influencia parte dos partidos de
esquerda do país
TÉRCIO AMARAL tercioamaral.pe@dabr.com.br
Imagem: SILVINO/DP |
Segundo o professor e cientista político da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Michel Zaidan, a influência da cartilha marxista na política nacional começa no período compreendido como Primeira República (1889-1930). Em Pernambuco, a atividade partidária começou em 1922, com o grupo de estudos marxistas Zumbi, liderado por Cristiano Cordeiro – um dos fundadores do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Aliás, a região Nordeste foi um verdadeiro celeiro de comunistas, com nomes expoentes dentro da corrente, como Paulo Cavalcanti, Bayron Sarinho e Jader de Andrade.
“Uma das provas desta participação é que a primeira tradução do Manifesto que temos conhecimento foi realizada pelo alagoano Otávio Brandão, em 1924, e publicada no jornal Voz Cosmopolita, no Rio de Janeiro”, enfatiza o professor, que acabou de lançar o livro Ensaios de Teoria, publicado pelo Núcleo de Estudos Eleitorais, Partidários e da Democracia (NEEPD), da UFPE.
Mas nem só de socialismo vivem os comunistas. Assim como outras correntes e filosofias, o marxismo teve diversas interpretações, que também foram absorvidas pelos partidos no mundo inteiro. No Brasil, a principal influência é da leitura de Vladirmir Lênin, que defendia a intervenção do partido em todos os espaços de discussão na sociedade. Esta “cartilha”, chamada de marxista-leninista, é seguida por legendas como o Partido Comunista Brasileiro (PCB) e Partido Comunista do Brasil (PCdoB).
Outras correntes marxistas, como a defendida pelo ucraniano Leon Trótski – o trotskismo – ou a maoísta, do ditador chinês Mao Tse Tung encontraram pouca aceitação no mundo partidário, influenciando sobretudo alguns sindicatos operários. “A recepção de nosso marxismo é soviética e com influência do positivismo francês”, argumenta Zaidan.
Fonte: Diário de Pernambuco
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