Fabrício Queiroz e Flávio Bolsonaro, e o caso do laranjal do PSL de Minas, que implica o ministro Marcelo Álvaro Antônio (Turismo).
“Temos o caso do Queiroz e o do ministro do Turismo, e o presidente tenta encobrir esses dois assuntos ao mesmo tempo em que desfere ataques indevidos ao PSL”, diz Bozella.
“O partido é um partido de bem, conduzido por pessoas de bem. Se Bivar não tivesse abrido as portas, o presidente fatalmente não teria tido legenda para concorrer em 2018. Se hoje ele é o que é, deve isso ao deputado Bivar e ao PSL”, acrescenta o deputado.
Bozella diz representar uma ala da legenda que acredita que a eleição do presidente e a expansão do PSL são frutos de um trabalho coletivo. “Todos nós somos honestos”. Para ele, o presidente deve “governar o país”.
“O PT se perdeu e o Lula hoje está preso porque tentou criar uma instituição que estava acima de tudo. Não vamos deixar isso acontecer com o PSL. Eu acredito no governo, acredito no presidente, apoio a sua agenda, mas o partido não pode deixar de advertir aqueles que vão contra as bandeiras que nos elegeram, como o combate à corrupção”, conclui.
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